Vieille Enfance

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Vieille Enfance


O ímpio conspira contra o justo

e range contra ele os dentes...

Salmos 37:12-15,32,33 



  

Moro fechava a porta de seu quarto com a força de todo ódio que o consumia. - Como Grávida! Ele ia até sua escrivaninha e olhava uma foto que ele tinha com ela quando mais novos num passeio escolar. Ele pegou o porta retrato e olhou puxando o ar tentando se controlar, mas num súbito jogou o porta retrato contra a parede à sua frente e se sentou na cadeira passando suas mãos em seu cabelo em desespero. -Porque Chichi? Porque?

***Você é assim

Um sonho pra mim

E quando eu não te vejo***

Ele olhou em direção a cama se lembrando das sensações que parecia ainda grudada na pele dele imaginando que esteve com ela em seus braços, quando viu um brinco caído próximo ao pé da cama no chão e se levantou indo pegar a peça de jóia. - Maldita Delphine! Ele colocou a peça no bolso da calça e foi até seu armário e pegou uma pequena bolsa com algumas mudas de roupas e jogou na cama. Foi até sua escrivaninha e escreveu um bilhete rápido para seu pai comunicando que faria um curta viagem, para casa de um amigo fora de News Orleans que em breve voltaria. Ele releu o que escreveu e sabia que seu pai nunca ligava para essas suas viagens precipitadas, então deixou o bilhete ali e pegou a bolsa saindo porta a fora enquanto dizia em um tom baixo... - Se é assim que quer Chichi Cutelo é assim que vai ser!

*** Eu penso em você

Desde o amanhecer

Até quando eu me deito***

Os dias se passaram e ao que parecia, tudo estava indo bem com o segredo que Chichi mantinha dentro de seu ventre. Os enjoos eram cada vez mais raros, e quando aconteciam ela justificava o problema estomacal que já estava tratando. A única coisa que não se encaixava perfeitamente em sua rotina era o fato de que não tinha notícias de seu amigo Moro há dias. E mesmo ligando na mansão do governador pouco se tinha informações concretas da tal viagem que Moro tinha feito às pressas.

Deitada na cama depois de chegar da faculdade, sua cabeça fervilhava em teorias inúteis do porquê seu melhor amigo viajou assim sem falar nada pra ela. E tendo a tarde livre não podendo se encontrar com Kakarotto devido ele ter um encontro de famílias na paróquia, ela pensava na brecha que se abriu para ela poder ir até a mansão, pois depois de saber que estava grávida ela o sentia mais cuidadoso com ela e mesmo tentando disfarçar o ciúmes ela percebeu que ele ficou aliviado com essa viagem esquisita do Moro. - Ciumes besta! Ela falou rolando da cama e puxando o aparelho telefônico discando para casa de Merinda que logo no segundo toque atendeu. - Meri, vai tá ocupada agora de tarde?

- Olha quem apareceu? Que milagre é esse de estar disponível a essa hora?

-Tô sumidinha né? Desculpas amiga... Muito trabalho da faculdade.

- Sei bem... e o tema desse trabalho por uma acaso é Quem Roubou seu Coração?

- Ahhhh mais você hem...

7Além - EscolhasOnde histórias criam vida. Descubra agora