Olás!
Como vão?
Voltei pra gente continuar a nossa história, no rumo de limpar as bagunças das nossas meninas que apaixonadíssimas já estão, agora só falta colocar no rumo certo.
Antes de tudo, obrigada pela confiança que sempre demonstram em mim.
A gente já se conhece de outra história muito louca que vivemos juntas, mas ver que vcs ainda têm essa paciência e curiosidade toda com a minha imaginação continua a me emocionar.
E como eu não engano vocês, confirmo que o capítulo hoje é difícil. Não se precipitem no julgamento, porque não é exatamente como vocês imaginam e dramatizam, mas é difícil.
Mas é também um daqueles da lista de "favs da autora", então vai ser um desperdício imenso se vocês não lerem, pularem, ignorarem, etc.
Demorem o tempo que precisarem, mas façam, porque ele é essencial para a história que vocês começaram a ler lá no Mandarina.
Boa leitura!
-----
Quando saiu do prédio onde funcionava a base operacional da empresa, Bianca acessou a rua com passos quase desesperados, como se o ar presente dentro da construção naquele momento não lhe fosse suficiente.
Em realidade, nem o da rua parecia ser, porque eram tantos prédios em volta dela, carros circulando, pessoas barulhentas falando ao telefone, sons de urbanidade, gestos de euforia, sorrisos distraídos com as próprias existências gravadas nas telas dos celulares...
Tudo que sufocava, enfim.
E tanto que só o que a publicitária conseguiu fazer foi apertar ainda mais o passo até finalmente atingir o Hyde Park, que felizmente ficava bem pertinho dali.
E à medida em que ela entrava no parque, mais Bianca ia se dando conta de que o verde exuberante que enxergou ali, durante todas as semanas felizes de final de primavera e verão que tinha vivido naqueles seus dias em Londres, estava mesmo sendo substituído pela mistura de amarelo e laranja que a chegada do outono inevitavelmente traria.
As cores da nova estação ameaçavam tingir e ofuscar o verde e era uma pena, porque ele lhe fazia sentir tão bem e segura...
Por isso, com os olhos concentrados de sempre, ela procurou o ponto mais verde que conseguiu achar e foi no banco mais próximo dele que resolveu parar para tentar organizar o fluxo de pensamentos descontrolados que lhe desestabiliza naquele momento.
Jogou as costas no encosto do banco, ergueu o rosto e tentou enxergar o céu, mas a copa da árvore lhe impediu.
Queria ter todas as informações, queria entender, mas queria acima de tudo que nada daquilo fosse verdade ou estivesse acontecendo.
Bom, acontecendo estava, mas será que era verdade?
Sempre fora tão atenta e boa na análise de fatos, dados, métricas e padrões, e isso não era surpresa, porque era praticamente um de seus instrumentos de trabalho. Então não é possível que ela não conseguisse agora parar, pensar, retomar e entender, não é mesmo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Acalento (RABIA)
FanfictionDistantes espacialmente e emocionalmente, Rafaella e Bianca acham a brecha para conectarem seus caminhos e estremecerem suas realidades.