Blues...

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Olás!

Vim colaborar para  o domingo frio de alguns.

Sobre o capítulo anterior, só posso dizer que o descancelamento da minha filha chata começou e eu tô feliz demais!:)

Hoje a gente não continua exatamente da cena em que parou - porque eu confesso que fiquei com preguiça de escrever aquela call com os pais - mas vou contextualizar ela logo de cara, já nessa primeira cena e vocês vão se situar.

De resto, sei que é difícil falar isso, porque minha fama me precede, mas aproveitem a brisa boa, leiam com muita atenção, mas em paz!:)


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Na manhã seguinte, Rafaella chegou à galeria com os ânimos bastante distantes do lugar no qual ela gostaria que estivessem.

Percebeu Marcela e Flávia conversando, só meneou a cabeça e passou reto, pois sentiu-se completamente indisposta para socializar.

Tinha tanta coisa incômoda para processar e, ao mesmo tempo, uma quantidade tão expressiva de ansiedade boa para administrar que, naquele momento, ela só quis mesmo tentar fazer essa matemática pender para o lado mais positivo da escala de seu humor.

A conversa com seus pais não tinha sido boa, é verdade, mas ela focaria no encontro que teria mais tarde com Bianca, e torcia muito para que ele tivesse o mesmo desfecho positivo do dia anterior.

Infelizmente, a amostra de encontros que tinham tido lhe dizia que, com elas, era sempre uma grande loteria: as coisas tanto poderiam terminar maravilhosamente bem como depois de uma conversa deliciosa e cheia de sintonia em um aeroporto ou cafeteria; ou poderiam terminar com alguém magoado porque se sentiu rejeitado por um perdido ou uma foda recusada.

Sim, os cenários e as circunstâncias iam de um extremo a outro entre o ridículo e o agradável, e é por isso que ela tinha medo de tentar elevar demais suas expectativas.

Tinha medo e o medo nunca tinha sido seu amigo, mas estranhamente, no que dizia respeito a Bianca ela se sentia cada vez mais disposta a ignorar qualquer medo.

Por isso, apenas aguardaria.

M: Aceita a companhia ou vai continuar ignorando a melhor amiga mesmo? – A loira chegou no escritório tentando fazer seu papel.

R: Não ignorei, honey, só vi você e a Flávia conversando e não estava disposta mesmo.

M: Hum... Como foi a conversa com seu pai ontem? – Jogou-se no sofá que havia no escritório e esperou que Rafaella fizesse o mesmo – Aliás, a conversa aconteceu ou não?

R: Aconteceu. – Suspirou e se ajeitou melhor – E foi mais difícil do que eu esperava.

M: Mesmo? Por que?

R: Minha mãe acabou participando junto e foi um caos! – Levou a mão à testa, com o cotovelo apoiado no sofá – Primeiro, ela reclamou por vários minutos porque achou que aquela "emboscada", como ela disse, significava que a gente ia anunciar um netinho pra eles e, bem... – Deu de ombros.

Marcela não aguentou e acabou rindo.

M: Ai, Rafa, tadinha da Tia Lúcia! – Levou a mão à boca, ainda rindo – Ela não tinha desistido mesmo dessa história do neto, né?

Acalento (RABIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora