Capítulo 25 - Desabafar para quem importa

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Ao sair do elevador, a primeira coisa que eu noto é minha blusa e meu sapato jogados, saio catando tudo e colocando embaixo do braço.

— Meu Deus, nem quero imaginar o que a Bri faria se encontrasse minha roupa jogada pela casa assim. — Eli ri e pega o vinho na geladeira, em seguida pega duas taças.

— Eu adoro a Bri, é como se fosse uma mãe para mim, mas se ela visse isso, não ia deixar nenhum de nós ter paz para o resto de nossas vidas. — Eu concordo com a cabeça e pego a taça que ele me oferece.

— Nem me fale.

Bebemos alguns goles do vinho em um silêncio confortável, nós dois mergulhados em pensamentos, foi uma noite longa, embora divertida na maior parte do tempo, a última hora foi uma tortura total. Acho que vai ser melhor se eu conseguir aliviar um pouco o clima.

— Sabe, eu comentei com a Briana que estava precisando comprar algumas telas e tinta, então ela me disse o melhor lugar na cidade para achar o que preciso, e de brinde me ajudou a planejar o dia de amanhã, vou finalmente conhecer a cidade, comprar algumas coisas, passear… — Ele acena com a cabeça e bebe mais do vinho. — Estava pensando se você não quer me fazer companhia, me mostrar a cidade e tal. — A expressão dele fica séria e fria de repente. — Ou não também, foi só uma ideia.

— Não, tudo bem. É que eu não sai muito nos últimos meses e também não estou muito no clima para isso, mas espero que você se divirta. — Por que ele ficou tão estranho, de repente?

— É o que eu pretendo, preciso relaxar um pouco. — Forço um sorriso e noto que ele também precisou fazer um pouco mais de esforço.

— Sim, aproveite sua folga, descanse um pouco, a cidade é muito bonita e as pessoas são legais, geralmente.

— Geralmente? — Falo com uma sobrancelha arqueada e ele da de ombros com um sorrisinho de canto.

— Sim, eles não gostam muito de americanos. — Eu arregalo meus olhos e ele ri. — Só estou brincando, calma.

— Pois fique sabendo que não teve graça, Sr. Allen. — Ele revira os olhos. — Mas falando sério, a ideia de sair daqui amanhã e caminhar por uma cidade que eu não conheço sozinha, mesmo se todos forem super gentis, ainda me parece um pouco assustador.

— Eu sinto muito, Hayden, eu quero sair com você, de verdade, eu só…

— Não está pronto para sair? Eu sei. E está tudo bem. Com o tempo vamos fazer isso, até lá, talvez você me diga o porquê disso, e não adianta me dizer que é por causa das cicatrizes que eu não vou acreditar.

Eu falo brincando, mas quando ele desvia os olhos para sua taça e fica em silêncio, eu entendo que toquei exatamente no ponto certo, e me arrependo imediatamente de tê-lo dito.

— Oh… eu acertei, não foi?

— Bem, sim. É mais ou menos por aí, mas é uma história para outro dia. — Diz e bebe o resto do seu vinho. — Já está bem tarde, quer ir dormir?

— Sim, estou exausta. Tanto que vou ignorar totalmente a nossa corrida matinal. — Ele ri e coloca nossas taças já vazias na pia.

— Tudo bem, depois de tudo isso, acho que um pouco de descanso a mais é bem merecido.

Voltamos para o primeiro andar e, desconfortavelmente, voltamos para nossos respectivos quartos.

Eu sei que nós quase transamos não faz muito tempo, mas o momento de intimidade que compartilhamos após essa cena foi muito mais profundo do que qualquer relação carnal, ou desejo, que claramente temos um pelo outro. Eu fico dívida entre manter a cabeça no lugar e fazer o que vim fazer aqui a princípio, e me deixar mergulhar em Eli. Sinceramente não sei o que tem de errado comigo, mas eu com certeza posso culpar Elijah por isso!

Por Todas As Estrelas No Céu, Amarei VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora