Capítulo 25

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Após o jantar acompanho Daniel até a porta.

- Obrigado.

- Eu deveria dizer isso Logan. Você está fazendo mais por Laura do que eu poderia. 

- Eu farei tudo ao meu alcance para que ela fique bem e feliz.

- Eu sei. Eu sei disso Logan. Mas não esqueça que vai levar tempo. E mesmo assim não há garantia de que ela o deixe entrar na vida dela.

Eu já estou na vida dela. E não pretendo sair. Dia a dia, hora a hora, vou aumentando meu espaço, até que chegue o dia em que ela irá olhar ao redor e me ver ocupando todos os espaços. 

Nos despedimos e volto para Laura na sala.

- Você quer subir?

- Ah não, Maggie gosta de ficar lendo.

Sirvo um gole do meu whisky preferido. 

- E também eu quero a resposta do que perguntei.

Ah sim. Escolha difícil. Eu quero Laura por perto o tempo todo. Mas quero que ela descanse e não que se incomode com trabalho agora. Estou inclinado a dizer que não a pergunta dela. Mas, como eu disse...é tentador...

- Eu fico imaginando as vezes sabe?Se você tem tudo calculado ou se sai ao natural?

Calculado?

- Não entendo.

- Esse caminhar, o semblante sério, postura rígida. Você sabe que isso intimida não é? Você usa isso, eu já vi nas reuniões, mas o quanto disso é natural?

Por um segundo eu fico parado. Não percebi que estava fazendo isso. Mas não é essa a questão. A questão é...Laura tem me observado. O suficiente para enumerar alguns comportamentos meus...Esses lindos olhos tem feito muito mais do que apenas me ver, eles tem observado. 

Laura tem minha atenção. Sento em frente a ela.

- Sou objeto de estudo?

- Ah sim... E então?

Uma ruga muito leve surge ao lado dos olhos e um sorriso contido me  confirma. Laura está interessada na resposta. Interessada em mim. Em conhecer a história, que há por trás dos comportamentos. 

Nossas experiências de ontem se traduzem em nosso comportamento hoje. Apesar de não gostar de falar sobre mim. Fico animado com o interesse dela.

- Foi aprendido, hoje já é natural.

- Você gosta de silêncio.

- Sim eu gosto.

- Seus pais vem...aqui?

- Minha mãe morreu quando eu nasci, e meu pai a alguns anos. Mas tenho certeza que Martha já lhe contou isso...

- Sobre sua mãe sim. Eram só você e seu pai?

Meu pai não é um bom assunto. Termino minha bebida antes de devolver outra pergunta.

- Por que as perguntas?

- Você é um enigma.

E o clima muda. Como se alguém virasse uma chave.  Os olhos dela estão nos meus. Não resisto a provocá-la.

- E você quer decifrar o enigma?

Laura fica encabulada e desvia o olhar. Aproveito e sirvo mais um gole de Whisky e volto a sentar com ela. 

- Eu não sou um enigma. Sou bastante simples na verdade. Meu pai foi severo. Não havia tato nele para criar uma criança. Tudo que ele sempre me disse foi para abrir meu próprio caminho, fosse com palavras, com ferramentas ou com as próprias mãos. Tracei um caminho e segui por ele. Felizmente obtive sucesso.

Quando Fechei Meus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora