Irina
Entro às pressas no hospital. "Eu não sei como consegui me manter viva apesar de tudo que eu passei, talvez Deus não quisesse que eu partisse ou talvez.. minha maior missão estaria por vir."
Os profissionais de saúde me colocam em um quarto, deitada de maneira desconfortável, eu estava agoniada e relutante.
Minhas pernas estavam intumescidas. Eu só queria que aquilo parasse de doer. Cada minuto parecia uma década.
Eiri não estava ali e isso só piorou tudo.
Aperto com força as laterais de minha cama, e tento empurrar com tudo as bebês.
Uma enfermeira cochicha com a outra, do outro lado da porta e depois entra. Assim que ela me vê, sua face empalidece.
-Você ainda não pode empurrar!
-Como nãaao-o? Isso tem que sair-r!
-Pare agora mesmo!
-Tira isso de mim-m! ( digo entredentes ).
Uma outra enfermeira entra e me deita.
-Vou ser obrigada a te amarrar.
-O que-e?
-Fique calma ( diz a primeira enfermeira de forma sútil ).
Elas me deitam e saem. Eu fico ali sozinha sem saber o que fazer.
Viro de um lado para o outro numa tentativa fútil de apaziguar a dor.
Vejo vultos passando pela pequena janela da porta e assim que vejo essas pessoas, grito para que alguém venha em meu socorro.
Escuto uma voz feminina dizendo para outra não entrar aqui, ela finge que sai, mas entra.
-Meu Deus o que você está fazendo aqui?
-Me ajuda, por favor..( peço a ela em súplica )
-Não era pra você estar aqui!
-Me ajuda-a..
Ela me desamarra e me põe sentada.
Respiro de maneira ofegante
-Já teve filhos ou é sua primeira vez ?
-Já tive.. já tive
-E foi cesária ou normal?
-Normal..foi normal.
-Estranho.
-Estranho porque?
-Deveria já ter saído
Aceno que sim com a cabeça
-Se você não está tendo dilatação temos que fazer a cesária. Não viu isso antes?
-Ninguém me falou nada. Aquela enfermeira doida só me amarrou aqui pra que eu não me debatesse.
-Você não precisa ser amarrada, isso só serve pra casos de pessoas que estão internadas e se mexem demais a noite, mas não para gestantes.
Ela me põe de pé.
-Tenta se equilibrar ( eu voz transpassa confiança ).
Eu cambaleio e ela me mantém firme.
-Força!
Eu respiro fundo e consigo ficar ereta.
-Ótimo, agora respira fundo e empurra
-A enfermeira disse-
-Eu estou aqui agora, aquela é uma incompetente, faça o que digo, sim?
Faço força enquanto minhas mãos tremem
-Ótimo, tenta mais uma vez
Puxo o ar mais fundo e ponho mais força.
Faço um sinal negativo com a cabeça.
-Não da.. não tá indo..
-Você não tentou o suficiente!
-Vamos! ( ela me encoraja ).
-É difícil..
-Mas ninguém disse que seria fácil, é a maior luta que uma mulher pode ter, e aqui mais vale apena.
Meus olhos brilham quando ela dita aquelas palavras.
A primeira enfermeira retorna, e fica abismada ao ver a enfermeira morena me ajudar.
-Você não pertence a essa área! Quem te mandou pra cá?
-Ela precisa de ajuda, a paciente está em trabalho de parto, a situação dela é grave ( a morena rebate )
-Isso não é problema seu, se retire por favor!
-Como é? ( a morena diz num tom sarcástico )
-Qual seu nome? ( interrompo as duas ao fazer uma pergunta a enfermeira morena )
-É Glauce.
-Glauce.. obrigada..
Ela confirma com a cabeça.
-Saia, imediatamente!
-Alguma coisa está errada aqui ( diz Glauce desconfiada ).
Dois seguranças aparecem na porta.
-Ou você sai ou eles te tiram, você escolhe ?
-E quanto a mim? ( digo a ela com medo ).
-Continua. ( ela me olha firmemente ).
Eu apenas a observo se retirar.
-Você precisa aguardar ( a primeira enfermeira ressalta enquanto me deita ).
-Não encosta a mim...( digo baixo ).
-O que disse? ( ela pergunta ).
-Não encosta em mim! ( digo num tom mais elevado ).
A empurro com uma mão, fazendo com que uma seringa caia de seu bolso.
"Tranquilizante?"
Volto a me encostar na cama.
Ela olha pra seringa derrubada e recolhe.
-Você precisa ficar calma
-Não confio em você.
Minha dor aumenta, fazendo com que me encolha.
-Droga!
-Você vai me obedecer entendeu
-Prefiro a morte..
Ela arregala os olhos.
Grito por socorro e ela tenta me calar.
Eu a mordo.
-Ficou louca
-Eu sou louca! ME TIREM DAQUII, ELA QUER ME ENVENENAR
-Sua pirralha maldita!
-A Glauce tinha razão.
-Você não pode ter essa criança.
Meu sangue começa a subir.
-Você trabalha pro Lambret, não é?
Ela me observa de canto.
Meu coração acelera no ritmo de uma bateria.
-Como descobriu.
-Pela tatuagem, aliás uma bela tatuagem ( digo de forma irônica ).
Não deixo o medo me paralisar, o escondo com um sorriso.
-Sua..
Luka entra sem cerimônia.
Uma segunda enfermeira também entra apontando a arma pra mim, e Luka aponta sua arma para a enfermeira que está querendo me injetar aquela seringa.
-Se atirar nela, eu atiro na Katharina, então o que vai ser?
Minha dor aumenta.
"Eu preciso fazer alguma coisa, mas nessas condições.."
Antes que eu possa pensar, meu corpo se mexe automaticamente. Eu pulo na direção da enfermeira e nós duas caímos.
O Tiro ricocheteia, e Luka agarra a enfermeira armada, pelo pulso e o torce fazendo-a largar a arma, e em seguida lhe direciona um soco no estômago para que ela desmaie.
A enfermeira louca a qual eu empurrei, sobe por cima de mim.
-Me larga! ( Seguro seus cabelos e o puxo pra trás ).
-Se não me soltar eu arranco esse seus cabelos pelo couro! ( ameaço ).
A doida insiste a injetar aquela seringa.
Luka tira ela de perto de mim, a mesma permanece relutante, e Luka a segura forte com uma espécie de enforcamento com o braço.
Pessoas se reúnem na porta por causa da gritaria, e a Glauce volta com a polícia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
IRMANDADE
RomanceÉ continuação da obra "Eu não sou ele!" e também a fase final de toda a saga. A história gira em torno das gêmeas karen e karina. E sobre os mistérios por trás da organização de assassinos a "Irmandade", liderados por Lambret Kaiba. Eiri terá que re...