Descoberto - A vida secreta de Thomas Belmok - Escândalos Na Coroa 3

Capítulo 53

"Eu quero esconder a verdade
Eu quero proteger você
Mas com a fera dentro
Não há onde nos escondermos [...]

Quando você sentir o meu calor
Olhe nos meus olhos
É onde meus demônios se escondem
É onde meus demônios se escondem
Não se aproxime muito
É escuro aqui dentro
É onde meus demônios se escondem
É onde meus demônios se escondem"

Demons - Imagine Dragons

Na manhã seguinte, Thomas se levantou cedo, não dormira quase nada na noite anterior e não aguentava mais ficar na cama, por isso deixou Colin dormindo e desceu. Tratou de arrumar a fechadura na porta e toda a bagunça feita na cozinha. Depois ficou na biblioteca, encarando os porta-retratos por longos minutos, ele encarava em especial um que estavam só ele e seu pai, Ítalo. As imagens da noite passada voltavam como flashes e ele sabia exatamente porque aquele homem invadira sua casa... Só não imaginava que suas atitudes colocariam todos ali em risco.

Ouviu a porta da biblioteca se abrir com um estrondo e viu Amália passar por ela como um furacão, ela ignorou o fato de Thomas usar apenas uma calça cinza de moletom e estar com uma expressão confusa.

— Precisa de algo? – Perguntou.

— Preciso de explicações. – Respondeu ela – Eu tentei ignorar os fatos, mas eles ainda estão rondando minha cabeça.

— Do que está falando?

— Aquele homem veio aqui com um único objetivo. E ele não veio roubar, porque se fosse isto, ele teria levado as coisas que queria... Ele veio atrás de você, Thomas... Aquele homem veio te matar! – Thomas a encarava perplexo, com os olhos um pouco arregalados, enquanto Amália continuava – Não adianta negar ou inventar desculpas, ele veio te matar e isso era claro... Agora eu só quero saber o porquê. Com o que você está envolvido, Thomas?

Ele engoliu em seco e andou em direção a ela.

— Olha... Eu posso explicar. Não sei por onde começar.

— Pelo começo! No que você se meteu?

— Você não entenderia.

— Thomas, eu sou formada em física e curso engenharia aeronáutica, para de questionar minha inteligência.

— Não estou questionando, só estou dizendo que é complicado.

— Então simplifica. – Amália disse, quase gritando.

Thomas bufou e lhe deu as costas, passando a mão pelos cabelos escuros. Quando se voltou para ela, seus olhos revelavam um imenso cansaço. Ele os fechou por alguns segundos, suspirando novamente, e disse, indicando uma poltrona:

— Tudo bem, senta aí. – Assim que Amália se acomodou, Thomas se sentou ao lado dela e continuou – Acho que de uma forma ou de outra você saberia. Não posso te deixar de fora agora, se envolveu demais.

— Como assim?

— Tudo isso começou com meu pai. Ele... Ele era um príncipe, assim como eu sou agora.

— Sim, disso eu sei. Ele era o irmão mais novo do pai da Micaela.

— Exato, mas ele nunca se importou muito com os títulos dele. Era um homem de coração bom que só se importava em ajudar as pessoas, mas ele não sabia ao certo como faria isso. – Thomas respirou fundo, como se buscasse forças para falar – Mas um dia, a segurança nacional entrou em contato com ele.

— Por quê? – Questionou Amália, desconfiada.

— Por ocupar a posição que meu pai ocupava, ele tinha acesso a pessoas de alto escalão na sociedade, tomava conhecimento de seus projetos e planos. Mas nem sempre os planos dessas pessoas são bons. Muitos são corruptos e ambiciosos, traçam planos que podem atingir e prejudicar muitas pessoas, e por serem tão poderosos muitas vezes a segurança não descobre. E quando descobrem já é tarde demais.