7Além - Escolhas

La graine

"Mas cada um é tentado,

quando atraído e engodado

pela sua própria concupiscência.

Depois, havendo a concupiscência concebido,

dá à luz o pecado; e o pecado,

sendo consumado,

gera a morte." Tiago 1:14-15.

Kakarotto acelerava a moto com um estranho sentimento em seu peito. Ele tinha que deixá-la tranquila, para que seu próprio coração ficasse tranquilo. Ele fez a curva que dava para o sentido do mirante que até onde ele sabia só ele frequentava. Ali, ele sempre achava paz para sossegar sua alma muitas vezes em conflito e foi o primeiro lugar que ele pensou em levá-la.

O caminho estava tranquilo, diferente de sua mente que o atormentava em porquês. O que aconteceu com ela? O desespero dela não fazia sentido, a não ser o infeliz daquele garoto tenha feito algo...aí nem os anjos iriam conseguir segurá-lo.

Ele tentava juntar as peças quando fazia uma pequena curva já diminuindo a velocidade entrando numa trilha quase imperceptível para quem passasse ali às pressas. Ele parou a moto passando por algumas árvores até ver o mirante. - Chichi? Ele sentia ela ainda grudada nele...

- Oi...

Ele ouvia a voz dela baixa e ainda chorosa apertando ainda mais seu coração... - Oh meu amor. Ele desceu da moto já tirando o capacete, vendo que ela já tinha descido e também fazia o mesmo. Foi questão de segundos que ele a viu retirar o capacete e pegou da mão dela o jogando longe e segurou o rosto dela com as duas mãos e se abaixou a beijando.

Ela sentiu as mãos quentes dele em seu rosto completamente molhado pelas lágrimas, quando veio a lembrança em sua mente do médico informando da gravidez... - Não!!!

- Chichi? Ele a viu sair correndo em direção do mirante e correu atrás pegando-a pelo braço, e puxando ela até se voltar para ele. - O que aconteceu?!

- Me desculpa, por favor me desculpa, eu juro que não fiz por mal, eu...eu achava...

- O que você não fez por mal? Sua mente vinha mil coisas, e cada uma dela era ligada àquele moleque, dentre elas o seu maior temor, de que ela poderia ter cedido a ele. - Chichi me fala!

- Eu...eu... Ela sentiu tudo rodar na sua frente e levou sua mão até o peito de Kakarotto...

- Chichi, o que você tem? Ele a abraçou segurando ela e vendo que ela puxava a respiração... -Santo Deus Chichi, você não tá bem, vamos eu vou te levar no hospital... não deveríamos ter saído da cidade, olha como você tá gelada... Ele esfregava as mãos nos braços dela para aquecê-la. - Vem pequena...

- Não...isso vai passar... tem que passar, meu Deus... Chichi se afastava dele passando as mãos no cabelo

- O que vai passar?

- Olha, antes de tudo quero que saiba que não fiz de propósito..

- Em nome de tudo quanto é mais sagrado me conta! Ele ia se aproximar dela mas recuou com medo do que iria falar, e pavor da resposta que ela daria... - Você não me ama mais? É isso que tá sem coragem de me dizer?

- Claro que não! Mas, eu desgracei as nossas vidas...

- O que você tá dizendo?

- Eu...como é difícil falar isso... não tinha que ser agora...justo agora...