Capítulo 14 - Nada profissional

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— Vocês dois tratem de sentarem à mesa para comer que eu vou servir o chá. — Nós apenas a obedecemos comportados.

— Como está a estufa? — Ele pergunta parecendo realmente interessado no meu progresso.

— Ela agora virou um estúdio adorável, você deveria passar lá para ver como ficou. — Ele abre um sorriso e aponta para o meu rosto.

— Imagino que você esteve ocupada. — Eu arregalo os olhos e pego uma colher ao lado do meu prato para me ver no reflexo. Tenho tinta no meu rosto e cabelo.

— Meu Deus, preciso de um banho. — Falo rindo.

— Você tinha que vê-la trabalhando, David, ela estava tão concentrada que só percebeu que eu estava lá uns cinco minutos depois que eu cheguei. — Bri se senta ao meu lado e coloca o chá em três xícaras.

— Mesmo? E qual o projeto? — Os dois olham para mim.

— Meu baú de viagens no momento, mas em breve comprarei mais material. Agora que a Bri me indicou alguns lugares, acredito que em breve vou estar montando uma exposição. — Falo brincando, mas os dois não riem.

— Pode ser uma boa ideia, você já fez isso antes? — Nego com a cabeça e beberico o chá tentando não fazer uma careta e enfio outro biscoito de canela na boca.

— Por que não? — Bri pergunta, mas eu apenas dou de ombros.

— Eu estava só brincando sobre a exposição. Eu nunca pintei além do hobby, além de que é difícil que alguém se interesse por uma arte amadora. — Falo tentando passar alguma indiferença, mas a verdade é que eu gostaria que algo assim acontecesse, é meu sonho na verdade.

— Todos começam de algum lugar, querida. Seu baú estava lindo, você deveria tentar expor isso em algum lugar. Eu poderia falar com… — Eu levanto uma mão para interrompe-la.

— Eu não posso te pedir isso, Bri, está fora de cogitação.

— Mas você nem ouviu o que eu ia dizer!
— E nem preciso, isso é com certeza demais para alguém que você acabou de conhecer.

— Mas é o que fazemos quando gostamos de alguém, Hayden. Como eu falei antes, sou um apreciador de arte, a Briana também é, nós conhecemos alguns artistas donos de galerias que poderiam te ajudar a colocar sua arte no mercado. Podemos falar com eles, se você quiser, é claro, sem pressão. — Eu encolho na minha cadeira.

— Exatamente. — Os dois sorriem um para o outro e então para mim.

— Eu agradeço de verdade, gente. Mas eu nem se quer tenho um trabalho para mostrar, não tenho um portifólio e nem nada assim… — Briana faz um gesto com a mão e sorri como se o que eu acabei de falar fosse a maior bobagem que ela ouviu hoje.

— Oh, pare com isso. Você não tem as coisas ainda, mas logo estará pintando várias telas lindas e eu quero vê-las primeiro para que ninguém compre nada antes de mim. — Eu rio.

— Vocês são muito gentis comigo, não sei o que dizer.

— Que tal “tudo bem, vocês podem me ajudar com isso”? — Reviro os olhos para ela e solto um suspiro.

— Tá, tudo bem. Mas só depois que eu tiver pelo menos umas dez telas prontas, okay? — Ela bate palmas, vencedora.

— Perfeito! — Olho para aquele monte de comida em cima da mesa e me pergunto se Eli está com fome.

— Acho melhor levar um pouco de comida para Elijah, ele comeu o almoço? — Briana nega.

— Muito pouco. — Eu aceno e vou até o armário.

Por Todas As Estrelas No Céu, Amarei VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora