Amor e honra estão em jogo

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Irina

O tempo passa e estou muito desconfiada.
Isadora me olha o tempo todo querendo dizer algo.
Lambret pega uma bola de vidro da estante e começa chacoalhar observando os flocos de neve se espalharem.
-Você tinha me perguntado sobre uma garota chamada Irina. Eu nunca ouvi falar dela.
-Ah é?
-É.
-Então me diga seu nome.
Penso na garota que me passou o número.
-Rebeca.
Ele me olha tentando me desvendar.
-E você?
Ele pergunta a dora mais ainda continua com os olhos em mim.
-Doralice.
-E vocês moram juntas?
-Sim. Somos melhores amigas ( Isadora responde rápido )
-De onde vocês são?
Eu travo.
-Eu sou da Alemanha, e ela de Dubai.
-Dubai? Que maravilhoso.
-Pra você vê né...
Respondo sem graça.
Os outros dois homens cochicham.
Ele ameaça andar pela casa e eu o interrompo.
-Quer champanhe?
Ponho uma taça a ele.
-Só bebo vinho.
Os outros recusam ainda sem nenhuma expressão em seus rostos.
Lambret pega um maço de cigarro jogado no chão e cheira.
"Tomara que não tenha o cheiro do Eiri".
Meu coração dispara.
-É meu ( Isadora diz )
-Que péssimo gosto. Odeio cigarros.
Finjo uma risada e ele me olha.
"Isso me tirou a preocupação, mesmo que por um momento".
Bebo seu champanhe.
-Você tem um perfume bom.
Eu estremeço.
-Que foi está vergonhosa?
-Não costumo receber elogios.
-Engraçado que recebi uma denúncia afirmando que te viram com Pietro.
-Pietro? Gente que nome esse? Nunca vi nem na feira.
-Ele muda constantemente de nome, endereço, carros, seguranças e..
Ele passeia pelo meu corpo com os olhos.
-Mulheres.
Engulo seco.
-Ele se passa atualmente por Andrew Foster.
-Então esteve com outra garota parecida comigo.
Ambos se entre olham.
E eu viro minha taça.
-Realmente cometemos um engano.
"Sinto um frio na barriga e uma dor vindo logo em seguida".
-Essa mulher tinha cabelos grandes e mais parecia uma aluna do ensino médio. Suas vestes eram simples. Talvez fosse sua irmã, ou uma amiga.
-Talvez ( confirmo a ele com firmeza na voz )
"Salva pela mudança radical".
-Ele tem fetiches por garotas mais novas.
-Hummmm.
Ele ameaça tocar em meu rosto.
-Não toca nela!
-Relaxa eu só estava olhando-a mais de perto.
Isadora fecha a cara.
-Você se parece com ele. Já teve algum contato com esse homem antes?
-Eu sou lésbica. ( ela responde )
Ele revira os olhos.
-Vamos focar em você agora.
Ele pega a taça da minha mão.
Escuto um clique.
E em segundos a taça se transforma em cacos.
Eu viro o rosto para que não pegue em meus olhos.
Isadora grita e eu assusto com seu grito.
Seus homens agem rápido e atiram contudo que tem.
-Isso.. isso foi..
Ele olha pra trás com muito ódio.
-Um tiro. ( Lambret está furioso )
Olho para seu rosto. No lado esquerdo e está coberto de sangue.
Lascas de vidro cortaram ele.
"Um tiro quase perfeito, se pega na garganta..."
Vejo um deles cair duro no chão e o outro atira de volta,  descarregando várias balas em sequência. Fazendo a parede soltar fumaça a cada disparo.
"Isso aqui virou uma guerra"
Isadora grita e eu também.
-Sai daiiiii ( dora me grita )
Fico olhando o corpo do cara estirado no chão.
-Ele.. tá morto?
Dora se desespera e então ela me puxa dali.
-Tem que se mexer!
Ela me pega com sua mão gelada.
Saio puxada por ela.
Mas sigo olhando o corpo. E olho pro corredor.
O cara tira umas 5 vezes disparadas e a pessoa de fora atira uma.
Isso prova que ele é muito habilidoso.
Lambret fica esperando a pessoa aparecer.
O outro cai duro no chão com um tiro bem na cabeça.
-Gente.... dora..Tá vendo isso?
Ela continua segurando no meu braço com força.
Vejo que Lambret  está receoso.
-Será que é o Eiri?
Digo baixo.
E ela tampa minha boca.
-Não.. acho que não. ( ela diz sussurrando no meu ouvido ).
Lambret me pega em meu braço com força.
-Nãaaao! Solta ela!
Ele aponta a arma para Isadora.
-Quieta se não te mato!
Ele me arrasta até a porta.
-Me solta! Seu.. IDIOTA!
-Quieta vadia! Cala boca! Vocês duas estão me deixando muito irritado.
Ele me chacoalha. E aquilo me deixa enjoada.
-Tá doendo!
Ele me puxa pelos cabelos. E me põe na direção da porta.
-ATIRA! ATIRA AGORA, ANDA, ATIRA?
Os tiros param.
"Ele tá me usando de escudo".
Isadora corre para empurra-lo.
Cruel e sem escrúpulos ele joga  meu corpo em cima dela.
-Des-desculpa ( digo ao estar em cima de isadora)
Ele me puxa novamente. Me fazendo gritar de dor.
Nós dias gritamos juntas.
Tento me grudar a ela mas é inútil.
Irritado, Lambret atira na direção dela.
Mais eu me balanço persistentemente, para solta-lo de mim. E o tiro acaba pegando no chão.
Mordo seu braço. E ele me puxa ainda mais forte ainda.
Continuo mordendo para que ele me largue.
Algumas lágrimas saem de mim. Por causa da dor. "Mas é melhor sentir a dor do que morrer aqui sem ter feito nada.".
Não solto e ele tenta me arrancar.
-SUA....VADIA PERSISTENTE!
Ele me dá um croc na cabeça e eu solto.
Meus dentes doem muito.
Ele me joga contudo na parede.
Isadora me olha horrorizada.
Me levanto tonta. Meio grogue pela pancada na cabeça.
E ele me levanta do chão.
-Você vem comigo!
Outro tiro dispara.
Ele me põe em sua frente pra sair.
-Não pode atirar quando eu estiver com ela.
E o tiro acerta seu ombro.
-Essa pessoa não tem tanto medo de acertar você, para atirar desse jeito.
A uma movimentação intensa no corredor. A uma conversa.
Finalmente a pessoa que atirou, se revela.
-A.. ( eu mesmo me calo )
E ele olha firme em minha direção.
Lambret está bufando.
-Você que matou meus homens?
-Achei que não gostasse de gays.
-Sem piadinhas seu merdinha! Onde esteve?
-Andando e você?
Ele mira para Ash.
-Pode me matar eu cumpri minha missão. Mas se lembre que..
Lambret o interrompe.
-Está tão confiante assim?
-De toda minha vida, pelo menos agora. Fiz algo certo.
-Você sabe onde ele tá não sabe?
-Me mate e você nunca saberá onde está o Pietro.
Lambret recua.
-E tem mais. É melhor você ficar pianinho ou perderá seu posto na irmandade pela quantidade de merdas que você tá fazendo. Não pode matar seus apoiadores e parceiros de equipe. É contra as regras.
-Me mostre onde ele está!
Ash se mostra confiante.
-Amanhã trago ele sem falta!
Meu corpo está mole demais.
"Será a pressão?".
Me sinto tonta também.
Ele me olha e se vira para
Ash como se pensasse numa saída provisória.
-Vou leva-la, Ashira. E se você interferir. Te empurrarei para cova, sabe muito bem que ela já está aberta.
Ele não responde e então Lambret passa comigo.
Eu olho nos olhos dele.
Ash acena com a cabeça
Como se quisesse me dizer.
"Tudo vai ficar bem, pode confiar".
Eu só queria dizer a ele...
"Obrigada por tentar".

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