Cap 14

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- Por que tanta surpresa?

- Por que não me disse? Eu teria feito algo, comprado alguma coisa pra você. — Maísa quase não sabia como reagir, Giulia sentiu uma necessidade imensa em abraça-la e beija-la naquele instante.

- Desde que me fez o convite para estar aqui, já me deu o melhor presente de todos eles.

- Não, meu bem, não é como eu queria, eu deveria ter...

- Maísa. — Giulia se atreveu em colocar um dedo em sua boca.
—  Por favor, não continua ou terei que fazer algo para cala-la, e não será só isso que estou fazendo agora.

Maísa, consciente do que fazia, beijou seu dedo. Logo beijou sua mão e Giulia a olhava quase hipnotizada. Um frio na barriga tomou de conta das duas quando foi a própria Maísa a lhe deixar um beijo em seus lábios.

Maísa esperou algo negativo nos olhos de Giulia, mas o que viu fez ela voltar a sua boca. Estavam de pernas dobradas de frente para a outra, Giulia segurava por sua cintura enquanto a mão fria de Maísa tocava seu pescoço como se temesse a fuga de Giulia daquele contato.

Giulia mordeu leve sua boca e nesse instante Maísa suspirou afastando centímetros a olhando da forma mais intensa que já olhou a alguém depois de um beijo.

- Feliz aniversário. — disse de uma forma quase tímida em um sorriso bebendo mais do vinho em sua taça.

Elas ficaram em um curto silêncio, dessa vez não incômodo apesar do frio gostoso que Maísa sentia no estômago.

- Não quis fazer festa?

- Não. Apesar que minha mãe quase suplicou pelo contrário. — riu. — Mas creio que façam algo na escola em que dou aulas.

- Sempre adorei aniversários, preparar todos eles.

- Imagino como seja seus aniversários. — Maísa a olhou e quis sorrir.

- Meus aniversários?

- Uhum. Devem ser chiques, cercados de pessoas chiques onde cantam baixinho pra você e...

- Giulia. — ela sorriu fraco.

- A pergunta mais importante é: Durante esses anos todos você já esteve de verdade feliz em algumas dessas festas?

Maísa olhou para o nada e não respondeu a pergunta. Ainda por longos minutos elas dançaram, beberam e conversaram ainda mais antes de Maísa pedir para deitarem. Em algum momento sentiu necessidade de desabafar com Giulia mas não achou justo, não naquela noite.

As duas subiram para o quarto, estavam levemente "soltas" pelo efeito do álcool, nem mesmo o recém banho de Maísa mudou isso. Ela agora saía de roupão e cabelos presos enquanto Giulia acabava de deitar na cama.

- Você realmente queria ser dançarina desde sempre? — Maísa falava e ria ao mesmo tempo.

- Ah, é o que lembro. Mas e você? Sempre quis ser arquiteta?

- Hm... Só se me prometer não rir. — Ela acabava de olhar seu celular e sorriu da mensagem da filha antes de deixá-lo de lado.

- Prometo que não vou rir. — Maísa olhava para ela como se a estivesse analisando.

- Eu estou acreditando em você, senhorita. — ela a provocou. Giulia agora parecia muito interessada. — Eu queria ser massagista.

- Não... — Giulia ficou tão surpresa que não sorriu. — Sério? Mas isso assim do nada? — a própria Maísa ria.

- Não. Eu tinha uma amiga em um curso que fiz, éramos muito amigas, era mais velha que eu e ela era... sexóloga.

- Maísa...

O quinto amorOnde histórias criam vida. Descubra agora