Ítalo (Extra)

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"Olá, meus amores! Como vão? Sei que estou há muito tempo sem vir aqui e que já até tinha finalizado o livro, mas o bichinho da criatividade ficou me incomodando e resolvi trazer mais esse extra (é o último, prometo). Mas dessa vez, será de uma pessoa diferente. Ítalo. Isso mesmo, o pai do Thomas. Sei que ficou um pouco vaga a ideia sobre o Ítalo na história, então resolvi trazer um pouquinho dele para cá, porque tenho que admitir que apesar de pouco parecer, eu tenho certo apego emocional com ele.

Então, vamos parar de enrolação e vamos logo à história. Espero que gostem. Foi pensado e feito com muito carinho. Beijos e boa leitura!"



— Quer nos contar o que aconteceu exatamente, Ítalo? – Questionou a mulher sentada à sua frente.

Ítalo mantinha o olhar baixo, fixo nos dedos entrelaçados em cima da mesa, tentava controlar o tremor que tomava conta de seu corpo, suspeitava de que toda a adrenalina anterior ainda percorria suas veias. A algema que o prendia àquela mesa não ajudava a diminuir o desconforto. Logo viu o rosto experiente daquela mulher entrar em seu campo de visão. Ela havia abaixado a cabeça até que ele a encarasse.

A pele negra daquela mulher, parecia esconder muito mais do que sua idade, escondia toda a experiência que ela tinha, o que de certa forma confortava Ítalo. Aquilo de certo o ajudaria, ela o entenderia.

— Prometa que não colocará Thomas no meio disso. – Pediu ele, com voz baixa – Que deixará meu filho fora disso.

— Ele já faz parte disso, Ítalo. Ele foi a vítima, precisamos conversar com ele.

Em um acesso de fúria, Ítalo socou a mesa e pela primeira vez encarou a mulher, enquanto berrava:

— Ele tem cinco anos! É uma criança, não sabe de nada! – Com a voz mais branda, completou – Ele não lembra. Ele não sabe o que aconteceu e não quero perturba-lo com isso... é tudo culpa minha.

— Não é sua culpa, Ítalo.

— Se eu não tivesse os ajudado isso não teria acontecido.

A mulher suspirou profundamente e se recostou na cadeira, cruzando os braços à frente do corpo. Observou atentamente o rapaz, os olhos azuis perturbados e os cabelos escuros desgrenhados, muito diferente da postura costumeira dele. Por fim, ela concordou com a cabeça e prosseguiu:

— Muito bem, iremos deixar seu filho fora disso, mas terá que nos contar o que aconteceu. Em detalhes.

Ítalo concordou e ajeitou a postura na cadeira, fungou e fez silêncio por alguns instantes antes de começar:

— Eu estava sozinho em casa com o Thomas. Minha esposa tinha ido viajar. Para a Inglaterra, visitar os pais. Eu havia dado o dia de folga para os empregados, queria ficar sozinho com meu filho. Só eu e ele.



Naquela tarde chuvosa, Ítalo estava sentado no chão da sala de estar de sua casa, Thomas estava sentado à sua frente, encarando as peças pretas e brancas que haviam sido postas sobre um quadrado xadrez, também preto e branco.

— Muito bem, Tom, vou te ensinar a jogar dama.

— Mas é difícil. – Reclamou o pequeno, erguendo os olhos para o pai.

— Não é, não. Só deve prestar atenção. Por exemplo, essa peça sua pode comer a minha.

— Comer?

Descoberto - A vida secreta de Thomas Belmok - Escândalos Na Coroa 3Onde histórias criam vida. Descubra agora