"Andar de ônibus era uma das minhas metas."
— Não acredito que você nunca entrou em um ônibus... — A arte da espera para Emilly sempre foi de longas datas de treinamento, mas com Joe parecia mais fluído, pois ela sempre tinha que esperar ele escrever os diálogos em seu famoso bloquinho de anotações. — Acho que já está na hora... Preciso aprender libras. — Declarou em desespero.
— YOUTUBE, QUERIDA! — Diz Tob, dançando de amores na mente de Joe, que o recepciona com seu sorriso corriqueiro.
— Do que você tanto rir? — Pergunta Emilly desajeitada, porque sempre lembra da imagem de Joe sorrindo do nada.
"TOB"
— Quê? quem é Tob, pelo amor de Deus?
— JOE, NÃO PODE ME APRESENTAR AGORA, NÃO TENHO ROUPA PRA ESSE EVENTO, EU GOSTO MAIS DELA DO QUE VOCÊ GOSTA, E A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA... — "Isso é assunto para outro dia."
— Tá, mas eu não vou esquecer... Do nada, você escreve Tob... Eu ein...
A viagem era de pouco percurso, apenas 1 hora e 38 minutos de Londres até Leamington Spa e ambos se concentrariam na vasta paisagem que a cada momento se aproximava.
Emilly estava escorada na janela, não preocupada apenas com a figura física de Joe do seu lado, mas sim porque ela sabia que dormia em viagens, o cheiro de transportes em geral (como ela descrevia), era convidativo para um pequeno sono, mas ela sabia através de boatos (principalmente de Mike), que roncava muito, não queria assustar os poucos passageiros que ali continha (Resumindo, ela não queria assustar Joe).
Já Joe, estava fitado nas mãos de Emilly, analisava cada detalhe daquela minúscula mão. Precisava parar, pois o suor enfatizava, tornando-se assim um indício que estava nervoso, além sentir-se enjoado, talvez pela viagem, talvez pela presença dela, ou pior: A família dela.
— TEORIAS AFIRMAM QUE CONHECER A FAMÍLIA DA SUA NAMORADA CAUSAM ENJOOS E VOCÊ PODE DESCOBRIR QUE TEM UMA QUEM SABE... ARRITMIA CARDÍACA! — Joe tentava ignorar Tob em sua mente, lançando pesamentos que não, ela não era sua namorada, então quem sabe ele não vomitaria na frente de todos, nem teria um possível ataque cardíaco. — ELA NÃO É MINHA NAMORADA, ELA NÃO É MINHA NAMORADA! PELO AMOR DE DEUS, NÃO ME FORCE PENSAR NISSO JOE, TENHO OUTRA TEORIA PRA VOCÊ...
— Você tá bem? —Pergunta Emilly ao ver uma pequena movimentação no banco do seu lado e observou Joe suando.
— FAZ SINAL DE ENJOO, FAZ SINAL DE ENJOO! — Joe faz sinal de que estava um pouco enjoado e dá um sorriso amarelo.
— Não me diga que quer vomitar? Que coisa absurda, não consigo ver você vomitando, Sr. Chanceler. — Emilly retribuiu o sorriso amarelo de Joe, com um sorriso mais eufórico e retornou pra sua luta na janela entre ficar acordada ou não mostrar pro ônibus (Joe), que ela roncava.
— COMO EU ESTAVA DIZENDO, QUERO COMPLETAR MINHA TEORIA, POR FAVOR... — Joe revira os olhos e percebe o olhar de uma criança o julgando em feições, se recompõe e decide colocar seus óculos escuros, para evitar qualquer tipo de constrangimento. — ENFIM, QUANDO A GAROTA NÃO É SUA NAMORADA, MAS VOCÊ GOSTA DELA E PRA FICAR PIOR, VAI CONHECER A FAMÍLIA DELA, CARA... VAI TER QUE AGUENTAR PERGUNTAS DO TIPO: "O QUE VOCÊS SÃO?"
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Não consigo dizer: Eu te amo!
RomanceJoe Stevens e Emilly Hall, duas pessoas distintas, com o mesmo empecilho: Não conseguem dizer eu te amo.