Terapeuta

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Eiri

Estamos no Hyde park. Fazendo 'o que?' que eu não sei.
Tem várias pessoas aqui. Umas até fazendo caminhada.
O sol está me irritando e as atitudes de irina também.
Fico de braços cruzados, e com os olhos estreitos, por estar sem os óculos de sol.
"Não deveríamos ficar tão expostos."
Isadora se aproxima.
-Pai. Relaxa e curte com a gente. Vai ficar paradão, ai?
A ignoro.
-Já vi que o senhor não quer papo.
-Eu não tô afim de me arriscar.
Ela suspira derrotada.
-Como você é um velho ranzinza e rabujento. Meu deus. Só a irina mesmo.
-E você, não fica muito no sol. Faz mal pra você..e para..a Sophie. ( minha voz sai falhada ).
-Minha gravidez não é de risco, não. Fica tranquilo, vovô. ( isadora tira uma com a minha cara ).
Irie volta morrendo depois de dar 1 voltas no parque.
Ele desaba no chão.
-Êhh vidão de internet. Ficar só em joguinho de computador, da nisso.
-Pô. Sacagem. Me dá um break. Fiquei treinando para apresentação do colégio por 3 horas.
-Que porra você faz na sua escola moleque?
-Estudo, durmo, ouço música e faço apresentações. É uma merda.
Me sento na grama.
-E suas notas?
-As provas são só semana que vem.
-Hum.
-E as namoradas? Desistiu?
-Ah pai não começa.
-Estuda. Viu moleque! Se não eu te arrebento na porrada.
-E o luka pai?
Ele me corta.
-Tá fazendo a vida dele. ( digo seco )
-O Ash.. Tá malzão por causa dele.
Ignoro seu comentário.
-Eu vi uns passaports e uma passagem de avião na mesa dele. O que você acha que é? Será que ele tá atrás do luka ainda?
-O que você anda fazendo na casa do Ash?
Percebo a preocupação em seu rosto.
-Pai você sabe alguma coisa?
Fico mudo.
Irie encerra o assunto e se distancia.
-Quando que é sua apresentação.
Coloco a mão a frente do rosto pra tampar o sol.
Ele faz uma cara sarcástica.
-Você vai? ( irie se surpreende )
-Se não tiver nada para fazer, talvez eu dê uma passada. ( permaneço neutro ).
-Espero que seja no mínimo bom. ( digo num tom ameaçador )
Ele ri.
-Se eu perder meu tempo.. Irie eu aborto você.
-Pai na moral, não vai não.
"Como assim não? Tá me tirando?"
-Pois agora eu vou.
Irie engoli seco.
-É depois de amanhã ( ele diz muito descrente )
Irina vem bufando em minha direção.
-Eiri!
"Parece um anão de jardim nervoso".
-Eu posso ser lindo como um anjo. Mas não sou a branca de neve. ( digo num tom sarcástico )
-Vishh.. ( irie se afasta )
-Eiri levanta! Sem piadinhas! Quero ter uma palavrinha com você.
-Cadê os outros 6?
-SEM piadinhas, Eiri.
-Grossa. ( retribuo )
Ela vai para trás da árvore.
E eu a sigo.
-Já sei. Você quer que eu descubra se você é um vampiro?
-Eu não te chamei pra falar de crepúsculo idiota.
-Fala logo meio metro.
Irina se estica como um galo de briga, pra ficar mais alta.
Um riso escapa de meus lábios
-Se tá me escutando?
Irina coloca as mãos na cintura e eu a imito.
-Tô. Porque eu não sou surdo. ( digo no mesmo tom de voz que ela )
-A gente vai na terapia de casal não vai?
-Porra nenhuma. Não perdi nada lá. ( dou de ombros )
-Seu grosso! Eu só pensei que fosse uma idéia legal.
Riu sarcástico.
-Você vai sim!
-Ah katharina vai ver se eu tô na esquina.
Ela fica puta.
-Eiri. Precisamos ir! Nosso casamento está em crise.
-Crise nada. Eu tô muito bem. A única doente da relação aqui é você.
Ela me empurra na árvore.
-Ai caralho.
-Você vai! Entendeu?
-Irina você não consegue assustar nem um pombo. Como irá conseguir ME assustar?
-Assustar não. Arrastar! Para o nosso bem.
Reviro os olhos.
-Eu acredito em nós,  por isso quero fazer essa terapia. Nós podemos mudar Eiri.
-Já terminou?
Ela dá mini socos nos meu peito.
-Você vaiiiiiiiii..
Ela faz bico.
-Eiri..por favooooooor.
Irina começa me sacudir.
-Eu nunca te pedi nadaaaaa. Vamos lá, o que é que tem? Vamos tentar, diga sim, vai. Simmmmmmmmm.
Eu tiro suas mãos de minha blusa e limpo.
Ela faz cara de intojada.
-Vou pensar.
Irina fica aliviada e da um sorriso de vitória.
-E eu quero ir dirigindoooooo!
Eu quase tenho um treco.
-Com meu carro não.
-Seu carro. Simmmmmm
Reviro os olhos.
-Ahhhh Eiriiii.
-Num começa porra...
Ela começa a me sacudir outra vez.
"Porra do caralho. Eu só me fodo".
Mostro a chave.
E ela me larga depois de amarrotar minha blusa inteira.
-Aiiii..é tão lindo meu momô.. Você vai me ensinar, né? Vai me treinar não vai.. Hein.. ( ela faz voz de criança ).
Irina aperta meu rosto.
Eu solto suas mãos de mim.
"Eu também queria ter uma vida normal com ela, irina exige, muitas vezes, o que eu não consigo dar"
"Se eu pudesse parar. Evitar tantas mortes..dar um fim nisso"
"Será que no fundo eu quero continuar matando e fugindo?"
-Eiri!
-Oi.
-Se tá bem?
Eu volto ao meu foco.
-Vamos voltar.
-Um ataque terrosista abalou a cidade de Londres nesta manhã..
A secretária da Doutora Jennie coloca a tv no mudo.
Eu a olho, me perguntando porque ela fez isso.
"Eu queria ver".
Irina olha o papel da nossa ficha.
"Maldita curiosa".
-Porque tá escrito...
-Guilbert Heindrickson e Katharina Foster. Por favor entrem.
-Guilbert? ( ela pergunta )
-Mudou seu nome de novo Eiri?
-É para a minha segurança. E também para que a mídia não descubra, que um famoso como eu, esteve numa terapia sexual sem sentido.
-Ai mais é dramático.
-Um passo em falso e vou parar no site de fofocas.
Nós nos sentamos num sofá creme espaçoso.
-Querem uma água? ( a doutora pergunta )
-Tem uísque?
Irina me esfaqueia com os olhos.
-Não servimos bebidas alcoólicas aos nossos pacientes senhor..Guilbert .
-Bom, katharina me contou que vocês andam brigando e discutindo muito..
-Mais nós sempre resolvemos isso.
Irina me olha torto.
A terapeuta continua.
-Pelos seus relatos. Vocês tem uma conexão forte. Mas não sabem lidar com isso
Eu fico olhando Irina e ela fica murcha.
-Você é explosivo, temperamental, estão separados, mas não oficialmente. Tem dificuldades em demonstrar sentimentos e está com ciúme de seu bebê.
A terapeuta repousa a folha na mesa.
-Que isso ela fez um relatório da minha vida?
-Eiri..
-Isso é um absurdo.
-Ela também disse que o senhor negaria tudo.
Eu miro em katharina e ela vira o rosto para não olhar pra mim.
-Eu posso processar esse lugar.
-Eu sei que o senhor é famoso e que não quer seu nome e seu rosto estampados em jornais. Mas processar? Não há o porque processar. Sua companheira quem me deu essas informações.
-Famoso? ( fico pálido )
Ela sorri pra mim.
-Não estou aqui para fazer julgamentos e sim para ajuda-los.
Respiro fundo, já puto com essa situação.
"Inferno".
-Quero que liste para mim dez coisas que vocês gostariam de fazer e 10 coisas que vocês morrem de medo de fazer.
Ela nos estende duas folhas sulfites e duas canetas azuis.
-A faça me o favor..
-Eiri! ( irina me alerta )
-Faça o que ela manda.
-Eu não sou obrigado. ( digo de braços cruzados sem um pingo de paciência )
-Bem que minha filha disse que o chefe dela parece uma criança de 5 anos.
-Sua filha? ( junto os pontos )
-A minha funcionária nova, é sua filha?
-Sim. Por isso eu sei quem é você.
-Pois diga, que sua linda princesa, que virou plebeia, está na rua definitivamente.
-E você fará isso por birra?
"Essa mulher é patética, porque insiste em encher meu saco? Quem está perdendo é ela".
-Ao observar suas atitudes, insinuo que suas babas sofriam com você na infância.
-Nenhuma delas parava lá em casa, eu arrumava um jeito de demiti-las.
-Por diversão?
-Exato!
A terapeuta se reencosta na cadeira.
Ela finalmente desiste de me irritar. E eu vejo que a incomodei.
-Listem para mim por gentileza.
Ela aponta para as folhas.
Irina começa a anotar.
-Vê lá o que você vai escrever, hein.
-Ele controla sua vida ? ( Jennie pergunta a irina )
-Não. Não controlo. Só faço com que ela tome cuidado com determinadas coisas.
-Claro. ( a terapeuta sorri confimando o que ela queria saber )
"Cobra venenosa, quer tirar irina de mim, certeza".
Ela recolhe nossas folhas.
Irina preencheu tudo.
-Porque o seu está em branco?
-Porque não tá pedindo pra colorir.
-Eiri! Meu deus..ela é uma doutora tenha respeito.
-Tudo bem. Ele só está sendo territorial. Não gosta que invadam seu espaço.
-Hum.
"Até que ela é esperta. Parece até um animal racional".
A olho indiferente.
Ela lê o que irina escreveu.
-Ótimo. Katharina você fará um por um do que escreveu. Tendo encontros com seu parceiro.
Riu.
-Qual é a graça? ( Irina pergunta )
-Eu tenho cara de adolescente? Que porra de encontro. Acha que 'sair' vai resolver nosso problema?
-Eiri..você nunca entende nada. Deixa de ser cabeça dura!
Ela começa a ficar melancólica.
-Pelo menos todas que eu fudi, não tinham essas frescuras.
Katharina levanta e sai.
-Porque disse palavras tão fortes a sua esposa? Por causa do seu orgulho ferido?
-VOCÊ ACABOU COM MEU CASAMENTO. Você que a deixou assim. Por ser incompetente e inútil. Estavámos bem sem seus palpites insignificantes.
A terapeuta fica boquiaberta.
-Ela é uma guerreira suportar você. Não acha que deveria se esforçar por ela.
-Mais do que eu faço? Só se eu arrancar minha pele e fazer de casaco pra ela.
-Então faça!
Eu assusto.
-Se realmente a ama.
"Quem ela pensa que eu sou?"
-Eu tô com a minha consciência tranquila.
-O primeiro passo é pedir desculpas. Mesmo com a consciência tranquila. Reconheça seu erro.
-Eu sou psicólogo, eu sei disso.
-Então porque não o faz?
Minhas mãos esfriam..
-Eu..acho que..é diferente. ( tremo nas palavras ).
Ela sorri.
-Agora sim é o Eiri de quem ouvi falar. Esse sim é meu paciente.
-O quê?
"Ela estava me testando?"
-Você não é durão. Só finge que é. Isso tudo é um escudo. Para se proteger e não se magoar. E se alguém for muito fundo. Pode acabar se machucando.
Ruborizo
Aquilo me deixa desconfortável.
-Você não me conhece, mulher! ( a ameaço )
-Nem preciso. Em 30 minutos eu entendi você por completo.
A olho de canto.
"Tá me tirando vagabunda?".
Irina volta.
-Desculpa. Eu acho que é a gravidez que me deixou mais sensivel. Mas conversar com elas me deixou melhor.
Irina massageia sua barriga.
-E elas conversaram você? Disseram: 'olha como a mamãe tem uma voz de retardada!' , 'olha! ela acha que a gente tem problema'.
A terapeuta me olha como se eu fosse um monstro. E irina respira fundo, completamente desconfortável com minhas palavras.
"Rina.."
-Hum.
-Porque você não escuta o que elas tem a dizer. Basta colocar um dos ouvidos na barriga. Talvez elas achem sua voz mais legal. ( Jennie me devolve a resposta num tom desafiador ).
Irina sorri para terapeuta.
"Puta".
-Irina ele não vive te ignorando? Ignora ele. E quando você vê que a situação ficou complicada. Responda no mesmo nível, use as palavras dele contra ele mesmo. Não precisa ser submissa a tudo que ele diz. Nem seja tão boba. Sua inocência atrapalha um pouco.
Ela acena que sim com a cabeça.
"Que isso? Tá criando cobra pra me picar?".
"Na minha frente, ainda? Olha a  audácia dessa filha da puta!".
-Eu tento ignorar..mais não funciona muito. Eu me estresso demais. E as coisas pioraram quando minha mãe se foi. Ele não me deixa ter amigos, nem ver meus parentes, em todo lugar que eu vou, tem pessoas me vigiando. Eu não posso nem ir a padaria sozinha.
"Katharina..como pôde? Faço isso para proteger você, sua ingrata!"
-Relacionar-se não é ter posse ou propriedade, é cuidar, se importar, se colocar no lugar do outro. O ciúme acaba estrag...
-Você ficou louca? Quem tem ciúme aqui? Isso é loucura da cabeça dela, irina fantasia as coisas. A cabeça dela só tem minhoca. Ela só fala merda...
-2x0 para o seu orgulho.
-Quê?
-É..você não percebe o quanto está sendo escroto com sua mulher? Você mais uma vez está rebaixando ela para se sentir superior. E para que você volte a sentir-se bem. Você precisa colocar alguém a seus pés. Inacreditável.
-Ele sempre foi assim. Desde que o conheci. Mais ele mudou muito.  ( irina diz assoando o nariz )
-Ela vê um lado bom em você. ( a terapeuta joga )
Fico sem responder.
-Irina..
A terapeuta pega nas mãos dela.
Sinto uma agonia no meu peito.
"Queria pegar na mão dela, ver se está fria ou quente. Sentir seu perfume, e seu coração acelerar. Ela está aflita. Eu não consigo ignorar isso..quero toca-lá."
A terapeuta tenta acalma-la e pede água para secretária.
"Porque eu faço isso com ela?"
"Porque estou me arrependendo? Ela mereceu. É uma idiota! Chorou por nada."
"Eu magoei ela.."
"Magoei nada! Foda-se. Ela que é fresca. Maria chorona".
Sinto meu rosto esquentar.
-Eu queria ser boa pra ele.. ( ela diz em prantos )
-Eu queria ser útil sabe? Eu não consigo fazer nada direito. Eu sou uma imprestável! Ele faz tudo e eu nada...
"Irina.."
-Eu sinto inveja dele.
Meu corpo começa a se comportar de maneira estranha. Eu a olho com um semblante melancólico.
-Eu queria ser como ele. Forte, frio, sensato, cabeça erguida, corajoso, queria enfrentar meu dia a dia sem medo. ( ela termina e olha para mim )
-Eu me odeio por não ser como você.
Aquilo me deixa triste de certa forma. "irina com inveja de mim?".
-Você não precisa ser ele, mas aprender com ele. ( a terapeuta olha nos olhos de Irina )
-E enquanto a você? ( a terapeuta me olha firme )
E eu viro meu rosto para janela.
Meu rosto está em chamas, meus olhos estão pesados.
"Droga! Odeio isso!".
A terapeuta volta a conversa com irina, e depois a dispensa.
Ficamos sozinhos naquela sala.
"Eu e a pscicopata da terapeuta".
-Porque não contou a ela? ( pergunto com a voz um pouco baixa )
-Que você está chorando?
Me viro para ela com algumas lágrimas no rosto.
-Eu não fiz isso porque seria 3×0 para o seu orgulho. Sim, você trataria a katharina mal de novo para se sentir melhor. E isso não é saudável.
Eu riu, inconformado com o estado decadente que estou.
-Mas você pode mudar esse placar fazendo 2×1. Com uma boa ação.
Eu abro um sorriso pra não me automultilar.
- Seu choro valeu 1 ponto, seu sorriso, mais 1 e para fechar 2×3 você poderia pedir desculpas a ela. Assim seu orgulho seria derrotado por completo.
-Isso é um jogo pra você? ( digo com muita raiva dela )
-Sim.
"Vadia.."
-Porque não tenta anotar o que você faz e marcar pontos irá te ajudar.
Eu cruzo as pernas e os braços.
-Não quero. ( respondo seco e a encaro bem )
Mantenho minha cabeça erguida e minha opinião intacta. As malditas lágrimas ainda caem.
-Eiri.. Não sei o que te ensinaram ou como você viveu. Mas entenda. Sua vida é outra agora. Você vai ser pai, tem uma mulher que te ama, que quer te ver bem.
Lembro de irina me sacudir debaixo da árvore. Para vir nessa droga de terapia.
Da felicidade em seus olhos de quando lhe mostrei a chave do carro. Do chaveiro em formato de esqueiro, dourado, que ela me deu de presente. Daquela maldita cueca rosa e daquele batom vermelho horrível, que ela me obrigou a usar.
Volto a prestar a atenção em Jennie.
-Faça as coisas que tiver vontade. Comece aos poucos. Dê mais valor a ela. Não confunda sentimento com posse. As pessoas são livres.
"Eu me odeio por não ser ele"
Minhas lágrimas caem mais rapidamente. E elas não param
"Caralho eu não consigo parar".
Olho firme a terapeuta mostrando que não hesitarei. Não mudarei meu jeito para agradar ninguém.
Ela acente.
-Mesmo derrotado você ainda resiste. ( ela solta a caneta e tira os óculos para me olhar )
-Eu não me importo com ninguém, além de mim mesmo.
Minhas lágrimas ainda caem. Me sinto fraco e triste. Porque sinto que estou errado?
-Eu também sou psicóloga e psiquitra, acredite, existem pessoas piores do que você.
Uma criança entra com a mãe.
-Oi Heitor..como vai?
Eu olho aquele pivete, que me devolve um olhar feio.
-A diferença é que esse é bem mais irritado.
-Oi Heitor e seu irmaozinho como está.
Ele fecha a cara.
-Bom minha consulta acabou, né?
-Eu quero fazer uma pergunta aos dois.
Eu sento de novo.
"Porcaria.."
-Vocês gostam de cabo de guerra?
Eu olho entediado.
O menino diz que sim.
-Vamos imaginar duas cordas, elas representam o amor..
"Lá vem essa porra de novo, mais que caralho".
-De um lado tem a mamãe, o papai, seu irmazinho. Do outro, você. Para  Eiri é a mesma situação, de um lado ele e do outro tem, irina, irie, isadora, karen e karina.
"Caralhoooo. Essa mulher deve saber até minha conta do banco".
-Quem ganharia?
-Se eu puxasse com força. Com certeza eu ganharia ( o menino diz convicto )
"Esse moleque.."
-E você Eiri, teria chance?
-Sim.
"Não".
Ela continua me olhando.
-Vocês estão sozinhos do outro lado. Acha que conseguiriam?
-Eu cortaria a corda.
-Se tivesse uma faca, sim. ( o menino diz )
-Suponhamos que tivesse.
-Mais não tem ( ela me corta )
-Hum.
Fico puto.
"Num dá nem pra imagina".
-Eu ameaçaria todos com minha arma, para largarem a corda. O que acha? ( digo com sarcasmo )
-Você tem uma arma? ( a terapeuta fica preocupada )
-N-não. Não tenho.
A criança já me vê com outros olhos.
-Eu faria uma genkidama igualzinho o goku e destruiria a corda.
Eu olho o menino fazer os movimentos na cadeira e me espanto.
-Senhor..essa criança é doente. Se você fizesse isso na minha casa eu te exorcisava na bala. Galinha pintadinha tá comendo seu cérebro.
-Não é galinha pintadinha é Dragon ball! ELE É UM DEUS.
-Meu deus é mais poderoso que esse seu. E ele se chama jesus cristo!
-O senhor bills destrói planetas com espirro.
-O meu transforma àgua em vinho.
-Gente.. Meninos vamos voltar o assunto.
-Alguém interna essa criança e joga a tv dela pela janela. Que deus é esse que você espirra e o planeta explode?
-Meninos..
-Ele veio no meu sonho. Ele disse pra mim destruir a terra.
Eu olho de canto meio assustado com aquela criança.
-Esse com uma arma seria uma desgraça.
A terapeuta bate as mãos e nós dois saltamos da cadeira.
-A resposta está errada. Vocês perderiam. Seria óbvio. Mas o ponto que quero chegar é, não haveria corda, porque não é uma guerra. Para que gastar forças, se vocês podem estar do mesmo lado. E se vocês se ajudarem, serão mais fortes.
-Faz sentido ( digo )
A criança pensa e depois concorda.
-Devemos ajudar, irmãos e filhas. Assim vocês pegaram amor, não estarão mais vazios e sozinhos.
"Que papinho furado hein".
-A gente vê um amiguinho da escola com fome, e então resolvemos dar nosso pedaço do nosso lanche.
A criança acena com um sim.
-Então vamos aprender compartilhar o amorrrr. ( ela diz empolgada ).
E eu aplaudo. ( debochando )
Ela me olha feio e eu paro.
Saimos da sala com um balão em formato de coração na cor vermelha.
-Eu não gosto de dividir.
-Nem eu ( o menino concorda comigo )
Vejo irina na recepção.
-Tó..
Estendo pra ela.
-Palhaçada viu..
Ela pega com um sorriso meigo.
E nós caminhamos até o carro.
-Amanhã é o chá de bebê da isadora.
-Nem me lembre disso.
-Gostou? ( ela me pergunta sorrindo )
-Péssimo.
Ela ri.
-Vamos praticar. Vai dar certo, você vai ver.
-Você conhece um deus que explodi planetas com um espirro?
-Tem o bills. ( ela me responde franzindo a testa )
Me espanto.
-Você segue esse deus?
-É um anime, Eiri
-Ah.
Ela balança a cabeça rindo.
Irina pega um canetão jogado no carro.
E escreve no balão.
-O que tá fazendo ( fico curioso )
Ela me mostra.
-Erina?
-Nosso shipp.
Olho com ranço.
-Credo.
-Aiiiii grosso.
Ela tampa o canetão. E eu aproveito seu momento mais fofo para beija-la.
Encosto meus lábios nos seus, de leve.
Ela abre a boca no mesmo instante que a minha.
Irina segura em minha blusa. E eu em seu rosto.
Eu me separo do beijo.
E me ajeito no meu banco de motorista.
-Vou estourar esse balão feio.
-Para Eiriii. Ele é LINDO.
-Lindo sou eu.
Eu estaciono o carro.
-Que foi?
-Sai do carro.
-O que eu fiz?
Abro porta e saio.
Irina me olha sem entender.
Vou para frente do carro e ela também
Irina olha para o capô do carro e pra mim.
"Ela acha que eu vou comer ela aqui e agora".
-Safada.
Jogo as chaves na mão dela. E trocamos as posições.
Ela olha pra mim super feliz.
-É sério?
-Anda logo antes que eu destista.
Abro a porta e me sento.
Ela também entra no carro.
Ajeito o banco para ela.
-Liga o carro.
-Tá. ( ela coloca a chave e gira )
Ela põe o pé no acelerador a gente da um tranco pra frente.
-Calma.
Ela respira ofegante.
-É isso que é adrenalina?
-Você quase bateu no carro da frente.
-Foi mal..
-Consegue dar ré.
Ensino ela.
-Como você consegue ver essas coisas?
-Vira o carro pra esquerda.
Ela ri.
-Se não sabe o que é ESQUERDA?
-Calma perai.
-Meu deus..
-Ahhh.
-Ahhhhhhhh você descobriu parabénsss. ( digo debochando )
Ela ri mas consegue virar o carro.
-Tá e agora?
-E agora a gente tá torto.
Ela vai devagar mas o carro vai pra trás, ela assusta.
E eu puxo o freio.
-Calma. É normal o carro andar sozinho. Tem que freiar.
-Você tá tão calmo Eiri..achei que fosse gritar comigo.
-Se eu te pressionar. Você não anda.
Ela me com um pouco de vergonha.
"Adoro isso..esse olhar dela, inocente pra mim. Parece até coisa de maníaco mais adoro isso".
Ela tira a jaqueta jeans e amarra o cabelo em um coque. A alça de seu sutiã cai.
"Meu deus a Irina sem fazer nada já me deixou excitado"
O cabelo dela desmancha sozinho por estar muito liso.
-Eu consigo.
Ela começa a pegar o jeito.
-Viu eu consegui.
Ela passa na lombada com tudo.
E todos meus orgãos parece que se juntam de uma vez.
-Mano..( fico puto )
Ela ri da própria desgraça.
"Me desencantei, não me sinto mais excitado por ela".
-Irina onde a gente tá?
-Sabe que eu também não sei.
A olho com vontade de mata-la.
-Mais é lerda. Você não olhou no gps?
-Onde tá?
Eu fico indignado com a lerdeza dela.
Ela ri da minha expressão.
-Ah eu achei que você sabia.. Eu só seguindo reto.
-Minha nossa..
Olho o gps.
Vira a próxima.
-Ata, essa?
Ela vira com tudo, passando bem rente pelo caminhão.
-Tá qual mais eu tenho que virá?
Eu fico paralisado. Apoiando minha mão no vidro.
-Eiri você tá bem?
-Eu vi minha vida passar diante dos meus olhos.
-A não exagera só foi uma curvinha.
Ela vê uma descida e vai a milhão.
-A lombada katharina!
-Que lombada?
Ela passa contudo e praticamente saimos da cadeira.
-Nossa nem vi! ( ela diz animadaça )
Eu fico horrorizado.
-Minha nossa..
O carro buzina por ela quase arrancar o retrovisor dele.
-Irina o sinal tá vermelho.
-Eu nem olho semáforo.
-Puta que paril..
Ela joga o carro na frente do táxi. E acelera contudo passando a moto.
-Tá dahora num tá?
Eu me seguro na lateral do carro
-Queria ter dois cintos agora.
Ela joga o carro pra esquerda, direita e depois esquerda.
Eu fico em choque.
-Se quer matar a gente fala caralho!
Ela gargalha.
-Tá com medo?
O motoqueiro xinga ela, e ela joga beijo.
O caminhoneiro tenta passar ela, e ela passa na frente dele.
-Irina...
Ela nem me escuta.
-Eu só quero chegar vivo.
-Vou manda todos eles toma no cu. Não é?
Eu só observo.
-Eiri se tá quietinho. Tá tudo bem?
-Tô.. Só olha pra frente pelo amor de deus.
Irina passa entre dois caminhões animadíssima.
E eu me encolho todo.
Ela estaciona bruscamente na frente de uma lanchonete.
-Achei muito louco. VOCÊ VIU..FOI DEMAIS..NOSSA É MUITO GOSTOSO DIRIGI. É tipo transa, sabe?
-Eu ainda prefiro..transar. É mais seguro.
-Vamos comer primeiro. ( ela diz contente )
-Pra ir aonde depois? ( fico em dúvida )
-Não vai querer dormir comigo? ( ela pergunta )
-Irina você tá bem? ( digo pela informalidade dela )
Eu vou abrir a porta e ela não deixa.
-Eu abro para meu princeso.
Ela abre e eu desço cambaleando.
"Nossa tô tonto".
Coloco a mão na cabeça.
-Vamos comer muito x-burguer com bacon e cheddar. Vou logo pedir uns três e você princeso?
-Onde tem um banheiro? ( pergunto a garçonete )
Volto depois de vomitar minha alma no banheiro.
-Eu pedi suco de laranja sem açúcar pra você e um croasan de queijo branco com massa folhada.
"Adorei".
-Ótimo.
Irina se empanturra de batata com cheddar e bacon. Ela conseguiu comer 3 lanches.
-Eu vi uns pedaços de pizza ali..parece que eles tão me chamando. ( ela diz com desejo ).
-Cuidado amor você pode passar mal. ( solto de espontâneo ).
-Amor? ( ela questiona )
Eu tomo meu último gole de suco completamente sem graça.
E ignoro irina.
-Moça me vê uma salada. ( peço )
A moça manda preparar.
Um vento gelado bate em minhas costas e irina se levanta e coloca a jaqueta dela em mim.
-Que porra é essa katharina?
-Pro meu princeso não adoecer.
Logo mais, vou com ela escolher o pedaço de pizza. Ela escolhe 4. E por sinal, come com muito gosto.
Corto a alface com a faca, enrolo no garfo, espeto uma rodela de tomate e como.
-Que foi? ( pergunto )
-Você é tão delicadinho pra comer, e eu pareço uma draga.
-Eiri porque você come tão pouco?
Eu olho a chuva cair pesada e a moça correr para baixar os toldos.
-Porque só 40% do meu estomâgo funciona bem. Eu comia pouco para não engordar, por causa da minha madrasta, dai eu tive bulimia e isso me fudeu.
-Eiri.. Porque não me conta essas coisas.
-Porque você nunca perguntou.
-Eu achei que você era fresco. ( ela pergunta de forma doce ).
"Aquela filha da puta me fudeu".
-Você era.. Gordinho?
-Era.
-Era?
-E usava óculos.
-Eiri? Meu deus para de esconder coisas. Perai.. Você usava óculos? Sua visão ficou boa?
-Não..
A cada pergunta dela, fico mais incomodado.
-Você só usa óculos pra ler..
-Eu não enxergo muito bem, mas enxergo.
-Então você parou?
-Porque eu odiava, achava horrível.
-Mas pode prejudicar sua visão.
Suspiro.
-Mais você é loiro mesmo, né?
-Sempre fui. Nunca pintei o cabelo.
-Já usou lente?
-Não.
-É verdade mesmo que você perdeu a virgindade aos 10 e fumou aos 14?
-Sim. ( digo seco )
-E..
-Irina. Já chega. Não acha que perguntou demais?
Nós pedimos a conta.
Eu e ela alugamos um quarto e decidimos repousar ali. Já que ficou tarde e perdemos a rota.
-Passou da meia noite já. ( ela diz com a voz baixa )
Irina tira os sapatos e segue até a cama, para deitar-se.
"Tô muito cansado, não sei se vou ter pique pra fazer algo agora".
-Amanhã vai ser um dia cheio. ( ela diz sonolenta )
Tomo um banho.
A ducha é fraca. Mas dá para ficar de boa.
Eu passo a mão pelo rosto quando sinto irina beijar minhas costas e minha tatuagem do braço.
-O que veio caçar aqui? ( a questiono )
-Você fica chateado por eu te chamar de gordo? ( ela me diz chateada )
-Não. Eu não sou gordo. ( respondo neutro ).
Ela ri.
-Hum.
-Eu vou te transformar num obeso, pra você ficar só comigo e ninguém te querer mais.
-Nossa.
Ela beija meu peito, meu abdômén e vai descendo até o meio de minhas pernas.
Ela abocanha meu membro e aquela é a melhor sensação do mundo.
Ela me chupa lenta, devagar, como se fosse a melhor comida do mundo.
Eu levo minha mão até sua nuca. E fico olhando pra ela.
"Irina é muito boa nisso".
Em segundos eu levanto ela pela nuca. E a beijo de forma calorosa e rápida.
Rina geme entre meus lábios.
-Vira de costas pra mim..
Ela se vira.
Eu passo a mão por suas coxas e a masturbo ali mesmo.
-Eiri-i não faz isso..
Ela se contorce toda, escorada em mim.
-Vai devagar-r...
-Se for devagar não tem graça..
Ela começa a soltar gemidos baixos.
Irina empurra sua cabeça no meu corpo e passa a lígua pelos lábios.
-Eiri-i tá bom..
Eu devoro seu pescoço e ela goza na minha mão, no mesmo instante.
Ela respira descontroladamente.
Irina pressiona minha mão.
E ela mesmo faz seus movimentos.
-Me usando de vibrador, irina?
Ela ri cansada.
-Até nisso você me usa?
Ela passa sua mão por meu pescoço.
E seus gemidos ficam mais gostosos.
Mordo seu ombro de leve, e depois forte.
Seu sorriso me demostra gosto pela coisa.
Irina trás seu pescoço á minha boca, e eu a mordo.
"Seus gemidos me exitam muito."
Eu puxo seus cabelos, e passo minha língua em sua orelha.
Depois de estimular irina e masturba-la, desligo o chuveiro e visto o meu roupão.
Saindo do banheiro, avisto  irina também de roupão, jogada na cama, dormindo.
"Coitada fiz ela gozar 6 vezes".
Eu quis satisfazê-la e isso pra mim foi de bom tamanho.
Me deito do lado dela. E a puxo para mim.
Ela resmunga, mas depois aceita.
Eu fico abraçado com ela, até eu pegar no sono.


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