- Capítulo 6

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Louis saiu do cinema naquela terça e seguiu direto para a casa de Harry. Já tinha avisado a mãe que chegaria tarde em casa por causa de um trabalho da escola, então foi despreocupado.

Quando chegou na casa do cacheado, Tomlinson sentiu um arrepio passar por sua espinha, balançando a cabeça e apertando os olhos. Teve uma surpresa enorme quando Harry o recebeu usando apenas uma calça de moletom, porque viu pela primeira vez que ele tinha tatuagens. Duas andorinhas perto da clavícula, uma mariposa enorme no abdômen, um barco no braço esquerdo, um coração totalmente preto bem próximo, uma estrela e uma coisa que não soube mesmo identificar — descobriria mais tarde que era o nome de sua irmã em hebraico. Ele também usava um boné vermelho com a aba virada pra trás, sua corrente no pescoço e os anéis nas mãos. Oh, Deus! Por que o fez tão gato e gostoso assim?

Styles percebe o menor secando o seu corpo e não consegue não abrir um sorrisinho convencido. Ao vê-lo, Louis cruza os braços e revira os olhos, dizendo "o que? Não é como se eu nunca tivesse falado que você é bonito, Harold!". Até porque, negar aquilo seria perda de tempo e saliva.

No domingo, quando foi até ali buscar Harry, Louis ficou somente na porta da frente. Ao entrar, mais uma vez se impressionou, deu de cara com uma sala de estar enorme, toda branquinha e muito elegantemente decorada. Como imaginou, haviam algumas pinturas — provavelmente valendo o preço de um cruzeiro — penduradas nas paredes, muito bonitas, por sinal; um sofá cinza e grande entre duas poltronas na mesma cor, uma televisão de oitenta e cinco polegadas na frente de um painel enorme, uma mesa de centro quadrada, onde tinha um notebook, alguns livros e vários papéis espalhados, e a coisa que mais chamou sua atenção: um quadro de vidro com uma fotografia em preto e branco de quatro pessoas muito sorridentes. Sabendo quem eram, Louis admirou um pouco Gemma, depois Anne e por último Desmond.

Do outro lado da sala, perto de uma grande mesa com oito lugares, um piano também atrai os olhos azuis. Viu o caminho que levaria até a cozinha e as escadas pro primeiro andar. A casa era simplesmente linda — quer dizer, de simples não tinha nada. Louis poderia falar mal do que for sobre gente rica, mas era obrigado a admitir que aquelas pessoas tinham bom gosto — bom, pelo menos a maioria.

— Então, ninguém em casa? — pergunta tirando o casaco.

— Nope! Rose foi embora uma hora atrás e o Sr. e a Sra. Styles estão, como sempre, trabalhando. Fique à vontade, Tomlinson — pega o casaco dele e o pendura na poltrona. — Você tá com cheiro de pipoca!

— É, bem... último lançamento! Toque especial de manteiga derretida — Harry ri. Ele não diria em voz alta que aquele cheiro era muito gostoso. Quem não gosta de pipoca, oras?!

— Você saiu agora, certo? Comeu alguma coisa? Está com fome?

— Olha, eu poderia fingir que sou acanhado e dizer "estou bem, obrigado!" mas seria ridículo, porque você vai ouvir o monstro aqui dentro daqui a pouquinho — aponta para a própria barriga. — Então, não, não comi nada e, sim, estou com fome — e dá um sorriso fofo, como se ele fosse fofo.

— Eu fiz batata com cheddar e bacon pra gente. Quer comer na cozinha ou enquanto fazemos o trabalho?

— A segunda opção. É melhor a gente começar isso logo — Harry assente e vai buscar o prato na cozinha, voltando e se sentando no chão na frente do notebook sobre a mesinha. — Opa, rebobina a fita... Você fez isso? Sabe cozinhar?

— Sei, e gosto muito — pega uma batata. — Rose ensinou Gemma e eu a mexermos nas panelas quando éramos pequenos.

— Legal! E eu morro de medo de fritar um ovo... triste! — nega com a cabeça. O maior acha graça. — Muito bem, o que nós temos até agora?

Hiraeth - LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora