Sou Um Bom Ouvinte

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O céu cinza cobria a escola Soneto Lincoln com a água da chuva que caía fortemente sobre a Transilvânia e os alunos se encontravam na capela para fazerem suas confissões.

Natasha adentrou na cabine do confessionário, sentou-se no banco e escutou o barulho que a janela ao lado fazia quando o padre Frédéric a abria. Ela respirou fundo e tentou procurar por palavras para expressar como se sentia por dentro.

- Perdoe-me padre, pois eu pequei e...

- Se fazem quanto tempo desde sua última confissão? - perguntou padre.

- Algumas semanas. - respondeu.

- Diga-me em que sua alma pecou minha jovem. - disse Frédéric.

- Tenho tido sonhos. - sussurrou. - Na verdade, são pesadelos horríveis que...

- Reze dois Pai Nosso e três Ave Maria.

Fora tudo o que o padre disse antes de fechar a janela.

Natasha saiu da cabine e caminhou para fora da capela enfurecida. Julie ja estava do lado de fora terminando de fumar um cigarro quando avistou a amiga por ela sme dizer nada.

- Naty. - ela fez uma pausa. - Me espera. - acrescentou.

Julie jogou o cigarro fora e correu em direção a amiga.

- O que aconteceu? - perguntou.

- Eles querem ouvir nossa confissão ou fingir que estão lá para isso?

- Falou sobre os pesadelos para o padre?

- O que você acha, Julie?

- O Frédéric é puto. - afirmou Julie. - Relaxa, amiga. - acrescentou.

Ambas caminharam para dentro da escola antes que ficassem molhadas por estarem debaixo da fina chuva.

Quando Natasha chegou ao seu armário ela o abriu e pegou uma pequena para secar-se. Mas antes que fechasse, ela avistou um envelope branco sem nome.

- De quem é? - Julie perguntou curiosa.

- Não tem nome. - respondeu.

Julie tomou o envelope da mão da amiga, correu em direção ao banheiro feminino e a amiga a seguiu. Ambas adentraram no recinto e enquanto Natasha secava-se com a toalha a morena abriu o envelope.

- Adoraria saber como você fica com essa cor de batom. - Julie leu o cartão.

Natasha tomou o cartão da mão da amiga e não tinha nome de quem havera deixado aquilo no seu armário. Ela assistiu Julie passar o batom mate de cor vermelho sangue em seus lábios e em seguida tirar com sabão líquido e água.

- Por que tirou o batom? - perguntou curiosa.

- Não combina comigo. - respondeu. - E não quero pegar detenção. - acrescentou.

- Tem medo de ser pega por usar maquilhagem, mas não se importa de fumar na frente do colégio todo? - perguntou. - Eu não te entendo. - concluiu.

Natasha tomou batom da mão da amiga e passou delicadamente em seus lábios.

- Não sabia que tinha uma rebelde ai dentro. - comentou Julie.

- Mais que isso. - ela fez uma pausa. - Quero saber quem deixou isso no meu armário. - acrescentou.

Ambas caminharam para fora do banheiro e colocaram a toalha dentro do armário e o batom na mochila de Natasha. Ao adentrar na sala de aula, elas sentaram-se no lugar se sempre e abriram seus cadernos.

Drácula - Soneto Da Morte Onde histórias criam vida. Descubra agora