Tainá já estava há dias trancafiada naquelas pesquisas, sempre levara a sério seu trabalho e não levava desafio para casa, mas ela sabia que, como Aline havia falado, aquilo levaria meses.
Tainá escutou baterem na porta do trailer e estranhou. Quem estaria naquele lugar em plena madrugada? Sua surpresa só aumentou quando viu Bárbara do lado de fora, com os braços encolhidos devido ao forte vento que as atingia aquele horário, o inverno se aproximava.
── Com licença. ─ Bárbara disse baixo.
── O que quer? ─ Tainá perguntou e seus olhos se abaixaram na altura das mãos de Bárbara quando a viu entregar a ela uma garrafa térmica.
── Eu trouxe café. ─ Bárbara disse com o queixo batendo. ─ Sempre trago para a Carolina e imaginei que você precisasse de um pouco. Aquece o corpo e te mantém acordada.
Qual era o intuito de Bárbara em acordar no meio da madrugada para levar-lhe café?
── Eu não te envenenei, se é isso que pensa. Posso até provar antes para cessar suas dúvidas. ─ Bárbara disse e Tainá suspirou.
── Entre aqui. Está frio aí fora. ─ Tainá pediu e Bárbara obedeceu, ouvindo a porta ser fechada atrás de si. ─ Por que acordou de madrugada só para fazer isso?
── Oh, não foi minha culpa. Foi o meninão. ─ Bárbara disse e Tainá franziu o cenho.
── Quem?
── Como "quem"? Meu pinto. ─ Bárbara disse e Tainá franziu o cenho.
── Seu pênis te acordou?
── Sim, todas as noite vou ao banheiro de madrugada. ─ Bárbara disse e Tainá por fim entendeu, assentindo.
── Carolina estava dormindo? ─ Tainá perguntou e Bárbara sorriu.
── Sim, tão linda que fiquei até com pena de sair de perto dela. ─ Bárbara disse e Tainá conteve um sorriso.
── Gosta mesmo dela, hm? ─ Perguntou, pegando copos descartáveis antes de entregar a Bárbara.
── Gosto. ─ Bárbara respondeu apenas isso, contudo, a intensidade de sua palavra, o brilho em seus olhos e sorriso bobo que brincava em seus lábios fizeram Tainá saber que era algo puro e genuíno. ─ Vou tomar o café para te mostrar que não tem veneno, mas já vou embora para te deixar trabalhar.
── Não precisa tomar o café por isso. ─ Tainá disse e Bárbara suspirou.
── Preciso me desculpar de novo com você. ─ Bárbara disse olhando para Tainá. ─ Por suas pesquisas que perdeu, sabe? Eu sinto... sinto muito. Eu só queria mais bolhas.
── Bolhas? ─ Tainá perguntou e Bárbara assentiu.
── Sim, a Carolina fazia bolhas por todos os lados e achei lindo, aí aproveitei para ficar bem perto dela, porque você deve saber como aquela mulher é cheirosa. ─ Bárbara disse rindo e suspirou. ─ Aí queria passar mais um tempo com ela, só não sabia que daria nisso. Eu nunca quis prejudicar ninguém.
── Eu não te entregaria de verdade. ─ Tainá confessou e Bárbara sorriu.
── Eu sei. A Carolina disse que você tem um bom coração. ─ Bárbara disse, pegando o copo de café e virando-o de uma vez. ─ Boa noite, Tainá. Bom serviço. ─ Disse indo em direção à porta.
── Bárbara! ─ Tainá chamou rapidamente e a garota se virou. ─ Tenho algo para você. ─ A maior franziu o cenho, mas esperou Tainá fuçar em suas coisas antes de voltar até ela e entregar um comprimido lacrado em um plástico.
── O que é isso?
── É para a Carolina, na verdade. ─ Tainá disse. ─ Só fiz essa. É uma pílula do dia seguinte. Não fiz mais porque vai perdendo a força e se usar muito pode não funcionar, então use o dia anterior de tomá-la com sabedoria e esperem os anticoncepcionais ficarem prontos.
Os olhos de Bárbara focaram no comprimido e logo ela sorriu.
── Obrigada. ─ Ela disse e Tainá assentiu, se sentando como se Bárbara já não estivesse ali.
A maior saiu animada dali e voltou para o trailer de Carolina, removendo somente a blusa grande. Estava frio para dormir só de cueca, então permaneceu com sua calça de moletom e sua regata preta.
Seus olhos encontraram a figura delicada e doce dormindo encolhida na cama e um suspiro involuntário saiu de seus lábios. Ela colocou a pílula na gaveta de Carolina e ergueu a coberta, se enfiando ali vagarosamente antes de abraçar o corpo a sua frente e inalar seu perfume.
── Onde esteve? ─ Carolina murmurou ainda de olhos fechados e com a voz sonolenta e o coração de Bárbara se derreteu outra vez. ─ Demorou.
── Dor de barriga forte. Não sentiu o cheiro? ─ Bárbara disse e Carolina negou, se virando para ela e afundando seu rosto nos seios da maior.
── Graças ao bom Deus não. ─ Carolina murmurou e Bárbara riu.
── Estou brincando. Fui levar café para a Tainá. ─ As orbes esverdeadas se abriram instantaneamente, fitando Bárbara confusa.
── Ela te ofendeu?
── Não, acho que estamos bem. ─ Bárbara respondeu e Carolina suspirou aliviada. ─ Ela fez para você uma pílula do dia seguinte.
── Fez? ─ Carolina perguntou surpresa e Bárbara assentiu animada.
── Sim. Sabe o que isso significa? Que a cobra pode se esconder na toca. ─ Carolina riu e plantou um beijo no pescoço da maior.
── Está tão ansiosa assim para perder a virgindade?
── Só porque é com você. ─ Bárbara disse baixo.
── Não transaremos agora. Estou com sono.
── Eu sei, está frio, Carolina. O meninão se encolhe e não gosta de sair da casinha.
── Então me abraça e durma, amor.
Amor.
Amor.
A-M-O-R.
── Acho que estou tendo uma parada cardíaca, pode checar? ─ Bárbara disse e Carolina abriu os olhos preocupada. ─ Ouviu como me chamou?
── Na verdade não. ─ E, de fato, era verdade. Ela dissera sonolenta e sequer havia se dado conta.
── Você me chamou de amor com "a" de AAAAAAAAAAAAAAAA. ─ Carolina riu alto e abraçou fortemente Bárbara.
── Adoro as risadas que me tira o tempo todo. ─ Carolina murmurou e depositou um beijo nos lábios de Bárbara.
── Não faço por querer, mas que bom que gosta.
── Agora durma.
── Se eu te chamar de amor também você terá uma parada cardíaca?
── Acho que ficarei bem com isso. ─ Carolina falou contra a pele de Bárbara e a maior sorriu.
── Então boa noite, amor. ─ Bárbara disse e Carolina sorriu, sentindo seu peito inflar antes de sentir o sono voltar a dar as caras.
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🎭 - Espero que todos tenham gostado, capítulo dessa adaptação que vai ser incrível, lembrando que os créditos é todos para autora.
🎭 - Até logo, seus gatos e gatas.
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𝐎 𝐔́𝐋𝐓𝐈𝐌𝐎 𝐏𝐄̂𝐍𝐈𝐒 || 𝕭𝖆𝖇𝖎𝖙𝖆𝖓 - 𝘽𝙖𝙧𝙤𝙡𝙞𝙣𝙖
Fanfic☦︎ᬉ͜͡🥀 ─ 𝐎 𝐔𝐥𝐭𝐢𝐦𝐨 𝐏𝐞𝐧𝐢𝐬 | 𝗖𝗼𝗻𝗰𝗹𝘂𝗶́𝗱𝗮! Quando, por algum motivo misterioso, todos os homens são infectados por um vírus fatal, só se resta mulheres no mundo. Os poucos homens que sobreviveram ficaram definhando, o que levou as m...