Meu Pedacinho De Céu

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Deixei acima a música tocada no capítulo

Se Natasha recordasse e pudesse compreender o passado, conseguiria ver que ele não era o monstro de antes. Bastou encontrá-la e Vlad sentiu como se Mirena estivesse de volta a vida.

Era um fim de tarde nublado e ele não precisou olhar atraves das persianas para ver se o sol ja estava se pondo. Naquela quarta-feira o dia tempestuoso deixou o céu completamente cinza e nao permitiu que qualquer feixe de luz invadisse a Transilvânia.

Vlad vestiu um sobre tudo na cor preta por cima da cima de botões na tonalidade azul marinho e colocou o celular dentro do bolso de sua calça de linho na cor preta. Desligou a televisão que ficava sobre uma estante de vidro e saiu de casa.

Ele adentrou em um táxi que havera chamado quando saiu do banho e adentrou no veículo.

- Para onde senhor? - perguntou o motorista.

- Praça Broken Wing's. - respondeu.

Enquanto tocava Light Me Up de Ingrid Michaelson na estação da rádio do taxi, Vlad olhou as nuvens negras ae colidindo como uma bola de neve que aumenta a cada minuto que percorre montanha abaixo. Mas ele começou a perguntar-se se Natasha iria encontrá-lo na cafeteria.

Quando o taxista estacionou o veículo em frente à praça, Vlad pagou a corrida e saiu do carro. Ele atravessou a rua e dentrou na cafeteira Like Coffe.

Vlad percorreu os olhos por todo o local até encontrá-la sentada na cadeira do fundo olhando para a rua através do vidro da janela. Ele caminhou em direção a mesa que Natasha se encontrava e sentou-se de frente para ela.

- Estou atrasado? - perguntou.

Natasha o fitou surpresa. Na verdade, nao sabia se iria a cafeteria e nem tampouco se ele realmente iria aparecer.

- Sim. - respondeu. - Quero dizer não. - ele fez uma pausa. - Eu... bom, você está aqui agora. - acrescentou.

Quando o garçom chegou a mesa em que eles estavam sentados para notar os pedidos. Vlad olhou para ela e assistiu o semblante confuso dela.

- Eu vou querer um chá gelado para ela. - ele disse olhando fixamente para Natasha. - Um café e torta de pêssego para nós dois. - concluiu.

Natasha assistiu o garçom anotar os pedidos e caminhar em direção ao balcão. Ela estava querendo advinhar como Vlad sabia que ela gostava de chá gelado com torta de pêssego sendo que nem seus pais adotivos sabiam de suas preferências.

Nao demorou muito para o garçom voltar com os pedidos e sair novamente.

Vlad assistiu ela cortar um pedaço da torta com o garfo e levá-lo para sua boca. Natasha estava com os lábios pintados de vermelho como ele nao notou desde o momento em que chegou na cafeteria.

- Você disse que é um bom ouvinte. - afirmou Natasha.

- Sim, eu disse. - brincou Vlad.

- Como sabe o que eu gosto de comer? - ela perguntou curiosa.

Fico feliz em saber que ainda tem o mesmo paladar. Pensou ele enquanto a tratava como se fosse Mirena a sua frente e esquecendo de que era Natasha Black e que ela era sua aluna.

- Acho que foi sorte de principiante. - comentou Vlad. - Mas em que estava a pensar? - ele fez uma pausa. - Quando cheguei parecia tao distraída. - afirmou.

Natasha pegou a xícara de porcelana e levou à boca. Após beber um gole do líquido verde, ele colocou a chavena sobre o pirex.

- Minha família é um pouco complicada. - respondeu. - Meus pais adotivos não simpatizam comigo. - concluiu.

- Eles têm apenas voce de filha?

- Na verdade, eles têm uma filha de nove anos. - respondeu. - Ela é biológica. - acrescentou.

- Uma vez ouvi dizer que a gente encontra uma companhia para vida quando menos esperamos. - ele fez uma pausa. - O quebra-cabeças está em nossas mãos e nós só temos que montá-los da forma certa. - acrescentou.

- Quem disse isso é sábio. - afirmou Natasha.

Vlad assistiu ela olhar as nuvens cinza através da janela e seu semblante havera mudado.

- Você não gosta da chuva? - ele perguntou curioso.

- Nao sei. - respondeu. - Às vezes, eu penso que ela traz a morte. - concluiu.

Após tomarem comerem e conversarem sobre a vida de Natasha. Vlad pagou a conta e ambos saíram da cafeteira, mas quando a chuva caiu sobre suas cabeças, eles correram para debaixo de um toldo de cor azul.

Vlad olhou para tras e assistiu vasos cheios de flores. Ao perceber que estavam em frente a uma floricultura, ele adentrou e comprou uma rosa branca para ela. Natasha continuo observando os carros passando rapidamente pela avenida molhada e não notou que ele nao se encontrava ao seu lado.

Ao sentir uma respiração contra sua nuca, Natasha virou-se para olhar quem estava a suas costas e avistou ele com uma rosa branca na mão. Vlad estendeu a flor para ela e ofereceu um sorriso sedutor para a loura.

- A mais simples sempre será a mais bela.

Rosa na mão para mim e cada palavra responde um delírio meu. Pensou Natasha enquanto pegava a rosa que ele havera comprado.

- Obrigada. - ela agradeceu. - É minha preferida. - afirmou.

Quando Natasha curvou a cabeça e cheirou a rosa branca. Vlad levantou o queico da jovem com seu dedo indicador e sussurrou:

- Você é a luz que ilumina a minha escuridão.

Natasha nao encontrou palavra para dizer algo que a ajudasse expressar seus sentimentos, porque tudo o que ela sentia além da água molhando suas sapatilhas de veludo, era o seu coração acelerado e um frio na barriga que percorria por todo o seu sangue. Na medida que Vlad aproximava seu rosto da face da loura, as iris azuis da jovem se fechavam e ela conseguia sentir a respiração dele.

Quando Vlad tocou os lábios vermelhos e suaves da jovem com sua boca. Ele soube que Natasha era a sua Mirena e que ele não a chamaria mais pelo nome, só de pedacinho de céu.

Natasha segurou firme no bíceps tonificado, enquanto a sua outra mão  acariciava a nuca dele. Vlad a tomou em seus braços e a beijou com medo de perdê-la novamente.

O destino não é brincadeira e novamente ambos se encontravam juntos experimentando um pouco do amor que tinham a oferecer um ao outro. Eles estavam conectados e Vlad sabia o quanto tudo aquilo era real. Ele reconheceu a alma de Mirena reencarnada no corpo de Natasha e faria de tudo para protegê-la desta vez.

Natasha sabia que era errado se envolver com seu professor, mas as palavras... o toque... o olhar... o beijo de Vlad lhe dava a luz que faltava em sua vida. Mas ele conhecia as consequências quando a verdade fosse revelada, ela iria desejar que nunca tivessem se reencontrado.

Vlad envolveu seus braços ao redor da jovem, a ergeu no ar e rodopiou enquanto assisstia o sorriso nos lábios dela. Quando colocou Natasha com os pés firmes no chão, ele encostou sua testa na da loura e acariciou a bochecha corada dela.

- Você é o meu pedacinho de céu. - sussurrou Vlad.

Natasha sorriu.

Ela ainda não sabia que conexão era aquela que lhe deixava a mercê de Vlad. Mas pela primeira vez, Natasha podia afirmar que estava apaixonada.

Vlad ficaria de joelhos e se tornaria a companhia para o sofrimento que ela tanto sentia. Mas agora sabia que ela era o seu pedacinho de céu, não a soltaria por nada nesse mundo.

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