Capitulo 31 - Seus motivos

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7:30 AM

Em 1945 não tinha muito o que se fazer, então as pessoas acordavam cedo e dormiam mais cedo ainda, e talvez por isso eu tenha saltado da cama antes do sol ganhar altura suficiente para esquentar o ambiente, principalmente porque nos despedíamos do verão.

Mas se eu dissesse que havia dormido naquela noite, seria mentira. Minha consciência não havia me deixado dormir, pensando na decepção que Steve sentiria ao chegarmos do "outro lado".

Me levantei enrolada em um cobertor e caminhei até a cozinha, arrastando o tecido pelo chão. Minha cabeça doía e eu desconfiava que era o peso da consciência.

- Já de pé? - Steve perguntou ao me ver aproximar, batendo em suas coxas, indicando que eu me sentasse em seu colo. - Você ta quente. - passou as mãos por meu rosto. - Amor, acho que você está com febre.

- Não to não... - respondi, deitando a cabeça em seu ombro - Só com um pouquinho de frio.

- Deita na cama, vou te levar um remédio pra febre.

- Não quero me deitar, precisamos ajeitar a casa, Steve.

- Tony e eu podemos fazer isso...

- O que tem eu? - Tony apareceu no corredor, vestido com seu roupão por cima do pijama

- Falando no diabo... - brinquei, sorrindo fraco

- Ella ta com febre. - Steve disse, sendo o suficiente para fazer Tony levar suas mãos até minha testa.

- Ela ta queimando. - Tony - Vem, vamos pro quarto. Rogers vai fazer café pra nós dois.

- Não vou não. - franziu as sobrancelhas

- Sua garota está doente, Steve Rogers

- E você por acaso é minha garota?

- Nunca ouviu dizer que quando um homem se casa com uma mulher ele também se casa com sua família?

- Eu não to casada, Tony Stark. - intervi - Mas seria bom um chocolate quente com marshmallow's. - fiz beicinho olhando para Steve, o que o fez expressar pena, antes de segurar em meu rosto e beijar o meu bico com paixão.

- Ta bom... eu faço para os dois!

- Você é lindo... - sorri, avaliando seu rosto, eu queria grava-lo em minha memória antes que seu olhar apaixonado se transformasse em um olhar de repúdio.

- Ta, ja chega... - segurou em meus braços me puxando para longe. - Não basta o alvoroço de noite, de manhã também não vão me dar paz?

Senti minhas bochechas queimarem e ao olhar para o capitão vi que as suas queimavam também.

(...)

- Agora me conta! - exigiu, quando entramos sozinhos no quarto. - Por que ta com essa cara de desesperada?

- Que? - ri nervosa, me jogando na cama, evitando olha-lo diretamente

- Você pode tentar enganar o picolé mas não me engana, Ella. - encarei-o de soslaio, com um olhar ansioso, como se implorasse por socorro. Eu estava me afundando e precisava urgentemente que alguém me estendesse as mãos, e ele parecia ser a coisa mais próxima de um bote salva vidas.

- Promete que não vai contar? - assentiu - Promete, Tony, pela Lizzie.

- Urgh...- bufou - Ja disse que prometo.

- O Bucky, que conheceu, tem uma versão no meu mundo... foi aquela versão que cresceu com Steve. Eles são ainda mais amigos do que aqui... - deixei a frase morrer

Ella - Agente Ella e o Super SoldadoOnde histórias criam vida. Descubra agora