Cap 20

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Naquela sexta-feira, Maísa ligou para Benita, contou tudo que havia acontecido, explicou que não iria naquele dia e Benita entristeceu por ela. Vitória observou de longe sem entender nada mas desconfiou ser sério.

"Um motorista vai buscá-la no final da tarde para trazê-la até aqui com o que pedi."

Maísa resolveu que mesmo de longe iria colocar toda sua atenção ao seu escritório. A essa altura já era a quinta ligação de Giulia que ela não atendia.

|Por favor, só volte a se comunicar comigo se realmente for essencial. Principalmente a respeito do escritório.

Ela enviou uma mensagem depois de inúmeras chamadas de Alex durante aqueles dias. Três dias para ser precisa.

"Estou evitando ao máximo escrever, tive um acidente doméstico e vou precisar ficar uns dias em casa, quando puder voltar ao escritório aviso a você. Outra vez obrigada por estar me ajudando tanto."

A última mensagem de áudio foi para seu amigo, Richard.

Logo depois de almoçar quase nada, Maísa se deu conta que naquele dia chorou menos. Estava começando a encaixar cada palavra dita por Alex e tudo aquilo passava a ter bastante sentido. Perdida em ainda não saber o que fazer, não conseguia mover-se com relação a Giulia. A todo custo evitava pensar nela.

Maísa se deu conta que a campainha tocava pela segunda vez. Desceu as escadas vestindo um suéter por cima da blusa e abriu a porta, sabia que era Vitória.

- Desculpa, é que como a senhora não abriu eu...

- Boa tarde, entra. — Maísa quase sorriu quando a mais jovem entrou em sua casa. — Você já comeu alguma coisa? Quer beber uma água?

- Para mim?

- Bom, suponho que sim, Vitória. — Outra vez Maísa segurou o riso.

- Eu não quero nada, muito obrigada, senhora.

- Por favor, pare com isso de senhora. Senta aqui.

Maísa buscou seus óculos, cruzou suas pernas e pegou os papéis das mãos de Vitória, essa que a observava sem quase nem piscar os olhos.

- A senhora está melhor da sua mão? — Maísa a olhou por cima dos papéis e os acomodou nas pernas tirando os óculos.

- Na segunda-feira pela tarde talvez eu volte. Terá a experiência de me ter como chefe.

- Que bom. Senti... sentimos sua falta. — se corrigiu rápido.

- Sentimos?

- Sim, a Benita... eu. — Maísa riu.

- Ajeitaram todos os seus papéis no escritório? Você está bem?

- Uhum. Hoje até fizeram um bolo para mim.

- Um bolo?

- É. É meu aniversário. A Benita é muito legal comigo.

- É seu aniversário? — Não foi com muito entusiasmo que Maísa perguntou.

- É sim.

- Felicidades, querida. — Maísa segurou muito rapidamente sua mão. — E então, onde será a festa?

- Obrigada. Bom, não será nenhuma festa mas vamos a uma pizzaria, e...

- E...?

- Seria muito legal se a senhora fosse mas eu também vou entender caso não possa ir.

- Oh, querida... Eu não ando a melhor companhia. E não é nem só por minha mão. — Maísa suspirou mas se apenou pelo olhar quase frustrado de Vitória. — Deixa o endereço e se eu decidir, apareço, tudo bem?

O quinto amorOnde histórias criam vida. Descubra agora