Capitulo 42 - Anulando Sentimentos

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Depois de rodar a cidade a pé, na tentativa de fazer o Steve se cansar e sair da minha cola, resolvi parar em um local, que eu não fazia ideia de que minhas pernas me levavam até eu estar lá.

- Ella, por que estamos vindo para cá? - parou na frente da delegacia federal, me segurando pelos pulsos, como se eu fosse uma criança prestes a correr na frente de um carro.

Caminhei, com ele pendurado em mim, até o banker que me abrigava a poucos dias a trás. Por alguma estranha razão eu queria rever aqueles corpos e ter a certeza de que estavam todos mortos.

Puxei a porta pesada com dificuldade, já me preparando para o cheiro de carniça dos corpos podres.

- Você não vai entrar ai. - Me deu um tranco para trás

Ignorei, pisando no primeiro degrau, e assim por diante. Quanto mais fundo eu pisava, mais sombrio aquela situação parecia e mais confortável eu me sentia.

Quando cheguei ao corredor, procurei pela sala e estranhei a ausência do cheiro. Por óbvio, ja haviam removido os cadáveres. Mas não era só isso, haviam removido tudo, inclusive a capsula de vidro em que haviam me trancado. O local parecia apenas um banker abandonado, como qualquer outro.

Em um canto qualquer, caixas com mantimentos velhos espalhados pelo local corroboravam com o ar abandonado que eles insistiam em transmitir. Além de um terrível cheiro de mofo, como se não fosse ventilado à séculos.

- Isso não tava aqui antes... - ri fraco, pegando uma embalagem de biscoitos velhos com furos de roedores. Na capa uma estampa quase desfigurada me lembrava a imagem que eu tinha em minha mente de uma pin-up. Era bastante retro, o que me fez ter a curiosidade de olhar o ano de fabricação. - Eu não acredito... 1940...EU NÃO ACREDITO! - Chutei a caixa com ódio. Antes de jogar o biscoito contra a parede, estourando o pacote e espalhando os farelos - ESSES FILHOS DA PUTA RECRIARAM UM CENÁRIO.

Olhei ao redor, me dando conta de alguns jornais, destruído pelo tempo, colado nas paredes

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Olhei ao redor, me dando conta de alguns jornais, destruído pelo tempo, colado nas paredes. E mais ao fundo um pé de botas velhas abandonado, como se alguém a tivesse perdido na pressa.

Tomada pelo ódio, arrastei toda a papelada, arrancando-a das paredes antes de embolar em minhas mãos e arremessar longe, fazendo com que acertasse em Steve, que estava bem na minha mira.

- Calma, Ella. - me segurou pelos ombros - Talvez ja estivesse ai, você só não tinha percebido.

Me virei, cega pela ira, acertando um tapa em seu rosto, sentindo minha mão estalar contra sua pele.

- Por que você não aceita? - falei quase que em um rosnado - Por que você insiste o tempo inteiro em dizer que eu estou errada? POR QUE? - ameacei outro tapa, mas dessa vez fui impedida.

Se calou, ele não tinha uma resposta para me dar, ou talvez só não tivesse coragem de assumir que a organização que a Margareth criou era formada por um bando de filha da puta.

Ella - Agente Ella e o Super SoldadoOnde histórias criam vida. Descubra agora