Capitulo 27 - Bom observador

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- Você ta ficando doido? - dei um tapa leve em seu peito, tentando nao esboçar um sorriso idiota.

"Você não pode ficar feliz com isso, Ella, existem tantas coisas que tornam isso errado. O Bucky, a Sharon, a Peggy..." - tentava pensar com racionalidade mas seus olhos completamente escuros, com sua iris azulada contornando minimamente suas pupilas, não me deixava raciocinar.

- As vezes eu penso que sim... - olhou para minha boca, antes de encarar meus olhos novamente

- Steve a Margare...

- Eu sei! - Interrompeu-me, desviando seu olhar do meu. - Mas eu vou embora...

- Você ta fazendo isso de propósito? - franzi as sobrancelhas desconfiada.

Ele me olhou de rabo de olho, sem coragem de responder.

- Me diz que você não tá fazendo isso pra de algum modo superar ela, Steve.

- Claro que não, Ella... - suspirou, deixando nitido sua insatisfação - Eu não sou esse tipo de cara!

- Eu também não pensei que você fosse do tipo que traía.

- Não tem a ver com o que eu sou, mas com o que você é! - balancei a cabeça confusa - Eu não entendi porque Dr. Estranho tinha mandado você. Quais as chances deu dar ouvidos a alguém que eu não conheço? Ele podia ter mandado o Sam, ou o Bucky. Por que você, Ella?

- Acho que ele sabia que tinham coisas que eu precisava descobrir... - dei de ombros

- E onde isso me encaixa? - ele disse enquanto se sentava

- Não sei, Steve, por que ta dizendo essas coisas?

- Por que acho que de algum modo a gente precisava acontecer... - respondeu com pesar na voz e aquilo me doeu.

Embora sua atração física por mim fosse inquestionável, se apegar a uma teoria de que poderia ser feliz com outro alguém para aceitar que jamais poderia viver com a Margareth, como sempre imaginou que fosse capaz, só demonstrava sua insatisfação e provava que não passava de afobação. Afinal, se você acredita que está destinado a alguém e lamenta por isso, então é porque provavelmente vocês não estão. A menos que estejamos falando de algum tipo de maldição.

- Você me conhece a quatro dias... não pode deduzir esse tipo de coisa. Até porque, não é o que você ta sentindo, nem eu... não existiu tempo pra isso e você tentar acelerar os fatos só deixa nitido o seu desespero. Desde que me viu pela primeira vez, soube que não pertencia a esse lugar e sempre teve certeza de que no fim, voltaria. Se aproximar de mim foi só uma forma que seu cérebro encontrou de minimizar a ausência de outra. Fazer você acreditar que poderia ter sentimentos por outra pessoa era reconfortante para você. Pensar que conseguiria cumprir com sua obrigação e ainda ter uma vida. Você me usou, Steve, e isso não tem a ver com destino.

- Eu nunca fiz isso. - respondeu ofendido - Ta tirando essas coisas da sua cabeça. Mas você tem razão... eu quero acreditar que posso ser feliz, mas eu não me entregaria a qualquer pessoa por isso. Porque, não, não estou desesperado. Fiz o que fiz porque tive vontade e não me pergunte o motivo por trás disso, se eu soubesse talvez eu nunca tivesse feito. Eu estou tão confuso quanto você e não pense que está sendo fácil saber que estou sendo um completo sem caráter com uma pessoa que jurei amar e proteger pro resto da minha vida. Eu a amo como nunca pensei que fosse capaz de amar. Mas do que adianta tanto amor se sou capaz de fazer esse tipo de coisa? A Margareth não merece alguém como eu.

- E eu mereço? - franzi as sobrancelhas- Por que você se acha ruim para Peggy e o suficiente pra mim?

- Ta colocando palavras na minha boca!

Ella - Agente Ella e o Super SoldadoOnde histórias criam vida. Descubra agora