(...)
Durante a noite eu revirei em várias posições a procura de um jeito confortável para dormir. Embora a cama fosse da melhor qualidade e o colchão parecesse uma nuvem de tão macio, eu sentia falta da umidade do ar do buraco onde vivi a vida toda.
Eu não tinha mais hora para acordar, muito menos para dormir, o dia seguinte seria so mais do mesmo.
Tentar ficar invisível e esperar o tempo passar. Sem nenhum propósito.Até os treinos que eu odiava fariam falta.
(...)
Ainda tentando adormecer comecei a ouvir sons estranhos. Pareciam grunidos, não eram altos e eram difíceis de identificar, mas mesmo baixo, pareciam perturbadores.
Puxei as cobertas para próximo do corpo e desviei o olhar da porta fechada, fitando a janela aberta, com os olhos arregalados como se fosse me permitir ouvir melhor, mesmo que isso não fizesse o menor sentido.
Aquela casa devia ser mal assombrada, e só de pensar que ela pertencia a uma pessoa morta que odiava os novos moradores, me deixa ainda mais apavorada.
Não que o Stark me odiasse, ele só não era meu maior fã. Principalmente quando seu pai me deixou uma herança da qual ele me fez indiretamente abrir mão.
Me assustando com um grito eu pulei da cama. Eu tinha certeza que era o Bucky.
Engolindo o medo eu corri imediatamente até a sala, sem pensar antes como isso era uma escolha ruim. Eu estava desarmada, e sem nenhuma estratégia. O que eu faria se tivesse alguém lá?
Choraria e imploraria misericórdia. Mas não tinha como deixa-lo sozinho. Não importa o quão chateada eu estivesse, isso não era uma opção.
Ao descer as escadas os sons estavam significativamente mais altos e alem de gritos e gemidos, também havia uns sons ocos irreconhecíveis. Automaticamente desacelerei o passo, descendo as escadas nas pontas dos pés e com as mãos no peito, como se isso pudesse evitar que eu tivesse uma parada cardíaca.
Todo meu corpo estava arrepiado, e se não fosse pela adrenalina provavelmente eu já estaria chorando de medo.
Mas aquela altura, eu já tinha me dado conta de que não havia uma terceira pessoa. Era o Barnes, e isso melhorava ao passo que piorava as coisas.
Bucky dormia com todas as luzes apagadas, o que só me causava ainda mais medo. Devido a todo seu histórico traumático.
Sem pensar se era uma boa ideia acendi as luzes antes de contornar o sofa.
Assim que o fiz me deparei com ele se debatendo com os olhos fechados. Ele se contorcia enquanto dava braçadas conta o couro do sofá.
Saltei para trás em um susto.
Seu cabelo cumprido cobria seu rosto, o suor se acumulava nos gomos de seu abdômen. E com uma expressão de dor ele gemia em desespero.
- Bucky? - chamei-o em um sussurro, com medo de assusta-lo.
Mas não obtive resposta.
- Bucky?? - um pouco mais alto agora.
Mais ainda assim ele não parecia me ouvir.
Agarrei a almofada do outro sofá atrás de mim e joguei contra ele, saltando mais uma vez para trás, tropeçando no pé do sofá e caindo sobre o mesmo. Pelo menos era macio e eu não tinha me estabanado no chão como de costume.
Continuei sentada exatamente onde cai, observando-o a distância. Sem saber como reagir.
Era seguro acordar sonâmbulos? E sonâmbulos geneticamente modificados e traumatizados?
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Ella - Agente Ella e o Super Soldado
FanfictionBucky Barnes, junto de seu amigo Sam Wilson, herda o escudo de Steve Rogers, mas jamais a sociedade americana aceitaria o maior assassino da história portando o maior símbolo de justiça e coragem. Com o fim dos vingadores e novos ataques mundiais, o...