Capítulo 60

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Acabou encontrando Murilo Oslo, o homem que Thomas havia estranhado naquele coquetel, pelo corredor. E ela acabou se surpreendendo quando o homem se aproximou dela. Novamente, ela sentiu um arrepio percorrer a coluna, mas se forçou ser simpática quando ele perguntou:

— Senhorita Amália! O que faz aqui?

— Eu... Estou acompanhando Thomas. E o senhor?

— Vim visitar um amigo, ele estava naquele desabamento de mais cedo, mas graças a Deus não se feriu gravemente... E quanto ao senhor Belmok? O que lhe aconteceu?

— Ele estava no desabamento também. – Respondeu ela, receosa.

— Minha nossa! E como ele está?

— Bem. Não se feriu gravemente.

— Mas a senhorita parece meio abatida.

Amália abaixou a cabeça e respirou fundo, sem se dar conta, acabou respondendo:

— Ele perdeu a memória. Não me reconhece.

— Oh, eu sinto muitíssimo. – Respondeu Murilo, demonstrando compaixão – Mas ele é jovem, tenho certeza de que se recuperará muito em breve.

— É o que todos esperamos.

Murilo mexeu no bolso do paletó e de lá tirou um cartão, estendendo para Amália e dizendo:

— Tome. Fique com meu cartão, pode me ligar a hora que quiser se precisar de qualquer ajuda.

— Obrigada. - Murmurou ela, pegando o cartão.

— Disponha. Temos que nos ajudar em horas assim. Diga ao senhor Belmok que lhe desejo melhoras.

— Eu direi.

— Bom, tenho que ir agora. Fique bem, senhorita Amália.

— O senhor também.

Lentamente ele se afastou e Amália permaneceu parada no meio do corredor, encarando as costas de Murilo e imaginando porque ele resolvera se dispor a ajudar. Qual interesse ele tinha por trás? Ou talvez ele só quisesse realmente ajudar. Talvez ele não fosse tão ruim.

Logo ela deixou os pensamentos de lado e pegou o celular, discou o número de Micaela, mas ficou encarando a tela do aparelho, em dúvida se deveria apertar o botão verde ou não. Micaela tinha todo o direito de saber o que estava acontecendo. Mas como explicar tudo a ela?

Amália decidiu que não havia um jeito fácil de fazer aquilo, então ligou e depois de três toques Micaela atendeu.

Depois de relatar tudo, Amália percebeu que a amiga ficara muda do outro lado da linha, não sabia o que estava passando na cabeça dela naquele momento, mas com toda a certeza ela devia estar desesperada.

— Micaela, por favor, fala alguma coisa.

— Quer que eu diga o que, Amália? – Inquiriu ela, chorando do outro lado – Meu primo sequer lembra do próprio filho ou do afilhado. Ele nem sabe que eu voltei!

— Micaela, eu já conversei com ele, já contei tudo o que aconteceu. Só te liguei porque você tem todo o direito de saber!

— Eu não sei lidar com isso! Estou indo para aí, vou dar um jeito de pegar um avião...

— Não, Micaela, fique aí.

— Ficar aqui? Meu primo está hospitalizado, Amália! Eu sou a pessoa mais próxima que ele tem de família.

— Não, ele já tem a avó dele aqui, tem Marina e Pietro, e tem a mim. Muitas pessoas em cima dele só vai piorar as coisas, vai deixá-lo mais confuso. Além disso, sei que vocês têm muita coisa para resolver essa semana, o Nicolas comentou comigo ontem.

Descoberto - A vida secreta de Thomas Belmok - Escândalos Na Coroa 3Onde histórias criam vida. Descubra agora