Capítulo 32

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  As semanas que se seguiram foram necessárias para chegamos num ponto de equilíbrio entre nossa estranha e ainda não oficial, relação, toques físicos já não eram estranhos, sendo provado pela própria Vic que tomava a iniciativa para eles me abraçando com muito mais frequência do que fazia antes.

  E eu enfim entreguei o meu aviso prévio, agora só precisava esperar ele acabar para enfim me ver livre daquela maldita empresa, mas ainda estava pouco disposta a sair entregando currículo, apesar da Kally me garantir que escreveria uma carta de recomendação para mim.

  Mas a minha maior preocupação no momento não era nenhuma das duas coisas.

  — Bom dia — disse Vic sentada no sofá inclinada sobre a mesinha de centro onde o notebook estava junto a um copo de suco, escrevendo num caderninho em seu colo.

  — Como vai o curso? — perguntei me aproximando parando atrás dela apoiando meus braços nas costas do sofá próxima ao seu rosto.

  — Mas difícil do que pensei — confessou suspirando — mas vale apena.

  Dês que Victoria recebera noticias que sua irmã havia começado o seu plano de forma eficiente, ela decidira correr atrás de seu diploma de ensiono medio, um desejo que havia cultivado a muito tempo e que só agora se sentira segura para ir atrás.

  Pelo que eu pude entender, a Vic não fizera isso antes ou fora atrás de sua carteira de motorista por medo de ser rastreada atraves do documento, mesmo que seu passaporte tivesse o seu nome a Bruna o mudava nos registros usando a sua influencia.

  Agora que sua necessidade de se esconder não era mais tão precisa Vic decidira não deixar seu medo a impedir de viver, palavras dela não minhas.

  — Está preocupada com o quê? — questionou quando virou seu rosto em minha direção mantendo seus braços cruzados sobre os seios.

  — Eu não estou preocupada — respondi num tom meio risonho evitando seu olhar parando ao senti-la tocar com o dedo a minha bochecha me fazendo voltar a olhá-la.

  — Não é o que o seu cheiro está dizendo — disse Vic usando um tom calmo e acolhedor.

  — Isso é bem injusto — disse escondendo brevemente meu rosto sobre meus braços.

  — Você se acostuma — disse Vic dando de ombros — agora vai me dizer o que está lhe preocupando?

  — Tá, eu só ainda não sei se é bom ou ruim — respondi meio arguniada — a minha mãe soube da minha marca e está vindo me visitar.

  — Oh, meu Deus — disse Vic se levantando meio em pânico — quando?

  — Daqui á alguns dias — disse indo em sua direção na intenção de acalmá-la — e é bem provável que ela está bastante feliz com essa noticia.

  — Lara ela me odeia, ela me odeia a anos — disse Vic de forma convicta — duvido muito que ela fique feliz que tenha sido justamente eu, eu, que a tenha marcado.

  — Você está exagerando — disse lhe dando leves tapinhas em seu ombro — eu sei que a minha mãe é meio dura, mas não é um monstro de sete cabeças.

  — Lara me desculpa, mas pelo menos pra mim é sim — disse Vic — ela passou os últimos 5 anos me culpando por cada encontro fracassado que você teve, me acussando abertamente de ter sabotado eles, antes ela só supunha agora ela tem certeza.

  Não poderia negar aquele fato, eu mesma já ouvir algumas vezes esses mesmos argumentos, mas não sabia que era tão sério.

  — Eu não sei nem o que lhe dizer — disse suspirando meio derrotada.

A inofensiva (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora