Você Conhece A Morte?

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- Nao há lugar algum para qual eu deseja ir se não for com você. - ela sussurrou enquanto aproximava-se das costas dele.

Vlad continuava com os olhos fixos na lua presa  no manto azul escuro, mas ao senti-la chegando por trás e as mãos delicadas deslizando pelo seu abdômen o fez virar-se para olha-lá. Ele acariciou o rosto de Mirena e assistiu aquele sorriso de criança surgir naqueles labios pintados de vermelho.

- Nunca irei abandoná-la. - afirmou.

Vlad a tomou no braços e aconhegou perto de seu peito. Ele sentiu a respiração de Mirena contra seu ombro e orelha da moça encostada ao seu peito escutando as batidas calma de seu coração.

Naquela noite Natasha acordou transpirando na cama de seu quarto, mas a jovem nao entendia como um sonho tranquilo poderia fazê-la sentir tanto medo? Ela levantou-se da cama vestindo uma camisola e caminhou em direção a janela de seu quarto.

Por alguns minutos, Natasha assistiu o cair dos flocos de neve que ja estavam quase formando a primeira camada de froco de cristais sobre a avenida vazia. Ela olhou para a escrivaninha ao seu lado e havistou uma folha de papel em branco com uma lapiseira sobre ela.

Eu costumava acreditar que o amor não passava de um enigma,
Mas um dia escutei alguem dizer:
No amor que sinto nunca haverá estigma,
Porque seus desejos eu sempre irei satisfazer.

Há muitos anos, antes de Shakespeare
E muito anos, depois de Victor Hugo.
Era como sentir após um beijo, o antepare
E chorar o passado que ainda hoje enxugo.

Mas ele trouxe o amor de volta a vida
Daquela moça em meus sonhos descrevida
Que dos braços do amado fora removida.

Sem palavras para condenar o passado,
Apenas os passos de um amor apressado
Que busca pelo amor da mulher que havera esposado.

Naquela noite Natasha se opôs a fechar os olhos para mais um sonho que roubaria sua tranquilidade. Ela apenas ficou sentada no parapeito da janela observando a lua solitária no céu azul sem estrelas.

Na manhã seguinte, Natasha saiu pela porta vestida em seu uniforme escolar com um par luvas vermelhas cobrindos suas mãos pálidas. Ela adentrou no ônibus e sentou-se em um dos bancos do fundos ao lado janela.

Todo percuso estava sendo coberto pela neve que caía levemente sobre a primeira camada que se formou no solo parisiense.

Quando o ônibus parou em frente a Soneto Lincoln, Natasha sentiu um zumbido sair de dentro de sua cabeça acompanhando o sussurro de uma voz feminina.

Você será o meu primero e último eterno amor. Aquela suave voz feminina sussurrou em sua mente como uma prece, enquanto Natasha sentia o suor escorrer pelo seu corpo como se estivesse suando frio.

Natasha ficou sentada naquele ônibus por um longo tempo até o zumbido desaparecer e seus batimentos cardíacos se acalmassem. Quando ela desceu do veículo escolar, avistou Vlad saindo de um táxi e quando a notou, ele ficou parado olhando para a jovem parada.

A rua estava pouco movimentada pelos alunos, então ela assistiu Vlad caminhar em sua direção.

- Você esta bem? - ele perguntou ao olhar que ela transpirava.

- Estou bem. - respondeu.

Natasha assistiu ele pegar suas mãos e retirar o par de luvas vermelhas que as cobriam. Vlad observou os dedos delicados da jovem tremer como se não estivesse se alimentado.

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