Capítulo 19

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  Eu mão conseguia acreditar no que acabara de ouvir e mal havia digerido a informação da "irmã" direito.

  -- A minha irmãzinha aqui -- disse a loira puxando Vic para si apontando para ela -- é uma alfa lúpus, não parece eu sei e isso é um elogio pra ela.

  -- Alfa? -- questionei sentindo a minha bile subir por minha garganta me fazendo tampa-la com uma das mãos por reflexo antes de levantar a cabeça -- Victoria você é uma alfa?

  -- Droga, droga, droga! -- esbravejou Vic com as mãos na cabeça andando em círculos parando bruscamente farejando o ar parecendo ficar ainda mais irritada voltando a puxar sua irmão para si falando pausadamente -- você. fugiu. faltando apenas. dois dias pro seu cio?

  -- E tinha momento melhor? A guarda sobre mim diminuiu -- respondeu novamente se soltando ajeitando a gola de sua jaqueta.

  -- Chaves -- disse Vic estendendo a mão em minha direção.

  Demorou meio segundo para que entendesse o que ela queria apesar da confusão em minha mente.

  -- Tá com o Levi -- respondi a vendo quase sair correndo sem me dar a chance de voltar a questiona-la.

  -- Então você é a ômega que mora com minha irmã. -- Aquilo não soara como uma pergunta, agora com a iluminação suficiente pude enfim notar alguns detalhes que a distância e descobertas chocantes não me permitiram, a loira tinha um tom de pele mais claro que sua irmã sem qualquer marca do tipo que fosse, era pelo menos 7 cm mais alta que a irmã evidenciado por suas longas pernas, seus olhos eram de um castanho mais claro que os da Vic e seus feromônios cheiravam a um campo de flores silvestres mostrando que se tratada de uma ômega lúpus.

  -- Como...?

  -- O cheiro dela está impregnando em você -- respondeu antes que eu pudesse terminar a pergunta -- é fraco devido ao fato que ela suprime, mas tá aí e sendo sincera o seu está mais presente nela do que o inverso.

  Antes que pudesse processar mais essa informação a sinto afastar a gola da minha camisa revelando a marca abrindo um sorriso divertido tirando a mão em seguida.

  -- A Teresa vai adorar isso -- disse sem se esforçar em esconder seu divertimento -- vai dar uma bronca daquelas depois zoar tanto a Vi e eu vou fazer questão de ajudar.

  Aquilo me desconcertara ainda mais, o que a minha marca tinha haver com a Vic? E Quem diabos era Tereza?

  -- Vamos -- chamou Vic cortando a minha linha de pensamento com as chaves em mãos afrouxando o nó de sua gravata ainda transmitindo um ar irritado.

  -- Você vem junto meu bem -- disse Manuela depois de se levantar me chamando com o dedo me deixando surpresa.

  Por breves momentos pude ver a briga silenciosa das irmãs pela troca de olhares entre elas.

  -- Sabe que já está num ponto sem volta, né? -- questionou sua irmã -- pelo próprio bem dela vai ter que leva-la.

  -- Droga -- disse entre os dentes antes de sinalizar para que eu a seguisse.

  Tudo aquilo estava me surpreendendo nunca tinha visto Victoria tão irritada antes e não poderia dizer que gostaria de vê-la novamente, aquela imagem não parecia se encaixar com minha colega, mas o que eu poderia saber? Nos últimos minutos acabei descobrindo que ela tinha uma irmã gêmea que nunca havia sequer mencionado e que era uma alfa lúpus.

  Novamente fui tomada por uma forte ânsia me fazendo novamente leva a mão a boca rapidamente a tampando parando de andar logo depois da porta de saída perto de onde meu carro estava estacionado.

  -- Lara respira -- pediu Vic num tom calmo e gentil tocando em meu rosto me fazendo olha-la -- eu sei que está difícil digerir toda essa informação, mas não deixe isso te derrubar, não agora, eu prometo que explico tudo, mas você precisa se acalmar.

  Como por passe de mágica a neblina que tomara a minha mente se dissipara e minha respiração que não notara está desregular voltava ao normal, como se tivesse embusca de apoio seguro um dos seus braços sentindo sua mão me fazer carinho limpando as lágrimas que também não havia notado soltar.

  -- Isso seria fofo, se essa situação não fosse causada por sua própria teimosia Vi -- disse Manuela juntando as mãos.

  -- Manuela você calada é uma poeta -- esbravejou Vic voltando ao seu ar irritadiço, porém ela não soltara o meu rosto ou parara de fazer o carinho voltando rapidamente seu rosto em minha direção -- tá melhor?

  Sem conseguir reunir forças o suficiente para responde-la me limito a confirmar com a cabeça incerta de como ainda conseguia ficar em pé.

  -- Vem eu te ajudo a chegar no carro -- disse a maior se oferecendo como apoio que prontamente aceito por não saber se conseguiria me firmar no primeiro passo ou nos que seguiriam.

  Divagar e com cuidado Victoria me leva até o carro me sentando no bando da frente a vendo ir até o outro lado colocando a chave na ignição.

  -- Você vai dirigir? -- questionei surpresa ao vê-la do lado do motorista.

  -- Lara você bebeu e não sabe o caminho, já a minha irmã é uma lunática no volante, então enquanto eu estiver sã não a deixaria tocar no volante -- respondeu Vic tirando a gravata a jogando em direção a irmã no banco de trás se encostando ainda mais suas costas no próprio banco fechando os olhos respirando fundo ficando assim por breves segundos antes de se ajeitar -- não tenho carteira, mas sei dirigir e conheço o caminho, agora durma um pouco a viagem vai ser longa.

  Lara parecia relutante em ceder ao meu pedido, porém acabara por se render ao cansaço do dia, eu mesma queria fazer o mesmo, mas ainda não era o momento.

  -- Sabe que ela se sentiria melhor se você liberasse os seus feromônios, não é? -- perguntou minha irmã se inclinando em minha direção batendo o dedo levemente em meu braço.

  Sabendo que não conseguiria responde-la sem jogar minhas frustrações em cima dela decido jogar meu colete no lugar mantendo minha boca fechada principalmente porque apesar de irritantes as palavras de Manu estavam certas.

  -- Para eu não virei cabideiro -- reclamou jogando aquele pedaço de roupa para longe -- e você sabe que estou certa.

  -- Manu você sabe muito bem que só consigo lidar com um problema de cada vez, então cala a boca e durma -- disse a vendo se contrair levemente, não havia usado minha voz de alfa odiava fazê-lo e isso era uma das poucas coisas que minha loba interior concordava comigo, mas era muito provável que os meus olhos tivessem adquirido um tom vermelho sangue denunciando o quão perto estava do meu limite.

  Vendo os próprios olhos de Manuela ficarem lilás em resposta voltando a me concentrar na estrada ciente que aquilo significava que a loba de minha irmã entendera o aviso não demorando a convencer sua outra parte a fazer o que eu pedira.

  -- Esse dia está sendo longo e ele mal começou -- disse quase num sussurro tentando conter a repulsa por mim mesma devido as minha ações.

Continua...   

A inofensiva (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora