Capítulo 3

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  Quando chego em casa todas as luzes estavam apagadas com isso ligo a luz da sala fecho a porta e coloco minha bolsa no gancho antes de ir para a porta do meio do corredor onde tomo um banho frio pois começava a fazer calor, saindo do banheiro somente de toalha seguindo em passos lentos até o meu quarto coloco uma roupa mais confortável amarrando meu cabelo desajeitadamente por preguiça de penteá-lo e acabo soltando um bochecho me fazendo olhar para a cama sentindo uma imensa vontade de me deitar só não faço isso por encontrar um bilhete dizendo: "Não durma sem comer pode fazer mal".

  Com um sorriso tiro o bilhete o amaçando antes de joga-lo no lixeiro saindo do quarto indo em direção a cozinha onde tiro um prato de comida da geladeira o colocando 2 minutos no micro-ondas me sentando no balcão enquanto esperava, o problema em dividir a casa com alguém com um horário diferente do seu é ter que suportar o silencio que a casa fica nesses momentos. Não que eu o odeie, só que as vezes me lembra que estou sozinha, antes que eu ficasse mais abatida pelo meu próprio pensamento escuto o alarme soar me fazendo pegar o prato.

  Em passos lentos vou até o sofá ligando a TV tentando não me sentir tão sozinha, ainda assim naquela hora da noite o apartamento parecia tão grande e vazio, com uma parte da minha vida.

  Acho que terei que baixar um pouco os meus critérios se não quiser virar uma velha dos gatos, ou melhor cachorros sou alérgica a gatos, passo um tempo assistindo programas aleatórios até que sem notar pego no sono sentada no sofá, não sei quanto tempo passo assim acordando com um leve toque no ombro. Quando abro os meus olhos me deparo com a Victoria abaixada na altura dos meus olhos sorrindo docemente ainda que parecesse um pouco cansada. 

  — Acho que você tá no meu lugar — disse num tom de humor tirando a mão do meu ombro.

  — Boa noite — digo sonolenta passando uma das mãos pelo rosto.

  — Tá mais para boa madrugada, agora vem dorminhoca vou te ajudar a chegar no quarto — disse Victoria me ajudando a levantar.

  Sem muita vontade por causa do sono me deixo ser levada não pronunciando uma única palavra arrodeando o ombro de Victoria com o braço a usando como apoio, por conta da proximidade notei um sutil cheiro de cigarro e alguma bebida misturado com outro odor que não pude definir, talvez ela estivesse usando um perfume é estranho o fato de nunca ter notado isso antes, quando sinto sua  mão ficar um pouco mais firme na minha cintura me tirando dos meus pensamentos, porém assim que isso acontece ela afrouxa o aperto rapidamente mantendo o apoio, mas quase não tocando.

  Apesar da Victoria estar ali pude sentir uma distancia emocional que não tinha antes, estranhando aquilo viro o meu rosto em sua direção a vendo frangir a testa como se algo a irritasse, mesmo com a sombra em seu rosto notei uma pequena cicatriz em seu queixo que não tinha visto antes, sem que eu pudesse conter a vontade a toco atraindo sua atenção.

  — Sim? — questionou ela com os seus olhos presos em meu rosto me dando vontade de fugir daquele olhar.

  Eu não sabia o que dizer, afinal só havia sentindo uma vontade repentina de tocar em seu rosto, mas agora com sua atenção em mim desejei não ter sucumbido a essa vontade, sobre aquela luz a Victoria parecia uma pessoa diferente era como uma sombra se misturando as outras com um leve tremor de raiva emanando de si que me deixava inquieta e antes que pudesse conter perguntei: 

  — Está irritada com algo?

  Demorou um pouco para ela responder desviando o olhar brevemente soltando um som forte de respiração vim do fundo da garganta.

  — Acho que você consegue entrar no quarto sozinha — disse Victoria me soltando dando três passos para trás colocando as mãos nos bolsos da calça que usava olhando para mim.

A inofensiva (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora