Capítulo 32 - Hábitos do coração

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A moça deixa o balcão com um sorriso simpático e volta a atender os clientes pelo salão. Maya se volta para nós parecendo um pouco ansiosa, principalmente quando ela começa a passar um paninho em copos de uísque que claramente estão bem limpinhos. Me parece que ela quer falar alguma coisa, mas essa tensão estranha já está deixando o clima pesado, principalmente porque não tem ninguém falando nada e Eli encara sua cerveja com uma atenção exagerada, as vezes eu me esqueço que ele não é um cara de muitas palavras, por assim dizer, começar o assunto não deve ser muito simples para ele. Talvez eles precisem conversar sobre algo em particular, posso fingir ir ao banheiro para que eles possam conversar seja lá o que for.

— Então, Maya, onde fica o banheiro? — Pergunto naturalmente, mantendo meu sorriso e meu tom leves.

— Ali, do outro lado do bar, você virá a esquerda naquele corredor e vai ver as portas dos banheiros masculino e feminino imediatamente. — Concordo com a cabeça e me levanto, levando minha bolsa comigo.

Me afasto tranquilamente enquanto pego meu celular na bolsa, quando de repente esbarro em alguém corpulento e alto, olho para cima para me desculpar e não encontro nada além de um sorriso maldoso, uma barba bagunçada e um cheiro forte de cerveja.

— Desculpe. Com licença. — Tento desviar de seu caminho, mas ele me impede segurando meu braço.

A sensação não é boa, longe disso. Na verdade, as memórias que invadem minha mente me dão nada mais que asco, então eu fecho meus punhos e me viro para dar a ele um olhar firme.

— Pode me soltar? — Meu tom é baixo, grave, mas se sobressai ao barulho ao redor.

— Onde está indo com tanta pressa? Uma coisinha linda como você não pode ficar para uma bebida? — Ele olha para minha bolsa, provavelmente deduziu que eu estava indo embora.

Olho ferozmente para a mão dele que ainda está exatamente no mesmo lugar. Franzo a sobrancelha e puxo meu braço como um aviso discreto, mas ele nem parece notar. Sua voz embargada, sua camisa suja de molho assim como seu bigode, esse cara parece que não toma um banho, ou fica sóbrio, há pelo menos um mês.

— Não, obrigada. — Me mantenho séria, mesmo que ele continue sorrindo com desdém e que os amigos na mesa atrás de nós estejam rindo. — Agora me solte, enquanto estou pedindo com educação. — Ele ri, jogando a cabeça para trás.

— As que se fazem de difícil são as melhores, né? — Diz olhando por cima do ombro, para os amigos. — Sempre dou a sorte de encontrar as difíceis.

— Talvez você sempre encontre “as difíceis” porque nenhuma delas realmente quer você, já pensou sobre essa possibilidade? — Ele fica sério, seu sorriso some e seus amigos gargalham.

— Essa é dose, cara, devia deixá-la em paz. — O amigo dele diz com bom humor, mas o olhar do homem não desvia de mim.

— Devia ouvir seu amigo. — O aperto dele fica um pouco mais forte em volta do meu braço.

— Eu não estou afim de ouvi-lo essa noite.

Por cima do ombro dele posso ver Elijah se aproximando parecendo determinado e eu imediatamente engulo em seco, a última coisa que eu quero é uma briga, principalmente com um cara bêbado e miserável como esse que está na minha frente.

— Então não é inteligente, além de idiota. — Ele literalmente rosna para mim e me puxa para perto.

— Ei! — Eli diz e põe uma mão no ombro do homem. — Tire suas mãos dela. — Puta merda eu reconheço esse olhar… Eli estava com esse mesmo olhar na minha primeira noite aqui, isso não vai acabar bem se eu não interferir.

Por Todas As Estrelas No Céu, Amarei VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora