Cap 23

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- Maísa, eu não sei mais o que dizer para que venha nos dias exatos.

- Desculpa? — Alícia sorriu.

- Mas voltando a tudo que me contou, está mesmo separada do Alex?

- Sim. Ele me vendeu a parte da sociedade que tínhamos e agora sou dona sozinha. Ele trabalha em uma construtora na cidade do lado, é bem pertinho.

- Isso é bom, não?

- É, isso é bom sim.

- E quanto a Giulia? — Maísa suspirou.

- Tá passando um pouco tudo que estava sentindo, isso da mágoa. Não tem um só instante que não lembre dela, a saudade faz com que piore, eu quase não consigo trabalhar.

- E quando pensa dizer isso a ela?

- Eu... eu não sei. Alícia, Giulia é uma mulher muito bonita, é jovem e...

- Olha só, eu conheço esse discurso, já fui a pessoa a fazê-lo. — ela riu mas continuou. — Se existe um querer entre as duas, isso não vai impedir. Mesmo que por ser mais velha você pense que será como tirar a chance que ela tem como mais jovem, não será assim.

- Posso fazer uma pergunta pessoal?

- Poder pode, veremos se respondo. — as duas riram.

- É difícil o relacionamento com alguém mais jovem?

- Hm... — Alícia levantou tirando os óculos. — Desde o início não foi fácil, mentiria se dissesse que não pesou. O ponto que me segurou a ela foi porque senti que me amava igual, me senti segura quanto a isso e todo o restante virou esse "isso", resto.

- Isso foi bonito de ouvir.

- Encorajador também?

Com a promessa de voltar, Maísa terminou a consulta naquele dia, ainda iria no hospital retirar os pontos em sua mão.

- - - -

Todos estavam na casa de praia, era aniversário de Maísa, ela não queria mas a insistência de amigos e filhos a venceu pelo cansaço.

- Então eu fico sabendo que você está "ficando" com um rapaz assim é? — Maísa falava com Nicole que ria do jeito da sua mãe se expressar.

- Para com isso, mãe. Não era pra senhora ter visto, nem é nada sério.

- Igual Davi que está quase que morando com a Nina?

- Meu Deus, mãe! Que exagero! Eu vou lá dentro e procura se divertir um pouco.

- Certo, mocinha.

Nicole saiu e Maísa bebia segurando sua taça quando Vitória se aproximou dela, estava na área externa da casa, perto das escadas de madeira que dava acesso até a areia da praia.

- Posso? — ela sentou ao seu lado.

- Claro, querida. Que bom que você conseguiu vir hoje. — Maísa sorriu e lhe tocou rapidamente a perna.

- Essa casa é linda... e você está linda.

- Estou ficando mais velha, como diz isso? — Maísa brincou com um fraco sorriso.

- Não muda que esteja linda. Mesmo que diga que é um simples jeans e uma blusa preta.

- Você é um amor! — Maísa tocou seu rosto e notou o olhar de Vitória pela primeira vez.

- Me acharia maluca se dissesse que talvez esteja apaixonada por você?

- Na verdade eu não acreditaria. — Ela levou a taça até sua boca, estava um pouco nervosa quando Vitória se aproximou para um beijo.

O quinto amorOnde histórias criam vida. Descubra agora