Capitulo 3 - A herança do Capitão América

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(...)

- Você ta bem? - perguntei ao entrarmos no carro e perceber que seus olhos lacrimejavam pelo efeito do flashbang

- Não! - respondeu esfregando o rosto com as mãos

Não contive um sorriso, ele coçava os olhos como uma criança mimada. Era estranho e fofo.

Balancei a cabeça para afastar os pensamentos absortos. Por sorte eu ainda usava máscara, que escondia a cara boba que havia feito admirando aquela cena.

O gás da bomba deveria ter mexido com os meus sentidos.

Removi o pano do rosto assim que me lembrei e peguei uma garrafa d'água na porta do carro, molhando o tecido do mesmo.

- É a única coisa limpa que tenho! - puxei seu rosto para perto, segurando em seu queixo. Ele recuou por breves segundos, antes de entender o que eu faria e relaxar.

Assim que permitiu passei o objeto molhado em sua vista avermelhada, tentando livra-lo da incomoda sensação que a bomba causava nos olhos.

Me assustei quando ele levou a mão até o meu rosto.

- Está bem melhor... - ele disse, passando os dedos de leve pelo local.

- Graças a Jemma. - expliquei, mesmo sabendo que ele não a conhecia.

- ...mas notei que suas mãos estão feridas. - tirou o olhar da queimadura para fitar os meus olhos.

- Machuquei durante o treino!

- Você é realmente muito estabanada. - sorriu sem mostrar os dentes.

Seu sorriso era sutil e delicado, mas extremamente contagiante, o que me fez sorrir junto, observando a forma como seus lábios se moviam.

Mais uma vez tentei afastar os pensamentos...fazia um tempo que eu não ficava a sós com um homem bonito, nem feio, mas não precisava me desesperar, Bucky Barnes era... complicado.

Por mais bonito que fosse, ele ainda era a minha missão, não dava pra ter nada casual.

Trabalho e prazer não se misturam!

- Não fui eu que deixei o sol refletir no escudo! - provoquei

Quando conclui a frase ele deixou escapar um riso aberto, tanto que seus olhos chegaram a se fechar.

Mais uma vez, o acompanhei, fora inevitável.

- Tudo bem, não tenho desculpas pra isso! - deu de ombros.

- Bucky? Sou tão desastrada assim que você já conseguiu perceber? - perguntei envergonhada

- Na verdade foi a Sharon quem comentou comigo...

Revirei os olhos insatisfeita com a resposta. Eu achava o ápice do absurdo ela fazer esse tipo de comentários com outras pessoas. Principalmente sabendo o quanto esses julgamentos me machucavam..

- Ela não falou por mal... - segurou meu rosto forçando a olha-lo, quando fiz menção em desviar. - Ela só comenta o quanto você é divertida.

- Eu não sou um palhaço de circo pra fazer trapalhadas pros outros rirem! - respondi irritada e notei-o arregalar os olhos com a minha reação - Ela deve ter esquecido de mencionar que eu sou humilhada todos os dias por ser assim e que por diversas vezes ameaçaram me deportar.

- Deportar? - perguntou desfazendo a expressão de assustado, dando espaço para uma confusa.

- Eu nasci na Alemanha, durmo e acordo temendo pelo dia que me mandarão embora...

Ella - Agente Ella e o Super SoldadoOnde histórias criam vida. Descubra agora