Sentada, já no início de noite, Maísa segurava seu celular em mãos, começou a pensar que havia feito uma loucura, que aquilo nem mesmo parecia ser ela, agora cada célula de seu corpo começava a se arrepender do que havia feito.
Maísa não desejava mais nada que poder falar com Alícia, uma voz que guiasse e que lhe pudesse dizer o que fazer, dizer passo a passo de como seguir, sentia como a ansiedade parecia tomar conta de seu ser. Pensou em comprar uma água e lembrou que nem mesmo o idioma falava. Maísa quis chorar outra vez mas, como um sopro, começou a lembrar da voz de Alícia, precisava respirar e foi o que fez, uma e outra vez até pegar seu celular. Para sua surpresa, era Giulia.
"Maísa? Maísa você me tá me ouvindo? Nicole e Alessandro me ligaram nesse segundo, você está aqui? De verdade veio?"
"Oi... sim, cheguei tem alguns minutos mas não tive forças para ligar e avisar."
"Eles imaginaram e por isso quiseram me avisar. Eu acabei de sair de casa e estou chegando, me espere por favor."
"Obrigada."
Foi tudo que conseguiu dizer. Aquela onda de emoções dentro dela começava a diminuir, mesmo que ainda continuasse sentindo. Usando o inglês, Maísa comprou a água, começou a focar nas pessoas, na cultura, quase ensaiou um sorriso, foi quando Giulia apareceu.
- Meu Deus, eu olho pra você e não consigo acreditar que esteja aqui, de verdade! — Giulia estava de fato emocionada, o abraço entre elas foi longo e silencioso.
- Me perdoa, sei que não deveria ter vindo assim mas eu não aguentava mais essa distância, esse silêncio, sinto tua falta. — Giulia ia acariciar seu rosto mas desistiu.
- Vem, vamos pra casa.
- Não, quero ir a uma pousada.
- Nem pensar, a casa lá é tão grande que é capaz que nem te vejam. Além do mais... eles estão te esperando, sabem que você está aqui.
- Não, Giulia, não tenho coragem.
- Por favor, Maísa, aceite, até os meninos já são próximos deles, vamos, não vou te deixar em uma pousada de jeito nenhum.
Giulia pegou sua única mala e elas começaram a caminhar até o carro, a casa dos pais de Giulia era exatamente na praia e nada distante do aeroporto.
- Que lugar lindo...
- É sim, tinha vontade de ter uma casa por perto mas meus pais iriam se ofender, é muito grande e eles quase não vem aqui.
Maísa entrou na casa, os pais de Giulia estavam na sala bebendo jogando cartas enquanto ouviam música.
- Olhem quem chegou. — Giulia disse.
Os dois levantaram indo até ela, a mãe de Giulia foi a primeira em cumprimentar com um abraço.
- Querida, quero que fique a vontade, essa casa é como se fosse sua. — disse seu pai. — Sei que não começamos muito bem então quero que veja aqui como um recomeço.
- Eu agradeço aos dois, de verdade.
- Sabemos que se não fosse sua insistência talvez Giulia tão cedo teria nos procurado. — sua mãe disse e os quatro sorriam. — Só estou sentindo falta dos meus netos postiços.
- Como? — Maísa olhou para Giulia e elas riram.
- Diga para que venham, prometemos a melhor virada de ano de todas! — o pai de Giulia pareceu tão sincero que mesmo surpresa aquilo tocou Maísa.
- Ok, vocês estão enchendo a nossa convidada de informações e ela precisa conhecer o restante da casa.
Ainda entre brincadeiras Maísa seguiu. Giulia mostrou todo o essencial da casa e onde cada lugar dava acesso ao mar. Maísa não resistiu, levantou um pouco da calça e tocou os pés na água que quase entrava na varanda de areia.
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O quinto amor
FanfictionA descrita história de Maísa onde junto com quem lhes escreve, se descobre a possível resposta sobre quem é seu quinto amor.