¥•Louise•¥
Saímos juntos de trás dos sofás e cadeiras, de todos os móveis que poderíamos nos esconder. As crianças gritavam e nós adultos batiamos palmas. Aquela surpresa pareceu pegá-los desprevenidos vindos de algum canto da cidade. Zayn e Hassan pensavam mesmo que esqueceríamos?! Todos estavam lá. Liam, Maya, o pequeno Bear, Louis, Harry, Freddie, Niall, Cameron, Kendall, Philip, vovô, Olívia, Connor, Félix, A Sr. Ewa, Isla, Shade, Laurie, Khaleb e até o fofo do Pierre que soltava grunhidos baixos e felizes.
Contudo, toda alegria se acabou quando me aproximei dos dois, as mãos na cintura e a cabeça levemente pendida para o lado, brava.
— O que esses capacetes querem dizer? — Perguntei apontando para eles.
— Capacetes não falam, Moreau — Zayn murmurou.
Hassan estava eufórico demais para deixar que Zayn terminasse de falar. Meu filho mais velho me abraçou com tanta força quanto agarramos coisas importantes. Foi aí que sorri. Eu sou importante para ele.
— Eu sabia que você não ia esquecer! — Disse ele pendurando-se em mim ao ponto de eu precisar segurá-lo no colo.
— Você é pesado! — Brinquei tirando uma mecha de cabelo loira que insistia em cobrir parte de sua visão. Seus olhos estavam vidrados em mim e brilhavam com demasiada força — Mas é meu bebê.
— Eu não sou mais criança! — Protestou o garoto me apertando mais firme — Te amo, mãe.
Nessa altura, Zayn era engolido pelo redemoinho de pessoas que ocupavam a casa. Zayn não me escaparia hoje, afinal, ele quebrou uma das minhas regras. Parecia não fazer ideia de quantas vezes uma moto é mais perigosa que um carro. Hassan tomou o rumo para agradecer a todos, distribuindo abraços calorosos até em seus irmãos, contentes por vê-lo.
Arrumamos uma vasta mesa com um bolo grande e algumas comidas ao seu redor no jardim. A decoração era simples, porém muito bem feita. Haviam flores enroladas em um arco que rodeava a mesa central. Hassan pediu encarecidamente que eu ocupasse algum lugar próximo a ele enquanto ficava nos holofotes de ser uma das atenções de todos, juntamente a Malik. Laurie, Khaleb e Shade quase imploraram para não saírem de perto do irmão mais velho. Para ajudá-lo a cortar o bolo e distribuir, precisei colocar Pierre na "bolsa canguru" que Zayn comprou uma vez, encaixando as alças nas minhas costas e indo ao seu encontro.— Malik, veja se Shade quer bolo — Pedi, seca. Pouco me importava com o que ele pensaria já que eu estava mesmo irritada com ele.
Hassan e as crianças mal percebiam nossa mísera conversa devido ao barulho de toda a falação dos presentes no momento.
— Por que você está assim? — Ele quis saber, provocador. Lançou a mim um sorriso que mais parecia pura malícia.
— Estou normal, Malik — Rebati sem desconcentrar-me em cortar o bolo. Ele tentava cortar o outro lado, sem qualquer cuidado — Preste atenção no que está fazen...
— Aí! — Grunhiu ele trazendo o dedo para si e se afastando ao alertá-lo com força.
— Malik, meu Deus! — Exclamei, indo depressa averiguar o tamanho do corte em seu dedo.
Segurei sua mão e olhei com atenção, estancando o sangue. Ele me encarava com um sorriso discreto nos lábios conforme eu colocava o curativo que guardava no bolso para emergências.
— Está preocupada?
— Não! — Falei rápido demais — Não ligo para você, na verdade.
Voltei para o meu lugar onde cortava o bolo e tentei ignorá-lo. Isso, até Malik passar um dos dedos que estava ileso na cobertura do pobre bolo e sujar a ponta do meu nariz. Arregalei os olhos e me esqueci de parecer uma adulta. Me vinguei passando cobertura por todo seu rosto e até cabelo.
