Capítulo 29

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  -- Teresa continua a reunião pelo amor de deus -- pediu Mel parecendo não querer que aquilo virasse uma briga -- a gente não deveria está falando da T.P.C.I da Vi?

  Ao dizer aquilo Mel me lançara um olhar pedindo desculpa por me jogar praticamente na toca dos leões, só não fiquei irritada por isso devido a situação que nos encontrávamos, tínhamos que parar aquelas duas antes que a briga ficasse mais seria, claro era pouco provável que partissem para a violência, porém era sempre bom evitar ter uma mediadora com uma inimiga, isso quando ela não agia como executora.

  Os mediadores eram responsáveis por manter o equilíbrio entre as organizações criminosas dentro e fora do submundo tendo autoridade para agirem como juízes, jure e caso necessário, carrascos. E a Bruna era uma das melhores do ramo, pelo o que eu soube sua primeira missão como executora fora lidar com uma família criminosa que estava dando trabalho e ela conseguiu se livrar deles em apenas 3 anos, completamente sozinha, os fazendo se destruir de dentro para fora e a Bruna ainda cursava o ensino médio na época.

  A Bruna era tão confiante em seu trabalho que não fazia a menor questão de esconder sua identidade, usando seu nome real, até mesmo não usava qualquer disfarce e as vezes fazia as negociações em sua própria casa.

  É claro que ninguém seria louco o suficiente para tentar prejudicar um mediador, pelo menos não diretamente, mas a reputação dela era tão incrível que nem mesmo os loucos se atreviam a mexer com ela.

  -- Bem, isso já não é do meu interesse -- disse Bruna pegando seu celular e fone se distraindo com eles e pelo som que saía deles com certeza não nós ouviria.

  -- Bem lembrado Mel, eu realmente a estava devendo um sermão sobre o assunto -- disse Teresa voltando sua atenção a mim -- quer dizer algo antes que nem um de nós lhe der a oportunidade?

  Não havia nada que pudesse dizer sobre, eu estava errada, então não poderia fazer nada além de ouvir qualquer coisa que o grupo fosse dizer, de preferencia calada, por isso me limito a negar com a cabeça esperando as primeiras palavras daquele que daria inicio, o que só conseguia pensar, como uma seção de açoitamento, consideravelmente menos dolorosa do que as que tinha com o meu pai.

  -- Você é idiota? Tem algum desejo suicida? -- questionou Teresa entre os dentes se inclinando em minha direção com as mãos sobre a mesa -- eu não fui enfática o suficiente ao contar sobre as consequências da T.P.C.I?

  -- Desculpa -- disse num fio de voz incapaz de encara-la.

  -- Suas desculpas não chegam nem perto de serem suficiente -- disse Teresa num tom mordas -- e ainda menos quero ouvi-las.

  Eu sabia que merecia cada palavra dita, porém ainda doía ouvi-las e só me sentir um pouco melhor ao sentir Lana dar um leve aperto em minha mão querendo me passar conforto, a agradecera profundamente por isso depois.

  -- Eu cansei de contar como os meus pais se autodestruíram e por consequência, a mim também -- disse Teresa num tom duro, porém dava para ver a dor em seus olhos, talvez lembrando de alguma lembrança da época que vivia com eles ou não -- eu, sou a prova viva dessa merda, eu tomo um remédio que mais me mata do que me ajuda, só porque a sociedade odeia a minha existência ao ponto que nem o meu cheiro eles querem sentir, e você, logo você Victoria, decidiu conscientemente o que torna tudo pior, levar essa pobre garota pra morte.

  Lana chegara a dar um leve pulo quando a beta apontara em sua direção ainda mantendo seus olhos sobre mim.

  -- Só por conta de seu maldito auto ódio, eu também me odeio, mas você não me ver arrastando alguém para a morte -- prosseguiu Teresa parecendo tentar conter parte de sua raiva -- porque não importa quanto você queira Victoria, você não pode mudar a sua classe, porque se pudesse acredite eu seria a primeira dessa maldita fila.

A inofensiva (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora