Capitulo 36 - Onde esta o Sr. Barnes

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ELLA

- Ei... desliga essa merda! - a enjoada resmungou ao meu lado, ainda com os olhos fechados.

Em minha cabeça tudo o que pairou foi um lindo e forte "vai tomar no..." mas logo fui impedida pela lembrança de Steve Rogers me dizendo "olha a língua". E então eu só quis xingar de novo.

Por que eu me torturava daquela forma? Por que esquecer era tão difícil?

Desliguei o aparelho e voltei a me deitar, implorando mentalmente para que daquela vez eu não tivesse pesadelos.

Mas eu conseguia me assombrar mesmo com os olhos abertos. Não conseguia parar de pensar em quem havia me ligado. Será que já tinham me descoberto?

Era um erro carregar um telefone, mas eu não podia arriscar não ter nenhum.

(...)

Quando o ônibus finalmente chegou na rodoviária de Nova York, eu me assustei, a ultima vez que estive na cidade era 1940, não tinham tantos prédios e os carros eram um pouco mais colorido, tudo era muito mais quente enquanto agora tudo parecia frio e cinza. Nova York só era bonita a noite se vista da Times Square.

Andei sem rumo, a procura de um hotel barato para passar a noite, eu precisava descansar antes de voltar para base da SHIELD. Queria reencontrar o Coulson, o Fury, a Hill e talvez até o James. Apesar de tudo, todos eles fizeram parte da minha história, não queria que não soubessem nunca qual foi o meu fim. Ou talvez no fundo, eu só esperasse que um deles me impedisse.

- Eu vou querer um quarto, por favor. - falei ao chegar no primeiro hotel descente que encontrei.

- 150 dólares a diaria. - Falou sem muita importância, folheando as páginas de sua revista sob o balcão.

- Meu deus... isso é quase a diaria de um hotel de luxo! - reclamei

- Tem um do outro lado da rua que cobra 50 dólares se preferir. - Olhei por cima dos ombros a tempo de ver um cara adentrar com algumas garotas de programa - E de brinde você ganha uma DST usando o banheiro deles! - levantou o olhar, para sorrir debochado.

- Vou querer por dois dias, por favor! - revirei a mochila atrás das notas amassadas, jogando-as contra a superfície.

(...)

Depois de dar os documentos falsos para fazer o meu cadastro, eu segui até o quarto numero 32.

A primeira coisa que fiz ao chegar foi jogar minhas botas longe e me despir para um banho.

- Credo eu to fedendo! - disse a mim mesma enquanto cheirava minhas meias. - Vamos ver o que temos aqui... - Revirei o frigobar antes de seguir para o banheiro. - Tequila... vodka... hmmm - Olhei as mini garrafinhas - As duas!

Peguei-as, colocando debaixo do braço enquanto tirava meu jeans.

Já dentro do box, deixei a água cair em minhas costas, enquanto virava a bebida de uma só vez. Eu já nem sentia mais o queimar do álcool, e nem me importava de estar em jejum.

Sai do banho enrolada na toalha oferecida pelo lugar, pegando mais bebida na geladeira. Cada gole eu esquecia um pouco mais e era tão reconfortante...

Na cesta sobre o móvel haviam algumas batatinhas e carteiras de cigarro.

- Por que não? - me perguntei, observando o maço em minhas mãos. - Eu já vou morrer mesmo!

Só esperava que não fosse caro.

Peguei uma embalagem qualquer e um pacote de chips, indo para a sacada ainda enrolada na toalha e abraçada as garrafinhas de bebida.

Ella - Agente Ella e o Super SoldadoOnde histórias criam vida. Descubra agora