Capítulo 4

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- Não foi fundo. Dois pontos vão resolver. Mas eu indicaria o senhor a ir no Hospital, foi uma batida na têmpora.

- Você sabe dar pontos?

- Sei, mas o ideal é ...

- Apenas dê os pontos.

- Certo...tudo bem. Tambem Não tenho anestesia...

- Apenas dê os pontos.

Temos uma sala no Térreo para emergências. Geralmente dores de cabeça, ou problemas estomacais.
Então vou dar um desconto para a insegurança do jovem médico.

Ele limpa e sutura o corte.

- Obrigada.

Deixo a sala e atravesso o saguão. Os que estão chegando agora me olham com curiosidade.

Vou até o RH exigir que a demissão de Damon seja por justa causa.

Depois de acertar tudo encontro com a secretária do andar financeiro. Ela me bloqueia quando vou pegar o elevador.

- Senhor. Me desculpe. Mas por favor. Eu preciso desse emprego. Tenho filhos. Eu não sabia sobre nada daquilo.

Eu escuto suas palavras. Ela é a secretária do andar. Não revisa nenhum documento nem nada. Não merece essa culpa.

- Claro. Você fica com seu emprego. Mas vou trocá-la de andar.

- Certo. Obrigada senhor!

Eu passo por ela, mas viro um instante depois.

-  Seus filhos. Estão no plano de saúde da empresa?

- Não senhor. Por causa do desconto não pude colocá-los. Perder qualquer valor, afeta nosso orçamento, preciso pagar creche pra eles.

- Acerte com o RH, a inclusão deles no plano. Nada será cobrado. Traga os documentos deles e e comprovantes de escola e providenciarei uma ajuda mensal extra no seu salário.

- Senhor. Não tenho como agradecê-lo. Muito obrigada.

Aceno com a cabeça e sigo para o elevador.

Pego o elevador e para minha surpresa Laura está nele.
Ela demora, mas termina perguntando:

- Está tudo bem?

Eu evito seus olhos. Não posso me perder neles. Não hoje.
Ainda tenho uma tarefa desagradável pela frente.
Nada está bem. Eu gostaria de poder conversar. Mas no lugar disso, apenas respondo:

- Sim.

Desço na frente dela e vou direto para a sala de Vicent.

- Logan.

- Você é um cretino, filho da puta!!

- Logan, do que você...o que houve na sua cabeça?

- Damon fez o trabalho sujo! Eu sei o que você vem fazendo Vicent! E você vai pagar.

Vicent já sabia que minha atenção estava nele. Já a algumas semanas recebi um e-mail, de um funcionário alertando sobre movimentações dele.

Vicent muda de postura. Ele sabe que não adianta tentar me convencer.

- Sem provas não há crime.

- As provas virão. Você é o culpado por muitas demissões.

- Eu não Logan. Você os demitiu.

- Você criou todo o problema. Louise, Damon e a equipe foram peças no seu tabuleiro.

- Não me diga que você está com pena? O grande Tubarão com pena? Você nunca perdoou incompetência, não comece agora!

- Vou me certificar de que você caia. De uma forma ou de outra.

- Tente. Posso apostar que tenho mais aliados no conselho que você.

- Não esqueça, que sou o maior acionista.

- Não esqueça Logan, que saindo da empresa eu levo boa parte dela junto.

Antes que eu cometa um crime eu deixo a sala dele e subo para a minha.

- Katherine, cancele os compromissos da manhã. Não quero ser incomodado.

- Sim senhor.

Preciso me livrar de Vicent, ou ele vai afundar tudo que construí.
Confrontá-lo não foi a jogada mais inteligente.

Demiti-lo simplesmente não o tiraria da empresa, por que ele ainda é  acionista.

Mantenha os inimigos perto Logan.

Sento e declino o corpo. Fecho meus olhos.

Por que Vicent? Qual a motivação?

Não produzo absolutamente nada durante a manhã então resolvo ir almoçar.

Laura está aqui. Impossível não notar. Iluminando o lugar.

Sento em uma mesa de frente para ela.

Duas mulheres conversam atrás de Laura. Percebo logo do que elas falam.

- Estou te dizendo. Foi um copo.

- A Diana disse que foi uma faca.

- Foi um copo. Ele arremessou contra o Tubarão. Completamente louco. Como se um copo pudesse derrubar aquele homem.

Meu olhar vai para Laur

As duas riem e seguem falando.

- E porque a demissão em massa? O que aquelas pessoas fizeram? Respiraram?

- Isso eu não sei. Só sei que ele saiu do refeitório rugindo ordens e quem não cumpriu foi pra rua.

- Sério. As vezes eu acho que ele é um lunático.

- Eu não pego elevador com ele. Se ele me atacar eu não tenho chance.

Antes que ela termine eu levanto. As duas me vêem, e procuram esconder o rosto.

Deixo minha bandeja, com toda a comida. E odeio fazer isso.
Não foram os insultos que me incomodaram. Mas que Laura os tenha escutado.

Sento na escada. Irritado.

Praticamente ninguém usa as escadas, então me surpreendo quando ela aparece pela porta.

Ela vem até mim. Sentado, ficamos praticamente do mesmo tamanho. O que parece confortável para ela.

- O senhor não devia deixar de comer por causa de alguns poucos insultos. Tenho certeza que já ouviu piores.

Ora,ora, ela vai tripudiar. Essa mulher realmente não é nada previsível.

- Me chame de Logan.

- Certo. Logan.

Meu nome soa bem na voz dela.

Levanto e começo a subir.

- Evite a minha companhia. Logo vão dizer que eu costumo esquartejar meus empregados.

- Tenho certeza que você não é tão divertido.

Saio do campo de visão dela antes de extravasar um sorriso que me toma.
Depois desse dia ruim, Laura fez meu coração sorrir.







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Quando Fechei Meus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora