Já eram quatro horas da tarde, Mike esperava sua colega de quarto chegar da faculdade para lhe contar uma das suas maiores novidades.
Mike Pierce, a alma mais inteligente que alguém poderia descrever, graduando em física, sentia seu coração movendo-se para isso, um incrível futuro licenciado na matéria.
— Até que enfim você chegou, tenho novidades!
— Adiante, pois eu também tenho! — Disse Emilly, fazendo um pouco de esforço para retirar suas botas de um respectivo couro falso.
— Ok, Ok! Consegui uma monitoria na faculdade e será remunerada...
— Nossa Mike, parabéns... — Sim, foi em um tom desprezível.
— Nossa esse seu jeito, nem liga para as minhas conquistas.
— Não é isso, é que aposto que ficou no pé do professor Arttie para conseguir a vaga, ele faz com que você fique se humilhando o tempo inteiro pra isso...
— Você não tem ideia de como é importante uma monitoria para mim...
— Eu sei que é, mas tudo que é importante pra você precisa ser sinônimo de humilhação?
— Emilly eu não sei qual o motivo de você ter nascido assim... — A esse ponto Mike estava a flor da pele e Emilly não era muito para sensibilidades, a racionalidade dominava sua mente e digamos que seu jeito sincero era confundido com o sincerismo.
Mike Pierce bate à porta do quarto com toda sua força e apesar de ser apenas dois anos mais novo que Hall, se põe aos prantos.
— Mike, até quando você vai ser um bebê chorão?
Mike tira o travesseiro da sua cabeça e atira-o em direção da sua singela amiga:
— VOCÊ NUNCA ME APOIA EM NADA! QUANDO VOCÊ FICA COM AQUELE SEU SONHO MALUCO DE ABRIR UMA CAFETERIA, QUEM FICA DO SEU LADO? — Mike era do tipo de rapaz sensato, mas tinha uma coisa chamada: hipersensibilidade.
E assim eles iniciaram uma discursão adolescente, até o momento que se tocaram das suas atuais fases, adultos:
— Olha, você tem razão, eu sei que parece que não te apoio, que não fico do seu lado, eu só não gosto que as pessoas se aproveitem de você, da sua inteligência e capacidade.
— Me conta sua novidade...
— Só se retirar esse rosto de birra e esse bico idiota que você faz. —O pedido se tornará uma ordem. — Enfim, recebi uma proposta na Lemmon's Free...
— MEU DEUS EMILLY, A CAFETERIA DA FAIXADA PRETA?
— Essa mesmo...
— Nossa, nem acredito que vai administrar uma cafeteria, com isso você vai pegar tanta experiência, tanto pra faculdade quanto até para o seu futuro negócio!
— Mas, não é assim que vai funcionar. — Emilly solta sua risadinha misteriosa. — Consegui um emprego como garçonete e por isso tranquei a faculdade.
— Você é maluca, cai fora do meu quarto...
— Mike, para de ser infantil, mesmo como garçonete eu vou aprender muito para abrir meu próprio negócio, sem contar que eu possuo sim noções administrativas.
— Ganhando quanto por mês ? Você não pode pensar somente no agora...
— Depois não reclame quando eu não ligo pra suas loucuras também...
— Minhas loucuras tem nexo e quem tranca a faculdade pra virar garçonete ? E outra, como decidir contar essa loucura a seus pais?
-Vou responder por vez, primeiro, esse é o meu sonho, se seu sonho é ser físico, meu parabéns, o meu é ter meu próprio lugar, para ser mais clara uma cafeteria. Segundo, meus pais estão no interior, eu não vou contar...
— Como se a futura formatura não fosse chegar...
— Simples, eu direi que eu juntei bastante e comecei um pequeno negócio, eles com certeza se orgulhariam mais do que com um pedaço de papel.
— Na cafeteria de outros?
— Não, Mike, eu vou juntar pra investir na minha própria.
Quando se tratava dos seus sonhos, Emilly não sabia ouvir conselhos, nem pensar em seus pais, ela tinha apenas metade do seu coração, embora muitas pessoas a admiravam pela sua garra e coragem para tudo que queria e uma coisa que realmente não ligava: opinião alheia.
A noite fria destacava nas grandes janelas de vidro dos quartos da mansão Stevens, Joe Stevens estava finalizando mias de um dos seus trabalhos, para ele era importante, aquela obra seria doada pra um leilão de um orfanato, toda concentração era pouca, cada detalhe deveria destacar na tela. Se consistia em uma pintura a óleo, sua principal especialidade, não gostava muito do colorido, mas a Aquarela estava realmente cheia de cores vibrantes, afinal de contas, retratava-se de destinação de em favores infantis.
Qualquer um que fosse pesquisar sobre o pintor já sabia o que apareceria de imediato, sua deficiência. Joe era mudo, mas não de nascença, perdeu a fala no final da faculdade, quando foi diagnosticado com meningite, um verdadeiro milagre de sobrevivência. Apesar da perda da sua fala, ele tinha algo na sua mente, uma própria fala, talvez um segundo eu, um tanto mais "Carpe Diem", que ele denominava: Tob, ele mesmo ria disso, afinal de contas, estava sério a maioria dos tempos e Tob se tornava um segredo. Recebeu aulas particulares de libras, ele e sua mãe, pelo fato da sua grande comunicação com a mesma.
Hora do descanso, se sentia um velho destemido olhando sua face no espelho. Sente a torneira fria em consonância com a água gelada, lavar as mãos de tinta era necessário.
De imediato passa as mãos ainda molhadas em seu rosto, logo após em seus cabelos negros e lisos. Um sorrisinho para o seu espelho, embora parecesse um galã londrino, as mulheres não corriam o risco de chegar até ele, afinal de contas, Joe sempre era precavido, obviamente que pensava no amor, mas não era sua prioridade no momento, mas estava certo que as coisas simplesmente aconteciam.
Já deitado, admira sua tela, logo mais à frente, um mix de contrastes coloridos, em concorrência com vários quadros destacando sua parede, quadros estes de grandes nomes da arte:
— PIERRE AUGUSTE RENOIR, LEONARDO DA VINCI, RENÉ MAGRITTE! -Tob gritava em sua mente. — FRIDA, PORTINARI... — Gargalhadas. — Suas insônias são minha culpa, não é mesmo Joe? -Indagava Tob.
O senhor Stevens precisava desconsiderar Tob, ou voz da sua mente, cedo iria dar aulas, sim, além de um renomado artista, declamava sua arte de ensinar, as famosas técnicas de pintura.
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Não consigo dizer: Eu te amo!
RomanceJoe Stevens e Emilly Hall, duas pessoas distintas, com o mesmo empecilho: Não conseguem dizer eu te amo.