Cap 27

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Levados pelo cansaço, Nicole e Alessandro dormiram no mesmo quarto em companhia do novo cachorrinho de Giulia. Essa que estava agora na sala deitada no sofá assistindo um filme antigo quando tocou seu celular, ela olhou, não era a primeira vez que Maísa ligava, ela resolveu atender naquela vez.

"Oi."

"Giulia, por favor, abre a porta." — Maísa falou baixinho, era tarde e a culpa ainda lhe corroía.

"Maísa, o que faz aqui?" — ela caminhou até a porta e desligou o celular.

Ela não estava mais com a mesma roupa, agora usava jeans e uma blusa preta que mais lembrava um suéter. Giulia vestia camisola com robe.

- É tarde, você não deveria estar aqui. — ela falou dando espaço para Maísa entrar.

- Eu não ia conseguir dormir. Eles já dormiram?

- Já sim. Não sei se quero conversar agora com você.

- Acha que estou te traindo?
— mesmo com a pouca luz Giulia a olhou nos olhos e respirou fundo. — Eu entendo que esteja chateada comigo, mas você não pode duvidar assim de mim.

- Não posso, Maísa? Há meses você está cada vez mais distante, você só parece ficar bem com o Richard ou Vitória. Mesmo nos dias em que não está viajando você ainda parece estar lá, sua cabeça não desliga e não sei se é por seu trabalho, se é por alguém ou sei lá o que for.

- Eu sei, eu sei, você está certa, vocês estão. Juro que o que tenho feito também é por vocês!

- Não. — Giulia usou a voz firme. — Não fale de mim como falaria com eles. Eu não me importo com seu dinheiro, quando decidi ficar com você, era com você, não com seu dinheiro.

- Giulia, eu não disse isso. Só quero que me escute.

- É só o que tenho feito, não? — Maísa respirou fundo e sentou no sofá.

- Eu sei, esqueci algumas coisas nossas, mas é pelo trabalho com o outro escritório. Faço isso para que possa descansar melhor no futuro. Hoje foi porque saí do aeroporto direto ao shopping, Vitória não havia nem mesmo jantado e o aeroporto é ali perto.

- Você não vai descansar, não consegue. Quanto a Vitória, eu não sei se quero continuar falando nisso. Não estou dizendo que vocês têm um caso, apesar da sua consciência de que ela está apaixonada por você.

- Me perdoa, você tem razão, mas por favor não desiste da gente assim.

No final do corredor, mais triste que antes, Alessandro ouvia o final da conversa e fechou a porta para deitar.

- Você ainda viaja até o final do ano? — o silêncio de Maísa foi como resposta para ela.

- Eu volto pela manhã do dia vinte e quatro, por favor, espera por mim. Nós ainda podemos resolver tudo isso.

- Tá tudo bem, Maísa.

Maísa deu um beijo curto nos lábios de Giulia, naquela noite  pediu para ela não sair de lá tão tarde e elas dormiram na mesma cama, porém sem se tocar. Logo pela manhã, ainda muito cedo, ela já levantava para fazer um café antes de precisar ir trabalhar.

- Dormiu aqui?

- Bom dia, senhorita.

- Bom dia, mãe. Vocês estão bem?

- Mais ou menos. Está me odiando como seu irmão também?

- Ele não te odeia, mãe. Está chateado, sabe como ele é. Fiquei um pouco mais chateada pelo jeito que não parece muito se importar com a Gi. — Maísa sorriu com a culpa novamente.

O quinto amorOnde histórias criam vida. Descubra agora