Cap 11

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Ao dia seguinte, diferente das outras vezes que sumiu, Maísa quis deixar claro que Giulia lhe importava, iniciou a semana com a seguinte mensagem.

"Bom dia, minha querida. Terei uma semana mais complicada e outra vez talvez não seja capaz de te ver dançar... me perdoe."

Quando findou o trabalho, já em casa, Maísa ligou para Davi lhe mandando retornar. Nicole já sentia o que viria, há muito sua mãe não fazia tamanha questão de todos juntos assim em um jantar.

- Mãe, eu estava ocupado! — Davi disse assim que passou pela porta.

- Boa noite, viu? Vá lavar suas mãos e venha jantar.

Com toda tranquilidade que lhe era alcançada, Maísa preparou a mesa e logo estavam todos sentados, em silêncio. Já começavam a comer quando Nicole quebrou.

- E então? A última vez que fizeram isso foi para... eu nem lembro mais. O que houve dessa vez? — Maísa olhou rapidamente para Alex esperando algo dele.

- Bom, vocês três já estão grandes o suficiente para que consiga ter essa conversa. — ela começou. — Eu e o Alex vamos nos separar.

- Mãe! — Alessandro pareceu realmente surpreso. Nicole já não.

- De novo isso? — Davi não pareceu feliz.

- Há três anos nós tentamos uma reconciliação que não funcionou. Um esforço que partiu dos dois lados mas não deu. — mentiu. — Isso acontece todos os dias com as pessoas.

- Ainda é a mesma amante? — Nicole falou olhando para o pai.

- Nicole, eu sou seu pai! Com ou sem a Maísa eu vou continuar sendo o pai dos três e isso não vai mudar! — Nicole riu.

- E por que é ele? — Davi falou e até Nicole ficou surpresa.

- Está insinuando que fui eu a pessoa ruim nesse casamento? Está procurando culpado e sou eu essa pessoa? — Maísa foi pega de surpresa pela insinuação do filho.

- O senhor tinha uma amante? — Alessandro era o único que não sabia, ficou decepcionado.

- Por favor, parem! — Maísa falou um pouco mais alto. — Eu e Alex não funcionamos como marido e mulher mas seguimos pais de vocês, isso segue igual. Nós não vamos fazer disso um processo mais difícil do que já é. Não vamos.

Maísa levantou e foi direto ao seu quarto.

"Por favor, sei que praticamente desapareci mas espero que ainda tenha o mesmo número. Teria um horário amanhã para a pior amiga e paciente que já teve? Boa noite, querida."

Ela enviou e respirou fundo uma e outra vez. Nesse instante é Giulia quem lhe manda uma mensagem.

"Acha que posso te ligar?"

Maísa sorriu pela primeira vez naquela dia. Ela fechou a porta do quarto, tirou a roupa que vestia, prendeu os cabelos e foi ao banheiro, mais precisamente em sua banheira que já havia preparado antes do jantar. Assim que entrou, foi ela quem ligou.

"Boa noite..." — sua voz foi tão profunda que Giulia suspirou passando a mão em seus cabelos. Maísa a ouviu e mordeu leve o lábio inferior. — "Giulia?"

"Me perdoe, é que... a sua voz..." — Ela quase pareceu nervosa.

"O quê que tem a minha voz?" — seu tom permanecia igual.

"Ah, Maísa..." — ela suspirou. — " Eu sentia sua falta."

"Não sente mais?" — Maísa brincou e até ela surpreendeu que ainda tinha humor para isso.

O quinto amorOnde histórias criam vida. Descubra agora