Capítulo 22

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Laura fica desconfortável para sair do carro, os olhos procurando uma maneira. 

- Senhor, vou buscar a cadeira.

Poderia ser, mas não vou perder a oportunidade de levá-la.

- Eu resolvo.

A tiro do carro com delicadeza, envolvendo-a pelas costas por baixo dos braços e levemente pelos joelhos. Não quero forçar a cirurgia.

Não apresso meus passos. Pego o elevador e aproveito cada segundo que leva para chegar ao meu andar.

Mantenho ela segura junto ao peito.  

Quado entramos no apartamento, Laura ri. 

- Do que está rindo?

- Ah nada. Você tem uma casa muito bonita.

Do que ela estava rindo? Caminho para a sala.

- Prefere ficar aqui na sala ou no quarto?

- Aqui, por favor.

A coloco no sofá.

Bruce deixa a mala no chão e ameaça levar a cadeira de rodas embora.

- Deixe aqui, por favor Bruce. Preciso me acostumar.

Ele me pergunta com um olhar e eu aceno concordando. Mas não gosto. 

- Eu posso mover você.

- Eu...sei...obrigada. Mas eu quero fazer isso sozinha, preciso me acostumar a sentar e levantar e fazer as coisas sozinhas.

- Ora! Isso mesmo! Coloque as regras agora meu bem!

Ah senhor....

- Laura, esta é Martha, governanta da casa.

- Saia menino! Deixa eu ver ela.

Sou simplesmente empurrado de lado. 

- Não bufe atrás de mim que você não é nenhum touro. Me diga o que você gosta de comer menina?

Eu não bufo. 

- Eu...é...qualquer coisa...eu...como de tudo na verdade.

- Ah que ótimo, vamos ter alguém que come pra variar.

Recebo o olhar recriminador de Martha. Não evito em revirar os olhos para o drama diário dela.

- Eu faço comidas maravilhosas minha querida, mas infelizmente não sou apreciada. Esse aí prefere aqueles hambúrgueres a minha comida.

- Laura ignore as sandices dela. Ela está ficando senil.

- Madre de Díos! Senil!? Ora!

Minha velha e dramática governanta volta para sua preciosa cozinha.

- Ela está a muitos anos comigo.

Laura está sorrindo com a cena. 

É claro que ela nunca viu alguém me tratar como Martha o faz. Ao menos na empresa sou respeitado.

Deixo Laura se ambientando e levo sua mala para o quarto de hóspedes. Aproveito para tomar um banho, finalmente me livrar do cheiro de hospital impregnado a quase um mês em mim.

Visto uma calça e normalmente seria só isso. Mas com Laura aqui acabo colocando uma camiseta também. Volto para sala e recebo um longo olhar. Não é um olhar qualquer. É...avaliativo.

Mas logo ela parece se incomodar e desvia os olhos. Me aproximo e abaixo na sua frente.

- O que foi?

- Nada. Eu só. Me sinto invadindo sua casa. Você não tem obrigação nenhuma, só...parece errado...

Quando Fechei Meus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora