Eiri
Eu não sei porque mais..ver a Irina tirando aquela alça tão delicadamente e o jeito com que ela me olhou toda tímida, me fez reagir de forma estranha. Meu corpo todo estava quente, e principalmente o meu rosto.
"Droga!".
Eu estava queimando.. por dentro e por fora.
"Irina eu quero muito.. eu não posso fazer isso, por acaso eu perdi a cabeça..?".
Eu queria ir até ela, mas eu não tinha coragem, eu estava em um complexo.
Então eu me aproximei de Irina devagar, lento..Para que ela não se assustasse e nem percebesse que eu estava ficando mais perto.
Até que eu apliquei um beijo nela.
"Eu não queria mesmo assusta-la, porque se não iria tudo por água abaixo".
Eu estava me sentindo confortável, apesar das meninas.
Eu queria comer ela ali, naquele momento.
O coração de Irina estava disparado, mais ela estava receosa.
"Porque ficar assim nessa altura do campeonato? A gente tem tanto tempo junto.. não faz sentido. Será que nesse período ela desgostou de mim?"
"Talvez ela não sinta mais atração...impossível. Desistir assim de mim?"
Enquanto minha mente jogava empecilhos, meu corpo só queria meter. E eu estava apostando às cegas em um beijo que não era do meu feitio.
Minhas mãos estavam entre sua coxa, e se encaixavam perfeitamente.
Naquele momento de entusiasmo do meu ego, Irina me barrou.
E então eu lembrei que por mais que eu me segurasse, ainda estava fazendo merda.
Ela tinha um gosto bom, era como se eu estivesse saboreando um algodão doce.
Cada parte que eu sugava de seu corpo me deixava mais e mais duro.
Eu queria penetrar minha língua nela e penetrei. Minha língua ficou apertada pois Irina era muito estreita, mais eu dava passagem assim fazia com a boca. Eu a revirei dos dois lados, quanto mais ela se contraia mais eu enfiava.
"Eu quero deixá-la molhada, muito molhada.. mais molhada que o normal. Eu quero ir mais fundo, suga-la, quero que ela implore por mais".
"Me faça te lamber Irina! Me diga o quanto é bom ser chupada por mim, qual a sensação de estar sendo costurada por dentro? Eu não vou parar enquanto ela não jorrar todo seu líquido em mim".
Quando Irina me pediu para mete-la de lado, foi um alívio. Finalmente eu estaria me aliviando, eu só não queria falar a ela o que eu estava pensando.
Abafei meus gemidos em seus cabelos, enquanto metia com força numa tentativa súbita de me aliviar.
"Rina...eu não vou aguentar, você me faz querer gozar, e eu tô quase lá..."
"Tão apertada..e molhada.."***
Meus pensamentos acabam me levando a época de escola.
Eu tocava violino perfeitamente bem, e o som do violino funcionava como um calmante natural para mim. Eu pouco me importava com o meu talento, aquilo era minha distração.
Assim que abri meus olhos, que se concentravam na melodia, um menino que me olhava encantado, se assustou e saiu momento em que o olhei.
"Quem é esse cara?".
Quando eu jogava tênis na quadra, as meninas paravam a aula para me assistirem e darem "gritinhos histéricos", e ele estava lá também.
Aquele cara me incomodava. Um moleque curioso que na minha cabeça eu intitulei de "meu fã".
O nome dele era Luís, um garoto muito solitário, ninguém fazia dupla com ele, ou sequer conversava. As meninas fofocavam sobre ele no corredor, e ele tampava os ouvidos para não escutar.
Até que um dia eu estava sentado num banco com um garoto, e no momento que ele se aproximou de mim..
-Posso me sentar com vocês?
Eu me admirei, mas não demonstrei nenhuma reação. O observei por alguns segundos e continuei bebendo meu suco de caixinha de sabor maçã.
O menino ao meu lado, se levantou e saiu como se a presença dele incomodasse.
Então Luís aproveitou e se sentou ao meu lado e permanecemos sem dar uma palavra até o final do recreio.
A única coisa que eu o ouvi dizer foi:
-Obrigado.
Ele me seguia feito um pato filhote indo atrás de sua mãe pata. Mesmo não querendo, eu acabava incluindo ele nos meus planos, grupos e projetos.
Assim que comecei a andar com ele, fiquei mal falado.
No começo eu o expulsei, mas com tamanha persistência, acabei cedendo minha amizade a ele.
Eu senti como era estar na pele dele.
De "famoso" eu passei a ser "odiado".
Muitos me pediam pra se afastar dele mais eu odiava que me mandassem fazer algo.
Diferente dele, eu nunca baixei minha cabeça pra ninguém.
Eu comecei a ser violento, e arrumava cada vez mais confusão. Pra defender minha pele e a dele.
Eu sempre via Luís apanhar e ele nunca revidava, eu sempre entrava na frente, eu comprava a briga dele.
Até que um dia o Luís cansou.
Ele estava comigo, no mesmo banco no terraço. É para lá que sempre fugíamos da toxidade e dos olhos odiosos das pessoas e também foi onde o conheci.
Luís se levantou do banco de uma forma determinada.
Olhou para mim e sorriu.
-Eu te dou muito trabalho, não é?
-Do que tá falando?
-Eu sinto muito. Por minha causa você perdeu todos seu amigos.
-Eles não eram meus amigos ( o disse friamente ).
Ele sorriu sutilmente.
-Relaxa eu não vou mais te dar trabalho.
Aquilo foi confuso, soava como uma.. despedida?
Naquela época não tinha grade no terraço da escola, nem sequer podia subir lá mas, nós íamos escondidos.
Sem mais, nem menos ele.. pulou.
Eu nem levantei do banco, porque eu não acreditava no que ele tinha feito. Eu estava paralisado. Até que finalmente criei coragem para olhar e ele estava no chão .. morto.
Acho que foi naquele instante que eu descobri o que era ansiedade e pavor. Eu vi o quanto o mundo e as pessoas eram injustas umas com as outras, que o "diferente" era rejeitado, tratado como lixo, excluído da sociedade por "eles". Que intitulavam o desconhecido como "anormalidade".
No velório dele eu me ajoelhei a frente de sua mãe completamente alcoolizada, e peço perdão.
Os alunos reuniam- se um a um para levarem flores.
"Então foi daqui que tiraram o termo que, você só é bom quando morre, que no seu leito de morte irão te elogiar, por você ter sido uma pessoa maravilhosa".
Eu não acreditava no amor, mais na traição e na falsidade.
-Ei..
Um menino pois a mão no meu ombro.
-Valeu por confortar a mamãe, você não teve culpa de nada.
-Que?
Me levantei do chão.
-Relaxa cara, tá tranquilo.
"Da onde surgiu esse menino, que eu nunca vi".
-Obrigado por ser o único amigo do meu irmão.
Minha mente ainda tentava assimilar o que estava acontecendo.
-Um dia vem come com a gente, me chamo Raider!
A crença mais louca o e limitante martelou minha cabeça pelos últimos anos..todos amigos que eu fazia morriam um a um, e eu cheguei a conclusão que aquela era minha maldição.
Eu fiquei sem ir na escola por 3 meses, em uma completa neura pelo caso do Luís
Eu sentava no sofá e olhava em direção a janela enquanto a vida passar, até eu decidi que a única maneira de vencer aquele inferno seria lutando e conquistando coisas, me apeguei a isso obsessivamente.
Todos esperavam sempre o máximo de mim, e o meu medo sempre foi "não me superar".
As pessoas tinham altas expectativas quanto a mim, e eu era bom em tudo.
Mais isso me deixava vazio, me sufocava, não era o que eu realmente gostava de fazer.
"Mas ninguém nunca me perguntou o que eu queria".
No fundo eu admirei a coragem de meu amigo.
Quando terminei minha perfomance no gelo, e o público começou a jogar presentes, pensei:
"Eu queria ter a coragem dele, para me livrar disso".
E depois de subir ao pódio para receber minha 5º medalha de ouro na patinação masculina de jovens, decidi que eu iria fazer somente o que eu queria, nem que fosse preciso manipular pessoas.
Elas queriam alguém intocável, um símbolo, um artista e elas teriam isso, mais em troca suas mentes e seus serviços, seriam meus.
E a partir dali, eu nunca mais fui o mesmo.
-Eiri?
-Hum...
-Você parece distante.
Continuo deslizando meus dedos de forma gentil pelas pernas macias e lisas de Irina.
-Te colocar com a cabeça no meio das minhas pernas foi tão ruim assim?
-Não.
Ela acaricia meu cabelo dando leves puxões.
Suspiro inquieto.
-Quer que eu pare?
-Não. Só não consigo relaxar..
Dou uma última passada de mão em suas coxas e desencosto minha cabeça de suas pernas.
Fico sentado na cama olhando a porta.
"Porque esses pensamentos ainda estão aqui?".
Irina desliza seu pé em minhas costas na tentativa de chamar minha atenção.
Eu a olho por cima do ombro.
Ela ri.
-Para..
-Vai me contar porque estava dormindo acordado?
-Claro, se você explicar porque não depilou suas pernas ainda.
-QUE? ( ela olha pra si mesma toda sem graça ).
Solto um riso de canto pra mim mesmo.
-Eu me depilei ontem não deu tempo de-
-Já chega. ( respondo seco ).
Me levanto sem dar nos trela.
"Eu não gosto que a Irina fique muito carente, por isso opto por não dar muita atenção".
-Eiri o que tem de errado com as minhas pernas?
-Sua pernas são como as cordas de um violino.
Irina da um sobressalto.
-Ah..Duras? Você quis dizer..
-Fáceis de manusear.
Ela cora.
E antes que ela solte mais alguma coisa eu a corto.
-Vou fazer aquele trabalho..
-Vai mesmo me escutar, então?
-Talvez.. ( coloco minha blusa e começo a abotoar ).
-Eu vou com você! ( ela diz empolgada ).
-Não é agora. Antes eu preciso passar em um lugar e resolver algumas coisas.
-E o que...
Ela mesmo se interrompe.
-Bom Eiri.. se precisar, eu tô aqui!
"Katharina está bem mais compreensiva do que antes, ela percebe que não quero muito papo então diminui a frequência das perguntas".
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IRMANDADE
RomanceÉ continuação da obra "Eu não sou ele!" e também a fase final de toda a saga. A história gira em torno das gêmeas karen e karina. E sobre os mistérios por trás da organização de assassinos a "Irmandade", liderados por Lambret Kaiba. Eiri terá que re...