— Não me teste — Murmurei.
Ele me puxou pela cintura, ficando demasiadamente perto.
— E por quê? — Sua mão se movimentou outra vez, causando um estrago ainda pior no meu rosto agora branco pelo glacê.
— Papai! — Khaleb o chamou ao meu lado, junto a Laurie, Hassan e Shade. Eles tinham suas mãos atrás das costas e sorriam por algum motivo, como se escondessem algo. Inocente, Zayn se abaixou para ouvi-lo e então pagou o preço pelo ato, sendo coberto de bolo outra vez — Não suje a mamãe!
Eles gargalhavam conforme Malik corria atrás deles para sujá-los também.
— Você o ama — Kendall constatou como se falasse do tempo para mim, parada ao meu lado e observando Zayn.
— Quê? — Indaguei confusa.
— Você o ama — Repetiu ela com um sorriso enorme — E nunca amou ninguém antes. Mas a pergunta que faço é: por que não estão juntos? Por que brigam tanto? Por que ainda deixa que seu pai controle sua vida? Medo? Isso não combina com você, Loulou.
— Deixe essa história de lado, Ken — Sugeri, entregando-lhe bolo — Esqueça fantasias loucas. Você sabe, isso é impossível.
— Eu vi o fascínio nos olhos dele enquanto te observa só respirar e o desespero que tomou conta de você quando ele se machucou! — Argumentou minha irmã com uma expressão séria — E não fui só eu...
Olhei para a frente e encontrei alguns sorrisos maliciosos direcionados a mim. Todos olhavam, independente de disfarçar ao menos.
— Ken, por Deus! — Protestei — Você sabe... Sabe bem.
— Não, eu não sei — Disse por fim. Depois de um tempo, mostrou uma aliança para mim colocada perfeitamente em seus dedos finos e compridos — Não sei, talvez seja legal.
De imediato olhei na direção de Philip, encontrando o pobre rapaz vermelho. Quando percebeu meu olhar, lançou um beleza com a mão, indicando que tudo havia dado certo.
— Você sabia?! — Ela bateu em meu ombro de modo fraco — Traidora!
— Ele pediu para não contar! — Defendi-me.
— Eu sabia que tinha sido você a sugerir que ele fizesse reservas naquele restaurante tão lindo!
Dei de ombros, lhe abraçando.
— Seja feliz!
— E você também — Rebateu ela me empurrando para olhar para o outro lado, encontrando Zayn se aproximando.
— Deixa eu segurar esse bebê! — Anunciou ele estendendo os braços — Você é uma péssima mãe.
Bati na sua mão e a afastei.
— Eu sou uma ótima mãe mas aparentemente você não sabe ser pai — Falei, brava — Por que levou Hassan naquela moto ridícula? Sabe o que poderia ter acontecido?
— Mas não aconteceu. Não sou irresponsável.
— Tem certeza?
Ele enfim tomou Pierre em seus braços e beijou sua cabeça macia, aproximando o corpinho frágil do meu filho do seu peito.
— Viu como a mamãe me odeia, garoto? — Indagou com uma voz amolecida ao bebê que respondia com resmungos — Isso! A mamãe odeia o Malik aqui! Você vai brigar com ela? Vai?! Ah, ele me ama.
Revirei os olhos.
— Não ouça esse ridículo, querido — Disse eu — Sou eu quem te trouxe ao mundo. Sou eu que te dou comida!
— Mas isso só foi possível graças a mim!
Acabei por sorrir. Eu não conseguia nutrir por ele uma raiva tão inconsequente. Não era o que eu sentia realmente pelo cara idiota que um dia me desafiou quando tentou roubar um museu e acabou ferrando com nós dois.
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Stockholm Syndrome? |2°temp.| [Z.M]
Fanfiction•Livro 2 da duologia "Stockholm Syndrome?"• Louise tem um desfecho trágico para o que achava ser sua grande história de amor, e o que resta à ela agora é recolher os cacos do seu coração despedaçado e seguir em frente. Após colocar em jogo sua felic...