Capítulo 5 - Companhia não solicitada

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Quando eu volto a entrar na biblioteca de uma forma totalmente natural, eu evito olhar para o Elijah, tá muito difícil não rir depois das reações da Briana e do David, se eu olhar para Eli e ele estiver tão igualmente confuso, receio não conseguir me segurar.

— Não lembro de ter pedido por companhia, Chicago. — Eu reviro os olhos e me sento no chão para ficar numa altura boa de comer na mesa de centro. O ignoro e começo a comer. — Saia daqui.

— Não. — Sorrio sem humor e pego mais uma grande mordida do bolo incrível que a Briana fez.

— Você não percebeu ainda que não é bem vinda aqui? — Eu olho para ele em desafio.

— Ah, claro que sim, você já deixou isso bem claro. Mas isso não importa, eu vou continuar aqui até o prazo do contrato acabar e você vai ter que lidar com isso.— Seus lábios se comprimem de um jeito irritado. — Não precisamos ser demônios um para o outro, senhor Allen. Vamos fazer isso ser pelo menos agradável, pode ser? — O punho cerrado dele relaxa, mas é mais como uma trégua temporária do que definitiva.

— Primeiramente, me chame de Elijah, senhor Allen é o meu pai. E em segundo lugar… — Ele suspira. — contanto que você fique em silêncio, talvez encontre algum livro que goste. — Eu sorrio e nego com a cabeça.

— Tenho certeza que podemos chegar em um acordo que seja bom para nós dois.

Ele bebe um longo gole em uma dose dupla de whisky e eu confiro o horário, mal são sete horas, vou ter que convencê-lo a parar com isso… mas não acho que ele vá aceitar isso logo de cara, melhor esperar um pouquinho mais.

— Você vai ficar quieta depois? — Concordo com a cabeça e ele me olha como se eu fosse uma criança irritante. — Tá, diga o que você quer.

— Eu quero jantar. Nós vamos conversar por umas duas horas e depois te deixo em paz… por hoje. — Abro um sorriso largo, inocente e bem humorado antes de colocar um biscoitinho de morango na boca.

— Não vejo onde isso é bom para mim. — Seu olhar é afiado, mas me parece um pouco interessado na minha proposta.

— Você não está curioso para saber sobre mim? Meu passado, se eu tenho passagem pela polícia? — Ele solta o ar pelo nariz, achando engraçado.

— Não consigo imaginar uma situação onde uma professora de artes vai parar na cadeia. — Eu arregalo meus olhos, isso sim que é uma brecha!

— Ah-há! Então você me pesquisou no Google, hein? Tenho certeza que não citei que era professora, que tinha cursado artes sim, mas professora não. — Ele parece ligeiramente envergonhado, mas ele recupera a compostura rápido.

— Não gosto da ideia de ter estranhos na minhas casa, só isso. — Dou de ombros sentindo que ganhei essa rodada.

— E então? Jantar e uma conversa sincera em troca de silêncio o resto do dia?

— O que acha de acabarmos com isso aqui e não conversar mais, depois podemos jantar, igualmente em silêncio. — Nego com a cabeça.

— Isso está totalmente fora de questão, Sr. Allen.

— Elijah! — Eu sorrio com um biscoito entre os dentes, então dou uma mordida e mastigo olhando para ele. Então ele respira fundo, finalmente derrotado. — Tudo bem, ótimo! Jantar uma conversa rápida. Agora tente comer em silêncio, por favor.

Por Todas As Estrelas No Céu, Amarei VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora