Os famosos sinos de cafeteria tocam na porta, a mágica acontecera, Hall entrava no seu mais novo trabalho, já havia ali poucas pessoas, mas enquanto trocava de roupa no banheiro, tentava ouvir a conversa que acontecia lá fora, decidiu se olhar no espelho e fazer uma breve respiração.
— Não sei como vou aguentar trabalhar com isso... —Assim que termina sua fala alguém bate na porta.
— Eu também pensava assim, mas depois você se acostuma. -Emilly abre a porta timidamente e se depara com a garçonete que Milaíne lhe apresentara de longe.
— Me desculpa, só apenas um nervoso de primeiro dia...
— Celine! — Celine estende as mãos e elas se cumprimentam, esbanjando sorrisos.
— Emilly...
— Eu sei, Dona Milaíne nos informou sobre você e mandou eu ajudá-la! — Hall estranha o termo "dona" para uma garota de dezoito anos, mas consentiu, não gostaria de mostrar suas garras logo de início.
— Ela me falou sobre o seu nome também, só acabei esquecendo, mas não do seu rosto. — Emilly fala sem graça.
— Não querendo interromper nosso ciclo de amizade, precisamos trabalhar. — Celine pisca os olhos em sinal que estavam atrasadas.As duas saem do banheiro e embora Emilly fosse muito confiante, se sentia muito nervosa ao se deparar com um tanto bom de clientes acenando, chamando, conversando, gritando, rindo. Celine vai andando pela cafeteria, pega um bloco de notas e uma mine caneta e da a Emilly.
— Bom dia Senhora Mercedes, como está o seu filho Júnior, ele estava com o que mesmo? Ah, lembrei... Catapora...
-Oh minha querida, ele está muito bem obrigada, vou levar até algo pra ele...
— Então, é só pedir... -Emilly observava como Celine tratava todos bens, além de ser ágil e simpática. Por um momento sua ambição levava a imaginar Celine trabalhando na sua própria cafeteria. — Emilly? Você está aí? Acorda...
— Ah, me desculpe, estava concentrada em pensamentos...
— Olha, aqui você tem que ter muita paciência, depois do pedido anotado é só levar até essa janelinha, e não se esqueça de anotar o número da mesa e quando um prato ficar pronto eles tocam um sininho. — Emilly pensava no quanto ela precisava aguentar tantos sinos. — Eu já disse você se acostuma...
"— Além de garçonete é bom saber que você ler mente." — Esse foi o pensamento de Emilly, mas a verdade é que ela apenas sorriu timidamente.
— Depois você leva o pedido e nunca se esqueça de sorrir, assim ganha gorjeta a mais. — Celine pisca o olho, e Emilly acha que teria que se acostumar também com as piscadas repentinas.
— Então, por quem eu começo?
— Tem várias pessoas sem pratos na mesa, mas como eu sou boazinha, vou te mandar para aquele ali, sentado perto da janela.
— Você é maldosa Celine, mandou a novata logo pro Joe... — Celine começa a rir com Henrique, colega de balcão.
Joe observa uma moça vestida de garçonete indo ao seu encontro:
— AI MEU DEUS JOE, É A MOÇA DO QUE VOCÊ QUASE ATROPELAVA, CORRE ENQUANTO DÁ TEMPO! -Tob gritava em sua mente, enquanto isso Joe batia as pernas de nervoso na esperança que ela não o xingasse publicamente.
— Bom dia senhor! Em que posso ajudá-lo? -Ele olha rapidamente para o pequeno broche prata com seu nome.
— EMILLY! -Tob desperta.
— Senhor, deseja alguma coisa para comer, beber? -Joe assente com a cabeça, assustado principalmente que ela não lembrou que o próprio quase a matara.
— Bom, pode pedir, irei anotar... — Joe analisa o sorrisinho que ela deu, de fato ele conhecia algumas linguagens corporais e sabia que na verdade ela não estava muito satisfeita com aquele cargo, mas fingia autenticidade.— FALA QUE VOCÊ É MUDO, PERA AÍ, VOCÊ NÃO PODE FALAR! — Tob agoniava a mente de Joe, enquanto isso a garçonete Emilly, batia os pés levemente no chão e Joe com certeza percebe e para pagar o dedo que recebera, decidiu se aproveitar da sua deficiência pela primeira vez e olhar sem escrúpulos para os olhos escuros dela.
— Você pode falar seu pedido, eu anoto. — Emilly começa a falar lentamente eJoe percebe que a fala dela agora virou uma "forçação" de doçura, e que na verdade estava sem paciência e a ironia reinava.
— Algum problema aqui? Vá para a mesa sete Emilly, eu cuido do Joe! — Celine sorrir.
Emilly Hall sentiu que aquele homem estava a debochar dela, mesmo sem entender e mesmo ele sendo um cliente sentiu uma tremenda fúria e quando ela olhou para trás notou que Celine estava anotando o pedido, viu que estava se saindo bem com ele, não queria acreditar que o erro estava com ela, mas do que tinha certeza era a espera que ele continuasse frequentando a Lemmon's Free, porque uma vingança seria preparada, embora sabia que não podia pensar daquela forma, ele se tratava de um cliente. Decidiu continuar seu trabalho, mesmo notando que o cliente engraçadão estava rindo sozinho na mesa.
— EMI! -Ela toma um susto ao se deparar com a voz de Milaíne do escritório, ignorando totalmente a mesa que estava limpando vai até a criança administradora:
— Bom dia!
— Então, como está o primeiro dia? Quero saber de tudo...
— Bom, só está começando, muito trabalho para se fazer e eu só queria tomar uma dessas xícaras de café...
— Lógico que pode tomar, depois do expediente, bobinha! — Hall sorrir para Milaíne, que hoje invés de ternos azuis usava ternos de cor pink, onde destacava uma blusa amarela chamativa. — Qualquer dúvida, me procure, por favor!
— Sim, irei! — A nossa jovem Milaíne pisca os olhos e Hall se sente ameaçada, mas decide ignorar mais uma vez aqueles pensamentos repentinos, pois mesmo que ela gostaria de alavancar seu cargo, Milaíne se tratava de sua chefe.De relance observou o cliente debochado saindo da cafeteria, entrando em seu carro, parecia que o conhecia, mas só estava com vontade de fazer com ele o que fez mais cedo com quem quase a atropelara, afinal de contas, agir as vezes por impulso não significa nada.
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Não consigo dizer: Eu te amo!
RomanceJoe Stevens e Emilly Hall, duas pessoas distintas, com o mesmo empecilho: Não conseguem dizer eu te amo.