Cap 15

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O sono havia sido breve, Giulia e Maísa não deixaram de se amar naquela noite. Viram o dia clarear enquanto ainda sentiam o prazer e desejo se quebrarem. Maísa jamais sentiu-se tão viva, tão desejada e tão única em sua vida.

Giulia que imaginara ter sentido tudo que poderia, agora sentia-se atada a Maísa, como uma espécie de hipnose por sua voz, seu corpo, seus gestos e tudo que fosse ela. Estava apaixonada.

Pouco depois das seis, elas adormeceram, haviam comido algumas frutas, tomaram banho juntas e apagaram, era quase onze quando Maísa acordava devagar ouvindo o som do seu celular vibrar. Mesmo com o movimento sútil, Giulia se moveu mas não acordou. Maísa procurava no tato seu celular.

"Mas que..." — disse baixinho e respirou fundo desistindo de buscar.

Nesse instante Maísa olhou para o lado, observou a expressão tranquila de Giulia, tirou alguns fios do seu rosto e sorriu, ainda incrédula ao que havia acontecido entre elas. Resolveu levantar e, ao fazê-lo, quase pisou em seu celular, ela o pegou, foi ao banheiro ainda sem vê-lo e logo na volta, ao passar pela cama, cobriu melhor a Giulia antes de ir a cozinha.

"Meu Deus, é praticamente meio-dia!" — ela espantou ao olhar o horário. O olhou com mais cuidado, uma chamada perdida do celular de Davi e duas de Alex. Resolveu retornar para o filho enquanto cortava algumas frutas.

"Mãe! Minha nossa, eu já estava ficando preocupado." — por alguma razão ela sentiu uma sútil vergonha.

"Bom dia a você também, meu filho. É que dormi muito tarde e demorei acordar, só isso. Aconteceu alguma coisa?"

"Não, na verdade era meu pai que queria falar alguma coisa. Está com sua amiga, não? Acho que talvez era isso, eu sei lá."
— Maísa ficou um pouco tensa.

"Ele não disse o que queria?"

"Ah, a senhora sabe como ele é."

"Certo, meu filho. Me diz de vocês, já estão em casa?"

Davi começou a contar. Estavam em casa, Nicole com uma amiga estudando, Alessandro estava jogando e Davi se ajeitava para sair com amigos, segundo disse. Maísa sentiu uma estranheza no peito, a necessidade de voltar mesmo sabendo que voltando, não faria a menor diferença para eles.

"Ok, em um instante ligo para Alessandro, não quero que demore na rua e se for beber algo com álcool não..."

"Não usar a moto, eu já sei mãe." — ela sorriu. — "Aproveita seu resto de domingo, os meninos estão bem."

Maísa se despediu e ficou pensativa olhando para fora da casa quando Giulia apareceu na cozinha, as duas sorriram com timidez.

- Bom dia. — ela falou.

- Estava preparando algumas frutas mas comecei a falar com meu filho e sabe. Bom dia. — Giulia se atreveu a beijar seu rosto e Maísa gostou.

- Senta, eu termino isso aqui. — A mais jovem continuou o trabalho de Maísa e ela sentou a olhando com encanto. — Precisa ir?

- Preciso sim. Não que diretamente eles precisem de mim mas...

- Eu entendo. Só tenho um pedido antes que precise encerrar esse sonho de uma noite. — Sua voz era séria e Maísa a olhava.

- Estou ouvindo, querida.

- Vem ao mar comigo? — Maísa sorriu com toda ternura e fez um sim silencioso com a cabeça enquanto Giulia a servia com frutas.

- Existem tantas coisas que preciso fazer quando voltar... Tantos problemas.

- Fala do seu... do seu casamento? — Sua frase era hesitante e Maísa notou.

O quinto amorOnde histórias criam vida. Descubra agora