Epilogo
Acordei assustada, com o som ensurdecedor dos fogos. Eu sabia o que aquilo significava, era 4 de julho e os americanos estavam fervorosos.
Subi na cama do trailer velho, que encontrei abandonado na estrada, e girei a manivela no teto, tentando sintonizar a antena da pequena TV.
Era hora de assistir aos desfiles. Não que eu me orgulhasse daquele país, por mim, ele devia ter se explodido na segunda guerra mundial, mas era inegavelmente bonito.
"Explosão na mansão Stark" era o título da matéria do jornal da manhã.
Me joguei sentada na cama, limpando os olhos para ter certeza de que eu não tinha lido errado.
"Na madruga de 4 julho a mansão do bilionário Tony Stark, dono da maior indústria de armamento do país, sofreu uma explosão após uma bomba disparar no interior da casa. Autoridades afirmam que os explosivos foram encontrados dentro de uma pistola calibre 32 que o presidente das indústrias Stark não sabe dizer ao certo como foi parar em sua casa. Até o momento, a única vítima registrada no atentado foi sua filha de sete anos que se encontra estável no hospital, com queimaduras leves pelo corpo."
Levei as mãos a boca, estática com o que acabará de ouvir. Era minha culpa, eu tinha feito aquilo com eles.
Deixei que uma lágrima escorresse.
Havia deixado a arma lá, para que não me localizassem. Mas não era um localizador...
Eu quase matei a única família que eu tive, eu feri a única pessoa que em todo esse tempo se importou comigo...
A Morgan era só uma menina...
Tony desistiu de tudo por ela, e eu coloquei sua vida em perigo.
Eu devia ter previsto, devia ter imaginado que aqueles monstros nunca me deixariam em paz.
Levantei com as pernas tremulas, vestindo o primeiro jeans que encontrei pela frente. Quando ouvi um barulho entre a mata, me encolhi atrás da porta, espiando pelo pequeno vidro e respirando aliviada quando um coiote correu entre a folhagem.
Esfreguei a mão no rosto gelado de medo, eu estava começando a ficar paranoica.
Terminei de me ajeitar, eu precisava voltar. Morgan estava no hospital e a culpa era toda minha.
Mas eu não podia ir até onde Tony estava, aquelas horas ele devia me odiar. Tudo bem, eu também me odiava.
Eu precisava voltar para onde a pessoa que me deu as armas se escondia. Mas agora que estavam atrás de mim, ficaria mais difícil.
Peguei a última pistola que me restava, na intenção de colocar balas, mas quando tentei, fora simplesmente impossível.
Sorri com ódio, óbvio que era falsa.
Como eu era uma idiota - pensei, arremessando o objeto longe.
Peguei algumas facas e segui até o primeiro metro que encontrei.
•••
Com capuz escondendo o rosto, caminhei atenta entre a multidão, a procura de alguém que fosse minimamente parecida comigo.
Não era difícil achar pessoas de estatura media, pele clara e cabelos escuros, definia mais ou menos 70% da população. Mas as sobrancelhas, essas sim, seriam difíceis de encontrar.
Ótimo, eu ia ter que abrir mão da coisa mais preciosa que eu tinha.
Parei em uma farmácia qualquer e comprei uma lâmina, por alguns centavos.
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Ella - Agente Ella e o Super Soldado
Fiksi PenggemarBucky Barnes, junto de seu amigo Sam Wilson, herda o escudo de Steve Rogers, mas jamais a sociedade americana aceitaria o maior assassino da história portando o maior símbolo de justiça e coragem. Com o fim dos vingadores e novos ataques mundiais, o...