Capítulo 61

123 20 87
                                    

Aquela semana foi bem difícil para todos na casa, Colin até ficara um pouco doente e desanimado por conta da ausência de Thomas, e o pior de tudo era que não se poderia levar o pequeno para visitar o pai, mas a boa notícia veio no fim de semana, onde a médica acabou dando alta para Thomas.

Antes dele de fato sair do hospital, porém, Micaela fez uma chamada por vídeo com ele, aproveitando que lá ele teria um pouco mais de sossego do que quando chegasse em casa, conversaram por cerca de vinte minutos e Micaela acabou dizendo que adiaria a festa de aniversário de Benjamin, apenas para esperar Thomas se recuperar e participar da festa, ainda que ele não se lembrasse do afilhado.

Quem buscou Thomas no hospital foram Aurora, junto com Pietro, enquanto isso, Amália e Marina ficaram na casa, arrumando tudo para que quando ele chegasse, encontrasse tudo na mais perfeita ordem, Amália tinha até dado banho em Colin e posto uma roupa especial no menino, que ainda parecia um pouco manhoso.

Assim que a porta da frente se abriu, revelando Thomas, Colin correu em sua direção, abraçando suas pernas e gritando:

Papá!

Thomas parou, atônito, na entrada e ficou encarando o bebê agarrado a ele e que logo estendeu os bracinhos para cima, pedindo:

— Pega, pega!

Thomas encarou a avó e perguntou:

— Quem que imprimiu uma cópia minha?

Aurora riu, de forma terna, e respondeu:

— Esse é seu filho, querido. O Colin.

Ele encarou o pequeno que continuava resmungando e pulando, com os braços estendidos para cima. Parecia desesperado e os olhinhos cinzas começavam a se encherem de lágrimas. Thomas experimentou uma sensação nova naquele momento, ou talvez já tivesse sentido e se esquecera disso também, porque ali dentro de seu peito, o coração batia forte e um sentimento intenso de amor começou a pulsar ali. Era como se Colin preenchesse o espaço vago que tinha ali.

Então ele calmamente se abaixou e abraçou o menino, que se jogou em seus braços, o apertando de volta e afundando o pequeno rosto em seu pescoço, Thomas sentiu algumas lágrimas molharem sua camisa e por muito pouco não derramou algumas lágrimas também, por ver o pequeno tão desolado como estava. Quando se levantou com o pequeno ainda em seu colo, percebeu dois cães se aproximarem, um border collie de pelagem preta e branca, e que parecia muito sedosa, e um filhote que aparentava não ser de raça alguma. O cão maior o cutucava com a pata e vez ou outra se esfregava em sua perna, emitindo um som que poderia parecer um choro.

— E de quem é esse cachorro? – Perguntou ele, de novo.

— É seu. Está com ele há quase dois anos, ele te ajuda quando tem suas crises. – Respondeu Marina, vindo da cozinha.

Thomas levantou os olhos e encarou aquela senhora baixinha e gorducha à sua frente, o homem mais velho, que o trouxera para casa, se aproximara dela, dando a entender que eram um casal. Ele tentava de todas as formas buscar aqueles rostos em sua mente, mas tudo não passava de páginas em branco, era tudo muito confuso e parecia que muitas coisas tinham sido apagadas de sua mente. Como se um simples sopro pudesse levar embora tudo o que ele viveu, e aquilo incomodava, doía, pois sabia que aquelas pessoas presentes ali eram importantes para ele, assim como ele era importante para todos... Ele amava todos ali, mas não se lembrava.

— Não sabe quem eu sou, não é? – Perguntou Marina, cautelosa. Quando Thomas balançou a cabeça, negativamente, ela completou – Então deixe-me apresentar novamente. Eu sou Marina, esse é meu esposo Pietro. Nós cuidamos da casa e muitas vezes de você também.

Descoberto - A vida secreta de Thomas Belmok - Escândalos Na Coroa 3Onde histórias criam vida. Descubra agora