Dissenso

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Olás!

Fui olhar o calendário e percebi que essas coincidências continuam acontecendo comigo, porque minha última postagem em Acalento foi em 5 de setembro e, portanto, cá estamos...

Um mês e CINCO DIAS depois... RISOS...

Aproveitando o gancho do trocadilho infame que o universo me deu, pois é, eu fiz a pausa exatamente para pagar minha promessa com Cinco Dias, mas nunca foi a intenção ficar tanto tempo longe assim.

Porém, muitas coisas aconteceram nesse tempo e nem os meus planos com Cinco Dias foram integralmente cumpridos ainda. 

Enfim, as últimas duas semanas foram um caos na vida da autora, mas de alguma forma eu consegui compor esse capítulo para tentar reatar com vocês, que me lêem em Acalento.

Além de eu me sentir muito enferrujada escrevendo ele, o contexto da história que nós estamos não é muito "atraente", eu acho. Então acabou saindo um capítulo que é mais "necessário" do que cheio de coisas empolgantes, mas acho que vai servir para a gente avançar em um assunto importante e também matar as saudades da Artista Artilheira e da Baby Blue.

Reiterando minhas desculpas pela demora imprevista, segue mais de Acalento pra vocês...

Espero que gostem!:)



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Na manhã de sábado, Rafaella foi a primeira a despertar.

Deitada na lateral esquerda de seu corpo, quando abriu os olhos o primeiro que enxergou foi o semblante tranquilo de Bianca dormindo.

Deslizou seu olhar por cada milímetro da simetria impecável dos contornos do rosto da namorada e, de início, divagou tão difusa e superficialmente que se viu refletindo sobre alguns dos numerosos conceitos que ela tinha absorvido ao longo de sua formação artística sobre proporções harmônicas, estética e beleza plástica, mas sorriu mesmo quando percebeu que nem precisava tanto, pois poderia ter reduzido tudo ao conceito que coube perfeitamente nas três palavrinhas que ela sussurrou baixinho:

– Minha bela adormecida!

Lembrou-se imediatamente da primeira manhã que acordaram juntas em Londres, e contemplou o fato de que agora o pronome possessivo poderia ser agregado ao gracejo com tanta naturalidade.

Teve tanta vontade de estender a mão direita e sentir na ponta dos dedos os contornos perfeitos, mas foi acometida pelo instinto de proteção que lhe alertou para a necessidade de deixar Bianca descansar depois de todas as emoções da noite anterior e, com isso, saiu da superfície para mergulhar nas lembranças do que tinham vivido antes de alcançarem a parte agradável da noite.

E nesse mergulhar, pela primeira vez, Rafa se viu sozinha no silêncio que lhe trouxe o barulho ensurdecedor de todas as informações que tinham se conectado, somado e até multiplicado em uma gama tão intensa de sensações com as quais, já naquele primeiro momento, a mineira percebeu que teria dificuldades de processar.

Acalento (RABIA)Onde histórias criam vida. Descubra agora