Capítulo 26 - Sair e explorar

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Nós tomamos o café juntos e depois eu volto para o meu quarto para tomar um banho e vestir uma roupa bonita para sair hoje. Depois de muito pensar, acabo por escolher um jeans velho e folgado, desgastado pelo tempo em alguns rasgos nos joelhos, que são considerados moda hoje em dia, e uma blusa tricotada, preta e de mangas cumpridas, para me proteger do ar frio dessa cidade. Como vou andar bastante hoje, um tênis confortável é uma boa opção, assim não terei bolhas nos pés nem dor nos calcanhares. Por último, pego meu cachecol favorito e o enrolo ou redor do meu pescoço, olho para a forma desajeitada como um pequeno coração foi costurado em uma das extremidades e sorrio da pequena tentativa da minha irmã de costurar, mas ela melhorou bastante desde que ela fez essa peça. A saudade aperta meu peito, mas eu me recomponho para conseguir manter o foco na minha missão de hoje, ou pensarei na Ayla e em minha mãe o dia inteiro.

Pego o roteiro improvisado que fiz com a Briana e passo a limpo para meu bloco de notas do celular, faço uma pequena lista do que preciso comprar e mentalizo várias vezes que eu não preciso ter medo de sair sozinha. O Jackson não sabe em que parte da Inglaterra eu estou, não preciso, e nem vou, me preocupar com ele, vou apenas me divertir e fazer umas compras.

Respiro fundo para tomar coragem e desço para me despedir da Bri e do Dav, que estão na cozinha e, para minha agradável surpresa, Eli também está lá.

— Oi gente, já estou saindo. — Todos olham para mim, a Bri abre um largo sorriso e Eli me olha da cabeça aos pés, antes de sorrir também.

— David vai te levar ao centro da cidade, de lá é tudo fácil de encontrar. — Dav bebe o restinho do seu chá e se levanta da cadeira.

— Não precisa, eu não quero incomodar.

— Não é incomodo nenhum, muito pelo contrário. — David diz com um sorriso gentil e dá um beijo na bochecha de Bri antes de vir em minha direção. — Vamos?

— Eu falo sério quando digo que não quero atrapalhar vocês.

— Aceita logo, Chicago. Você não vai sozinha, então, se você quiser sair daqui cedo, aceita a carona. Se não, nós podemos ficar nessa o dia inteiro. — Eli diz ocasionalmente, mas quando olho para Bri e Davi, estão os dois com um olhar determinado, então eu desisto.
— Okay, tudo bem.

— Ótimo. — Dav diz e vai em direção à porta.

— Divirta-se, querida, e me ligue se precisar de alguma coisa. Ou para o David.

— Ou para mim. — Elijah diz e abre um sorriso largo.

— Eu não tenho seu número, Eli. — Ele se levanta e caminha até mim. — Na verdade, nem sabia que você tinha um celular, nunca te vi com um. — Ele apenas da de ombros, sorrindo.

— Então deixe-me resolver esse problema, srta. Delyon. — Ele levanta a mão. — Me dê seu celular e eu anoto para você.

Eu pego meu celular na bolsa, desbloqueio e lhe entrego, ele digita e rapidamente me devolve. Agora parando para pensar, nunca vi Elijah com um celular, o que é um pouco estranho, mas Eli é um cara meio estranho de qualquer maneira.

— Certo, agora estou indo mesmo.

Aceno e saio da casa. Em quinze minutos David me deixa no chamado, antes por Briana, centro da cidade.

— Muito obrigada pela carona, Dav.

— Sem problemas, quando terminar, ligue para vir te buscar, certo? — Eu aceno com a cabeça. — A cidade é maior do que parece, qualquer coisa peça informação.

— Pedirei, obrigada.

Observo o carro se afastar até desaparecer em uma esquina. Enfio as mãos nos bolsos do casaco e olho por todos os lados, admirando como Harlley consegue ser tão adorável e pitoresca ao mesmo tempo, com suas casas simples e bem pintadas e suas ruas calçadas em paralelepípedo. As pessoas caminham tranquilamente enquanto conversam, um homem com um avental varre a calçada na frente de um café rústico, crianças brincam enquanto dois casais conversam intimamente, com sorrisos largos e risadas descontraídas. Eu nunca estive num lugar tão incrivelmente pacífico, Chicago normalmente é barulhenta, cheia de pessoas apressadas, ninguém conhece ninguém de verdade… acho que é por isso que Harlley me fascina, é o exato oposto de Chicago em todos os seus defeitos, mas aqui não está minha família, meus amigos… eu poderia estar fazendo esse passeio com minha irmã, aproveitando o calor do sol e a brisa fria, tomando um chocolate quente e comprando qualquer coisa fofa e inútil que vermos pela frente. Sinto falta disso. Sinto falta da Ayla e da minha mãe, quero vê-las, abraça-las. Mas como não posso fazer nada disso agora, acho que vou ter que me contentar em comprar alguma coisa para cada uma delas.

Por Todas As Estrelas No Céu, Amarei VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora