Trou dans mon âme

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Trou dans mon âme

Sabe, acho que, quando você perde alguma coisa próxima,

é como perder a si mesmo,

É por isso que, no final, até escrever é difícil para ela.

Ela quase não sabe como fazer.

Porque quase não sabe mais quem ela é.

"Cartas de amor aos mortos"



Kakarotto tinha tomado um banho e estava na sacristia sem sono e algum tempo lendo umas correspondências que tinha se acumulado na semana, quando viu o reflexo de um farol de carro correr os vitrais da igreja fazendo ele saber que tinha visita. Mas aquela hora da noite?

Se levantou e foi até a parte externa para ver quem chegava naquele horário, quando viu a porta do carro abrir... - Você?

- Boa noite Padre?

- Boa noite Moro... Ele falava estendendo a mão para o garoto que fazia o mesmo.

- Parece que está admirado com a minha presença aqui Padre?

- Não vou mentir, estou sim. Kakarotto o tratava com cautela já que a saída repentina dele do retiro havia deixado claro que ele sacou o que estava acontecendo entre ele e a Chichi.

- Não vou deixar o senhor curioso, pode ficar tranquilo.

- Bom já que pelo jeito a conversa vai ser longa que tal entramos e continuar na sacristia.

- Será mais prudente mesmo.

- Porque diz isso? Kakarotto estava mais que alerta com aquele garoto. E deixou que ele passasse na sua frente para não ficar com a guarda baixa.

Já chegando na sacristia Moro olhou sobre a mesa e não viu a caixinha que tinha deixado lá sem ninguém vê-lo e quando parou para o padre passar por ele e se sentar atrás da mesa ele viu na lixeira a caixa vazia e sorriu.

Não obtendo resposta do garoto ele passou e foi se sentar na sua cadeira e observou um sorriso de satisfação do Moro. -Você tá com algum tipo de problema meu jovem?

Moro desfez do sorriso voltando seus pensamentos para o que o levou ali e se sentou respondendo a pergunta... - Se eu estou com algum problema? Padre atualmente tenho colecionado alguns.

-E eu poderia te ajudar como? Ele olhava o jovem tentando se antecipar em suas ações a aquela situação que claramente não tinha controle.

Moro levantou seu olhar encarando o olhar do Padre e soltou um meio sorriso discreto de lado... - Quero confessar padre!

***Estou descendo uma rua de mão única

Com uma ficante

Com uma mente limitada

Na terra de ninguém

(O castigo, às vezes, parece que não se ajusta ao crime)***

Chichi descia as escadas prendendo os cabelos quando foi para a sala para ver quem a esperava naquela hora da noite. Quando entrou, arregalou os olhos ao ver quem estava sentando a olhando... -Você?

7Além - EscolhasOnde histórias criam vida. Descubra agora