A Chegada das gêmeas

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Eiri

Ainda na calçada do hospital, abraçando minhas pernas e com raiva de mim mesmo, permaneço refletindo.
-Eiri, vamos ver as meninas no berçário! ( Luka pega em meu braço ).
-Eu não vou.
-Como assim não vai? São suas filhas ficou louco? ( Luka escama )
-Pai, mais que loucura é essa? Agora vai rejeitar as meninas como a Isadora rejeitou a filha ?
-Rejeitei coisa nenhuma! Seu moleque mimado dos infernos.
-Chega vocês dois! ( Luka interfere ).
Após alguns segundos de silêncio.
Luka me levanta de maneira bruta.
-A merda já tá feita, deveria ter pensado nisso antes.
-Eu nunca quis ter mais filhos ( olho pra ele com raiva ).
-Tarde demais playboy, agora volta pra aquela merda de hospital e atua como pai que você é.
-Luka solta ele ( Irie pede ).
Eu mesmo solto meu sobretudo da mão de Luka.
-Eu vou olhar, mais nunca vou amar essas coisas, se a Irina morrer. Que fique bem claro!
Esbarro em Luka propositalmente.
Ele range os dentes mas não faz nada.
Adentro ao hospital pisando forte. E com a paciência na casa do caralho.
-Gente o que que deu nesse homem? ( Ash fica horrorizado ).
-Nada demais, só jogando a culpa dos erros dele nos outros, como ele sempre faz ( diz Irie ).
-Como se as crianças pedissem pra nascer ( Luka completa ).
Chego até lá e os bebês são todos iguais, e pra ser sincero não acho nenhum bonito.
"Cara de joelho".
-Ei! Onde estão Karen e Karina? ( pergunto a uma trabalhadora próxima ).
A moça me olha um pouco assustada pelo meu tom de voz alterado e logo depois, me entrega um sorriso satisfatório.
-São essas duas da frente!
-Ah...
-São lindas e estão bem saudáveis. ( a enfermeira diz de forma carismática ).
-O senhor é pai delas?
Minha mente trava.
-Ah-h..eu não eu tô.. aqui a passeio mesmo.
"Que merda eu tô dizendo?"
-O senhor está bem?
-Só um pouco... ( salto os olhos )
-Confuso? ( ela completa ).
Eu fico olhando uma delas se agitar e a outra permanece dormindo.
-Como isso é possível... ( sussurro )
-O que? ( a enfermeira diz ).
-Onde está a Irina, você sabe dela?
-Irina?
-Deixa quieto, eu..
Dou mais uma olhada nas meninas.
-Volto mais tard-
-Eiri! Estava procurando por você!
-Enfermeira Glauce?

Ash

Do lado de fora do hospital próximo a uma fonte, decido conversar com Luka.
-Luka, acha que tá tudo bem agora?
-Você diz da irmandade?
-Não. Eu não quis dizer sobre a irmandade.
Luka me olha surpreso.
-Eu quero dizer sobre nós.
-Nós? Ficou maluco você tá com o Irie agora.
-Eu sei..eu quero dizer se estamos de paz um com o outro.
-Sempre estivemos.
-Entendi.. ( olho apreensivo ).
-Acho melhor se afastar antes que seu "namorado" venha pra cima de mim com ciúmes de você.
-O Irie nã-
-Ash qual é a tua?
-O que? ( riu com a mudança estrema de Luka )
-Ficou comigo, queria o Eiri, agora tá com Irie? O que você pretende.
-Só sou uma pessoa que gosta de experimentar várias coisas. ( mordo minha unha do dedo polegar ).
Luka se aproxima de mim.
-Se você estiver tramando alguma coisa..
Eu riu e pego em sua jaqueta com força dando lhe um tranco.
-Você é bobo Luka.. e frouxo
Sorrio para ele.
-Você sabe aproveitar os prazeres da vida.( digo a ele passando o dedo indicador em sua boca fazendo o contorno da mesma ).
-Você que jogou a sua vida no lixo, se relacionando com aqueles velhos.
-Eu te amei de verdade, viu?
-Me dando chifres em troca de dinheiro, que amor estranho, não?
Ele tira minha mão de sua boca.
Dou dois tapinhas de leve em sua jaqueta.
-Está limpo.( sorrio sarcástico ).
Irie chega.
-Aconteceu alguma coisa, Ash?
-Só coloquei o papo em dia, babyboy.
Luka desvia o olhar de Irie.
-Nada more só tava colocando o Luka no lugar dele. ( entrelaço meus braços no pescoço de Irie ).
Olho fixamente pra Luka que me olha com ódio.
Dou um beijinho no rosto de Irie e entro no hospital.
O clima entre os dois fica tenso.
"Eu ainda vou ser a ruína dessa família. Mais eu quero mesmo é que se exploda".

Eiri

-A Irina está bem, ela está no quarto descansando.
Meus olhos se arregalam.
-Ela está fora de perigo.
Eu sento com tudo no banco atrás de mim.
-Graças a Deus... ( desabo no banco como se o peso da minha consciência fosse embora naquele instante ).
Levo as mãos ao rosto.
-Sua esposa é muito forte.
Não respondo.
-Viu Karen e a Karina, não são lindas..
-É... ( digo seco ).
-Quando puder ver a Irina, eu te aviso.
A enfermeira sai um pouco sem graça com a minha atitude.
"O primeiro choro que essas meninas derem, eu saio de casa".

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